SPC Gravity Pro – Review: Económico mas os olhos agradecem

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O SPC Gravity Pro tem no ecrã o seu ponto de destaque, o Matte View Display, com tecnologia que reduz significativamente a fadiga ocular.

Os tablets Android estão a viver uma espécie de segunda vida, com propostas muito consistentes no segmento de gama alta. No entanto, ao contrário do que possa parecer, é difícil definir o ritmo de um tipo de dispositivo que perdeu algum fulgor nos últimos anos. E é precisamente neste campo que a SPC pretende contrariar, com um portefólio de tablets bastante sólido e uma arma convincente para atrair o público em geral: preços acessíveis. Assim, temos em análise a 6ª geração do modelo Gravity, o SPC Gravity Pro, um dispositivo concebido para o consumo de conteúdos multimédia, graças ao seu ecrã de grandes dimensões. Torna-se assim uma opção ideal para quem procura um tablet de entrada sem gastar demasiado.

SPC Gravity Pro
SPC Gravity Pro

O SPC Gravity Pro apresenta-se com um corpo metálico e dimensões generosas. A sensação na mão é bastante positiva, graças à utilização de metal escovado na traseira, com uma qualidade acima do que seria de esperar nesta gama — diria até que transmite uma impressão de segmento superior. Ao virar o tablet, encontramos na parte inferior um orifício que aloja os altifalantes, uma porta USB-C e a gaveta para o cartão microSD de SIM. No lado esquerdo localizam-se apenas um microfone, enquanto que na direita temos os botões power e de controlo de volume. Já o outro altifalante encontram-se na parte superior, algo a que voltaremos mais adiante. O lado direito está completamente livre de elementos, o que contribui para uma melhor aderência.

O design com cantos arredondados e laterais planos transmite uma sensação de robustez, embora, por vezes, o equipamento possa parecer algo pesado. Na parte traseira, encontramos apenas uma pequena câmara que sobressai ligeiramente, acompanhada por um flash LED e a habitual marcação com a marca SPC. Esta superfície, como é escovada, tende a ser inimiga das impressões digitais, que é algo que me agrada bastante.

O ponto de destaque desta tablet é o seu ecrã Matte View Display. É na verdade um painel IPS Incell de 12 polegadas com resolução FullHD+ com 2000×1200 pixeis. A visibilidade é brutal, o seu acabamento mate e com textura estilo papel demonstrou durante os testes ser de excelente qualidade. Os ângulos de visão são amplos e o brilho satisfaz, tudo sem reflexos. Ou seja, até em ambientes muito iluminados pode ser utilizado sem dificuldade, o que reduz muito o cansaço visual que muitas vezes é causado pelos ecrãs IPS. É embora a reprodução de cores nem sempre seja a mais equilibrada, a verdade é que o touch apresenta uma boa resposta, com precisão suficiente e sem qualquer comportamento anómalo.

Na secção multimédia, é tempo de falar do som proporcionado pelos dois altifalantes. E aqui encontramos uma das primeiras desilusões: o som é potente mas a qualidade por vezes deixa a desejar. Ao ultrapassar o volume médio, a distorção é notória. As frequências — graves, médias e agudas — misturam-se de forma pouco definida, resultando numa experiência sonora pouco refinada. Não se pode dizer que seja desastroso, mas também não está à altura da qualidade do ecrã. Liguei um par de auscultadores Bluetooth (com fio não é possível a ligação), o que elevou significativamente a experiência, especialmente em comparação com os altifalantes externos. Neste caso, a qualidade de som depende mais diretamente dos auscultadores em si, mas de forma geral, obtém-se um desempenho muito superior.

SPC Gravity Pro
SPC Gravity Pro

O SPC Gravity Pro vem equipado com um processador de baixo custo, o Unisoc T606 de oito núcleos, acompanhado por um GPU ARM Mali G57 MC1. Infelizmente, este conjunto de hardware não se traduz num desempenho de nos deixar de boca aberta. A experiência geral revela uma interface que muitas vezes perde a fluidez, com animações que às vezes engasgam. Não sei se este comportamento se deve a uma otimização insuficiente do software, mas é evidente que o hardware é apenas suficiente para as tarefas básicas do dia-a-dia, mas não muito mais do que isso. Embora o desempenho não seja catastrófico, presenciei alguma lentidão em aplicações e até algumas falhas gráficas ocasionais, que podem comprometer a experiência geral de utilização.

Os seus 6GB de RAM com 256GB de armazenamento interno, que em teoria deveriam garantir uma gestão multi-tarefas fluida, nem sempre evitam que algumas aplicações fechem subitamente quando estão em segundo plano, obrigando-nos a esperar pela sua reabertura após um novo toque no ícone. Não estamos perante um tablet pensado para jogos, ainda que consiga executar títulos menos exigentes a nível técnico. Por exemplo, foi possível jogar algumas partidas de Clash Royale sem grandes dificuldades, mas jogos mais pesados, como Genshin Impact, estão fora de questão. Apesar de Genshin Impact instalar sem problemas, a taxa de frames cai drasticamente assim que se entra no mundo do jogo, tornando a experiência praticamente injogável. O próprio sistema aplica as definições gráficas no mínimo, e mesmo assim, reduzir elementos como sombras ou efeitos visuais não estabiliza o desempenho. O GPU integrado neste chip da UniSoc não foi concebido para cenários exigentes. Situação semelhante presenciei no PUBG Mobile, ainda que seja possível jogar numa taxa de frames realmente baixa na maioria do tempo, a qualidade gráfica deixa muito a desejar. O efeito de “serrilhado” nas bordas é bastante visível, e em cenários maiores ou com muitos efeitos em simultâneo, ocorrem quebras ainda maiores no desempenho.

Passando agora para a autonomia, assegurada por uma bateria com 8000mAh, nesta secção, não tenho grandes críticas a apontar: o SPC Gravity Pro consegue atingir cerca de oito horas de ecrã ativo sem dificuldades, o que é muito bom para um dispositivo desta gama. Contudo, se decidirmos puxar pelo tablet com tarefas mais exigentes, a autonomia ressentir-se-á de forma evidente. Nestes casos, o ideal será manter o carregador por perto, especialmente durante sessões prolongadas de utilização intensiva. Felizmente a SPC dotou o tablet com suporte para o carregamento rápido de 18W. Não é o carregamento mais rápido, mas ainda assim é superior aos 10W que é oferecido pela grande maioria dos seus rivais. Ah!, atenção que o tablet não inclui carregador no pacote.

E falando de tempo de carregamento, para chegar dos 0 aos 100% de bateria será necessário esperar pouco menos de 96 minutos. Durante o carregamento, a temperatura do tablet sobe ligeiramente, embora nunca atinja níveis alarmantes. No uso normal, nomeadamente na reprodução de conteúdos multimédia, o comportamento térmico é muito estável, mantendo-se fresco ao toque. No entanto, ao jogar, é possível notar algum aquecimento na parte traseira, o que se deve ao esforço adicional do processador e do GPU. Ainda assim, trata-se de um comportamento esperado nestas circunstâncias e não representa qualquer problema.

SPC Gravity Pro
SPC Gravity Pro

O SPC Gravity Pro sai de fábrica com o Android 14 pré-instalado. A meu ver é um dos pontos fortes deste tablet. Estamos a falar de uma versão quase limpa do sistema operativo que é fornecido pela Google, com “meia dúzia” de aplicações da SPC instaladas e o resto limita-se às aplicações Google. Para mim, algo que maravilho e que aprecio muito. E logo ao iniciar o dispositivo, a primeira ação foi verificar se havia alguma atualização pendente — a resposta foi negativa. A menos que a política da SPC sofra alterações, é provável que este tablet permaneça preso à versão atual do sistema operativo, sem perspetiva de evolução. Eu já questionei a SPC sobre a sua política de atualizações, e até hoje ainda não obtive qualquer resposta… pelo que desconfio que se irá manter eternamente tal como está.

Ainda assim, estamos perante um tablet lançado há sensivelmente 2 semanas com o Android 14 e quando estamos a meia dúzia de semanas do lançamento do Android 16. E tal como já havia revelado, para tarefas básicas o software do tablet cumpre muito bem a sua função, mas fica claro que o potencial do software está longe de ser bem aproveitado devido à falta de hardware mais potente.

Por fim, vamos falar das câmaras — um aspeto que, neste tipo de produto, raramente é decisivo. O SPC Gravity Pro segue a tendência do segmento, oferecendo sensores bastante modestos: uma câmara traseira de 13MP e uma frontal de 8MP. Nenhuma delas se destaca, servindo apenas para tarefas pontuais, como chamadas de vídeo ou capturas casuais onde a qualidade de imagem não seja uma prioridade.

A câmara traseira mostra limitações evidentes: o ruído está sempre presente, o alcance dinâmico é apenas aceitável e o detalhe é reduzido. É possível captar alguma imagem ocasional, mas não espere utilizar este tablet, com 12 polegadas, como substituto de uma máquina fotográfica. Já a câmara frontal cumpre para videoconferências, e os seus 8MP também são suficientes para selfies, desde que não seja muito exigente.

Vale a pena comprar o SPC Gravity Pro?

O SPC Gravity Pro apresenta-se como uma opção apelativa para um público com necessidades bem definidas: é ideal para quem pretende um tablet com um ecrã de grandes dimensões e acabamento mate, confortável para longas sessões de leitura e adequado a ambientes com muita luminosidade. Para além disso, destaca-se por incluir funcionalidades como armazenamento expansível, conectividade 4G e som estéreo, tudo isto por 249,99€. Já os interessados podem ter acesso a um modelo igual, mas com ecrã de 11 polegadas, por 229,99€. Se o ecrã é de excelente qualidade e invejável, é evidente que o tablet conta com alguns compromissos, como o seu modesto desempenho que é apenas suficiente para tarefas básicas. Também fica a dúvida quanto à política de atualizações da SPC.

Este produto foi cedido para análise pela SPC.

Joel Pinto
Joel Pinto
Joel Pinto é profissional de TI há mais de 25 anos, amante de tecnologia e grande fã de entretenimento. Tem como hobbie os desportos ao ar livre e tem na sua família a maior paixão.
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