É verdade, os Trêsporcento acabam de fazer dez anos! Para tal ocasião, o Ferroviário foi o espaço escolhido num concerto marcado para uma hora menos habitual, 17h, no passado dia 4 de maio. Num dia de pleno Verão, a banda de rock lisboeta subiu ao palco pouco depois das 17.30h quando a sala já estava bem composta, com cerca de 70 pessoas, adequada à sua dimensão.
Considerando o horário e a ocasião, não foi difícil estranhar o ambiente familiar e a presença de diversas crianças nas primeiras filas. Certamente no público estavam alguns amigos pessoais e familiares dos Trêsporcento.
Tiago Esteves, Lourenço Cordeiro, Salvador Carvalho, Pedro Pedro, António Moura e o mais recente elemento João Gil iniciaram com “És mais sede”, uma revisão pelos temas lançados até à data.
O início foi marcado por uma qualidade de som menos conseguida, mas que foi corretamente melhorada no decorrer do concerto. Rapidamente chegaram alguns dos temas mais conhecidos como “Cascatas”, “Dás a Mão e não Sentes” ou “Sonho”, um dos singles do último álbum editado, Território Desconhecido (2017).
Seguiu-se “Genes”, isto enquanto o ambiente aquecia e o calor começava a tornar-se complicado. Infelizmente, alguma conversa do público nesta fase não permitiu desfrutar a 100% desta magnífica canção. Era altura sensata para a abertura das janelas e arejar o ambiente. Atitude mais do que acertada!
Entrou “Elefantes Azuis” de rompante, e foi sempre a subir a partir daqui, com “A Ciência” e “Veludo”, sendo este o momento mais alto da tarde, com o público a cantar em alta voz.
“Bairro”, novo tema, antecipando novo álbum e no qual já conta com a participação de João Gil, chegou-nos de forma tímida, habitual nas primeiras músicas tocadas ao vivo por qualquer banda.
Na fase final, e para um concerto de cerca de 1.15h, destacamos o revisitar de “Espero” e “Para Subir Há Ajuda”, muitos bem recebidos.
Se ainda não tiveram oportunidade de assistir a um concerto dos Trêsporcento ao vivo ou se não conhecem o grupo, é altura de o fazerem – nunca é tarde apesar dos dez anos agora realizados. No entanto e apesar de um bom concerto, recomendamos uma oportunidade num horário distinto.
Texto por: António Araújo; Fotos de: João Furtado