11ª edição do Vinhos do Alentejo em Lisboa contou com mais de 70 produtores

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Os vinhos do Alentejo são um caso sério de sucesso, e a 11ª edição do Vinhos do Alentejo em Lisboa voltou a prová-lo.

Neste evento organizado pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), mais de 70 produtores marcaram presença na tenda adjacente ao CCB, local que acabou por se revelar bastante feliz durante a nossa visita. O espaço amplo para circular e a boa iluminação, numa tarde em que o calor não foi excessivo, resultaram bem.

O cuidado na organização do Vinhos do Alentejo em Lisboa estendeu-se à existência de um copo oficial com um chip colocado na base, o qual permitia fazer uma marcação dos vinhos preferidos (com algumas exceções, as referências provadas tinham ao lado um cartão por onde se passava o copo para realizar o respetivo registo). Os participantes que realizaram este gesto receberam um mail com o seu “Livro de Visita”, com os dados essenciais dos vinhos: nome, ano, cor, denominação, PVP, e local onde está disponível, para além dos contactos do produtor. Prática interessante e acima de tudo, útil, esta do registo eletrónico de vinhos provados.

Isto no bom. No mau, verifica-se que a passagem da data do evento de outubro para abril fez com que diversos dos vinhos chegassem a Belém muito pouco tempo depois de terem sido engarrafados, no caso das novas colheitas, com os defeitos naturalmente associados a esta questão. A passagem para algumas semanas mais tarde iria, com certeza, minorar este problema.

De entre os realces das provas lugar para o Ponte das Canas da Herdade do Mouchão (tinto de 2014, constituído por Touriga Nacional, Touriga Franca e Syrah) e, da Herdade das Servas, para o Reserva Tinto 2015, de castas Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Alfrocheiro, e um toque de Aragonez. Ambos exemplos dos bons blends que se produzem na zona de Sousel e Estremoz. Muito interessante também, o Howards Folly Sonhador 2013, da Howards Folly Wine, um novo interveniente também de Estremoz, e que em 2018 inaugurou a 23ª adega deste concelho alentejano. Alicante Bouchet, Touriga Nacional, Syrah, Aragonês, num vinho com complexidade e madeira subtil num final prolongado.

Para fechar os tintos, lugar à Cooperativa Agrícola da Granja e ao seu Moreto de 2015, a casta mais representativa da margem esquerda do Guadiana, de baixo teor de açúcares e grande resistência ao calor. Um vinho aromático, balsâmico, de perfil distinto.

Passando aos brancos, um nome mítico, Paulo Laureano, e um comboio no rótulo: Genus Generationes Maria Teresa Laureano Verdelho, de 2017. Um monocasta gastronómico, seco mas com capacidade de frescura. Quanto aos blends, a Herdade do Rocim apresentou o seu Amphora, já de 2018. Lote invulgar, constituído por Antão Vaz, Perrum, Rabo de Ovelha, e Manteúdo, feito em talha. Um vinho extremamente aromático, com muita fruta, mantendo acidez mas macio ao provar.

Um final de tarde bem passado no Vinhos do Alentejo em Lisboa.

Bruno Rocha Ferreira
Bruno Rocha Ferreira
Apaixonado por vinhos e boa música, o Bruno Rocha Ferreira cobre eventos vinícos, concertos e festivais de música. Também gosta de stand up comedy de qualidade.
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