É uma das medidas do Plano de Ação para a Comunicação Social, que inclui o fim da publicidade no canal público de televisão.
O Governo português apresentou na manhã desta terça-feira na conferência sobre o Futuro dos Media, em Lisboa, as medidas do Plano de Ação para a Comunicação Social. Ao todo, são 30 medidas que prometem mudar o serviço público de informação.
Uma das principais medidas é o fim da publicidade na RTP, de forma gradual, até 2027. “Entre outras medidas, vamos tomar a decisão de, no espaço de três anos, de forma gradual, acabar com a publicidade na RTP e contextualizar o serviço público na estação com a comunicação social“, disse o Primeiro-Ministro Luís Montenegro, aqui citado pelo Diário de Notícias.
Segundo o mesmo meio, o objetivo do Executivo é “eliminar a publicidade comercial das suas grelhas implementando uma redução de dois minutos por hora em 2025 e 2026“, à semelhança do que já acontece na rádio pública. Esta decisão vai provocar uma redução na receita da RTP de aproximadamente seis milhões de euros por ano, o que totalizará um total de 18 milhões de euros até 2027.
Em vista está também a saída voluntária de até 250 trabalhadores da estação pública de televisão. O objetivo, diz o Diário de Notícias, “passa pela contratação de um novo trabalhador com perfil digital por cada duas saídas“. Esta medida, que pretende “atingir uma gestão eficiente“, vai custar ao Executivo 20 milhões de euros, financiamento “assente em dinheiros públicos“. “A RTP procurará, nos próximos anos, fazer diferente e melhor, sem necessariamente consumir mais recursos. Compete ao Governo incentivar as melhores práticas de gestão e dar todas as condições para que as estruturas de direção e os colaboradores da RTP as possam aplicar“, refere o Executivo.
Luís Montenegro aproveitou ainda para criticar os jornalistas, considerando que os mesmos “não valorizam a sua profissão“. Também a desinformação foi um dos alvos do Primeiro Ministro, nomeadamente aquela que tem por base notícias reais dadas pelos jornalistas: “Aproveitam a capacidade de trabalho dos jornalistas para depois criarem narrativas, muitas vezes com inteligência artificial , para obrigar as pessoas a tirarem conclusões sem interpretarem os dados“.