Passe Ferroviário verde vai custar 20€/mês para todo o país e poderá ser usado em todos os comboios

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Ou seja, poderão viajar por uma ninharia, quantas vezes quiserem, nos comboios urbanos, regionais, interregionais e intercidade.

Recuemos a 2022. Na altura, o partido Livre tinha proposto um passe ferroviário nacional, tendo essa proposta sido apresentada no Parlamento. Mas o então ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse que tal não seria possível, referindo-se a uma “capacidade esgotada” para servir mais passageiros.

Porém, a verdade é que, nesse mesmo mês, algumas semanas depois, o Governo comprometeu-se a criar, até ao final de junho de 2023, um Passe Ferroviário Nacional para os comboios regionais, no valor de 49€/mês. Mas logo veio a má notícia no meio de tudo isto: o passe somente seria válido para os comboios regionais.

Com um ligeiro atraso, uma vez que o passe somente ficou disponível para utilização em agosto desse ano, desde logo surgiram críticas por parte de especialistas, dado que este Passe Ferroviário Nacional somente abrange pouco mais de 7% dos passageiros transportados pela CP. Mas, antes do final desse ano, foram dadas boas novidades.

Novamente graças ao Livre, ficámos a saber que teríamos, durante este ano, um Passe Ferroviário Nacional muito mais interessante, uma vez que passará a incluir as viagens nos comboios urbanos, inter-regionais e intercidades. Trata-se de uma proposta do Livre ao Orçamento do Estado para 2024, aprovado durante as votações na especialidade.

O preço, esse, seria o mesmo, e para quem trabalha em modelo híbrido, ou procura um novo emprego com esse tipo de funcionamento, este alargamento do passe poderá fazer com que muita gente equacione outras oportunidades.

Por exemplo, o alargamento do passe ferroviário aos comboios urbanos e inter-cidades abrange os trajetos Viana do Castelo – Barcelos – Famalicão – Braga; Famalicão – Trofa – Santo Tirso – Guimarães; Coimbra – Figueira da Foz; Castelo Branco – Fundão – Covilhã – Guarda; Beja – Casa Branca – Évora; e Tunes – Loulé – Faro.

Quando se soube deste alargamento, o Livre pensava ainda em algo  mais ambicioso. “Durante o ano de 2024, o Governo, juntamente com a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, as diversas Autoridades de Transportes, as Áreas Metropolitanas e as Comunidades Intermunicipais, estuda os moldes para a criação do Passe de Mobilidade Nacional que dê acesso ao transporte urbano, suburbano, regional, de médio curso e flexível nos modos rodoviário, ferroviário, fluvial e de mobilidade suave através do alargamento dos Programas ‘Incentiva +TP’ e da Plataforma 1Bilhete.pt”, pode ler-se na proposta do Livre.

Ou seja, o partido pretende que seja criado um passe nacional que possa ser utilizado não só em comboios, como também no metro, nos navios e, claro, em autocarros. Mas não é isso que acontecerá, pelo menos em breve.

Para já, a novidade desta semana é que o Governo anunciou o Passe Ferroviário Verde, mas com um preço significativamente inferior: apenas 20€/mês e dará acesso a todos os comboios urbanos, regionais, interregionais e rede intercidades. No caso da CP, ficam de fora apenas os comboios Alfa Pendular.

Além disso e como seria expectável, este passe não irá abranger ligações ao metro ou autocarro, não contemplando, por isso mesmo, outros passes combinados existentes em Portugal.

Portanto, a última questão que se coloca é: e para quando? Ao que tudo indica, este novo passe mensal será criado durante o próximo mês de setembro. Resta saber se poderá logo ser utilizado nesse mês ou se, por outro lado, demorará algum tempo a ser “ativado”.

Em todo o caso, e apesar da medida ir agradar a muita gente, é preciso ressalvar que a CP tem passado por períodos conturbados, nomeadamente com imensas greves de sindicatos, fazendo com o número de comboios suprimidos esteja altíssimo. Além disso, existem inúmeras situações, como WCs a bordo sem condições, horários insuficientes, apeadeiros transformados em paragens de autocarro, transbordos demorados e, claro, carruagens por modernizar.

Concorrência precisa-se, sem dúvida, mas é também necessário que a CP aumente a sua oferta.

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