Para celebrar os 45 anos de Pac-Man, a Bandai Namco decidiu adaptar a famosa personagem a um universo de ficção científica com a visão arrojada e misteriosa de Shadow Labyrinth. Infelizmente, ninguém se lembrou que também tinham de pensar na jogabilidade.
Era apenas uma questão de tempo até me cruzar com Shadow Labyrinth. Eu sabia que era inevitável, como poderia não ser? Estamos a falar de uma adaptação completamente fora do normal, uma nova visão sobre uma das personagens mais icónicas da história dos videojogos, transportada para um mundo destruído por guerra, mergulhado num ambiente sci-fi onde se é presa ou caçador. Afinal o que seria Shadow Labyrinth? Os trailers mantiveram o mistério. Seria apenas um jogo de ação e aventura? Um metroidvania? E que mecânicas clássicas de Pac-Man seria adaptadas para este novo registo?
As respostas são desapontantes. Shadow Labyrinth é um metroidvania muito seguro, tão mediano que chega a ser ofensivo, com um level design e direção de arte pouco memoráveis ou convidativos. A Bandai Namco apostou tanto no conceito que ignorou a jogabilidade e jogou pelo seguro.
As mecânicas principais são previsíveis, a progressão também e mesmo com a presença de habilidades icónicas de Pac-Man – como a navegação por espaços fechados e a necessidade de devorar os seus inimigos – Shadow Labyrinth faz muito pouco com o género. Não se trata de um jogo difícil ou implacável, antes aborrecido e cansativo por ser tão previsível. Mesmo com a mecânica de devorar, que nos permite ter acesso a recursos que podemos utilizar para comprar itens e habilidades para a nossa personagem misteriosa – apenas conhecida como Número 8 -, esta reinterpretação de Pac-Man e do universo da Bandai Namco não se consegue destacar.
Não é um mau jogo, mas também não é um excelente exemplo do género ou até do que é possível fazer com a personagem: é apenas mediano.
Cópia para análise (versão PlayStation 5) cedida pela Bandai Namco.