Tratando-se de voos turísticos em hidroavião, é provável que se tratem de passeios de 30 minutos, ou até uma hora, para ver a zona.
Quando o Aeroporto de Lisboa abriu, existia no rio uma zona para hidroaviões aterrarem. Aliás, a Avenida de Berlim chamava-se Avenida dos Dois Aeroportos. “Mas quem é que anda de hidroavião hoje em dia?”, perguntam vocês. Bom, não é assim tão descabido, e parece que, em termos turísticos, faz sentido.
Serve este pequeno contexto para revelar que, no âmbito do centenário da Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul, por Sacadura Cabral e Gago Coutinho, que se assinalou no dia 3 de abril, a APL – Administração do Porto de Lisboa iniciou os procedimentos necessários para a certificação de um aeródromo naval no rio Tejo, na zona do Mar da Palha.
Ricardo Medeiros, administrador da APL, recorda a propósito que “ao longo dos anos temos vindo a receber manifestações de interesse de entidades privadas que pretendem realizar voos turísticos em hidroavião, dando a conhecer a cidade de Lisboa e arredores de uma forma diferente aos turistas”.
Basicamente, será recriada, de certa forma, a atividade que em tempos já aconteceu no rio Tejo, quer na Doca do Bom Sucesso, quer na Doca dos Olivais.
O futuro aeródromo naval não terá qualquer barreira física, sendo apenas uma área de referência na zona do Mar da Palha. Só haverá descolagem ou amaragem com boa visibilidade e espaço livre e suficiente para a operação em segurança.
Todas as operações de voo serão realizadas com planos de voo submetidos, aprovados e controlados pelas autoridades aeronáuticas. Quando o hidroavião amarar, comporta-se como qualquer embarcação respeitando as regras náuticas como as restantes embarcações, sem qualquer diferença ou conflito com a restante navegação marítima.
Tratando-se de voos turísticos em hidroavião, é provável que se tratem de passeios de 30 minutos, ou até uma hora, para ver a zona. Como se estivéssemos a andar de helicóptero.