Passaram-se sete anos desde a última visita da banda a Lisboa. O público português, claro, não pensou duas vezes e decidiu acender a vela da nostalgia, esgotando o concerto dos Keane no Campo Pequeno, preenchendo a arena num espetáculo que durou cerca de duas horas.
Os Keane, a banda de Tom Chaplin, Tim Rice-Oxley, Jesse Quin e Richard Hughes, fizeram uma grande pausa dos palcos, mas regressaram em grande e preparados para nos dar aquilo que precisamos. As músicas do grupo estão, na grande generalidade, muito presentes na memória e no coração do público português, principalmente para os ouvintes de rádio – é senso comum que, pelo menos uma vez por semana, em alguma rádio, poderemos ouvir Keane.
No entanto, ali, tudo estava a acontecer em tempo real e em carne e osso. “Espero que todos juntos consigamos causar uma onda de calor e aquecermo-nos”, sugeriu Tom. Não foi preciso muito. Uma maré de gente de todas as idades invadiu a arena para ecoar as letras da banda, que abriu o concerto com a música “You’re Not Home”, do novo álbum Cause and Effect, muito bem recebida pelo público, que estava sedento. A viagem ao passado começa logo de seguida com “Day Will Come”, do álbum Strangeland (2012), e com “Silenced By The Night”, também do mesmo álbum.
A verdadeira euforia, porém, é sentida neste concerto dos Keane no Campo Pequeno quando chega “Everybody’s Changing”, uma das músicas mais conhecidas do grupo musical. O público salta, chora, relembra, canta em conjunto e há braços no ar – não há quem não conheça esta música.
“Apesar dos tempos difíceis, estamos vivos e estamos aqui, e é isso que é importante”, desabafou o vocalista da banda, que passou por um período conturbado devido à dependência de drogas.
“Strange Room” fez com que as lanternas de todos os telemóveis iluminassem o palco, numa balada pertencente ao novo álbum, mas muito ao estilo a que a banda já nos habituou. Com “She Has No Time”, “Spiralling”, e “Put The Radio On”, vamos vendo como o público nunca para de se balançar enquanto o vocalista percorre o palco de uma ponta à outra, sempre energético e saltitante.
“A Bad Dream” cria um coro apaixonante que já conseguia prever que as músicas mais conhecidas se aproximavam, no entanto, a ideia é de aproveitar o momento e cantar com os braços no ar.
“Try Again”, “Nothing in My Way” e “Love Too Much” aquecem o palco para que a icónica “This Is The Last Time” possa chegar e ser gritada por todos, com um refrão que pede mesmo por isso. “Bedshaped” acalma os corações de todos, sendo uma das criações mais românticas e conhecidas da banda.
Abre-se espaço, então, para que chegue a mais espera da noite e que fez toda a gente gritar só com o primeiro acorde: “Somewhere Only We Know”. Os Keane pediram e nós respeitámos, fomos conversar num sítio onde só nós sabíamos. Conversar, cantar, voltar a sonhar. As rádios passam, desde sempre, esta música, companheira de viagens e de vivências, e era visível nos olhos do público que a nostalgia daquela música é gigantesca.
Para terminar este concerto dos Keane no Campo Pequeno, um encore com “In Your Own Time”, “Crystal Ball” e “Sovereign Ball Café”. Esperamos, agora, que não passem novamente sete anos até os vermos de novo.
Fotos de: Tiago Cortez
Boa noite,
conseguem indicar o alinhamento completo do concerto?
Obrigado