Hoje estou aqui para vos falar da minha última aquisição para a cozinha e dos passos que me levaram a adquirir uma Sage Barista Express. Sendo que esta máquina é uma das opções “bean-to-cup” da marca e, por isso, já conta com um moinho incorporado que nos permite ter, em poucos passos, um café ao nosso gosto. Mas quão fácil é passar de uma máquina automática para uma manual? E será que vale a pena?
A Sage, também conhecida noutras partes do mundo por Breville, é uma marca de eletrodomésticos que, nos últimos anos, ficou conhecida pela sua proposta de máquinas de café para todos os gostos. O catálogo da marca passa por máquinas automáticas, máquinas “bean-to-cup” que contam com moinho incorporado e máquinas que são apenas isso mesmo, uma máquina de café que necessita de café já moído (sim, a Sage também tem moinhos).
A minha vida, como bebericador diário de café, começou por uma normal máquina de cápsulas da Nespresso. A facilidade de encomendar o café, receber em casa, ter a dose ideal em cada uma das cápsulas e a facilidade que tinha em reciclar as mesmas foram efeitos decisivos. Isso e o facto de uma cápsula ficar a cerca de 0,40€ e uma “bica” custar qualquer coisa como 2,5€ na cidade onde vivo. Escolha fácil eu sei.
Mais tarde, passei da normal máquina de café da Nespresso para uma da gama Vertuo. Esta gama conta com cápsulas maiores, mais caras também, mas com duas vantagens: para além das cápsulas terem tamanhos e quantidades de café específicas para cada tipo de bebida (americano, expresso, expresso duplo, etc), o processo usado para confeção do café passa por uma espécie de centrifugação onde a cápsula gira a velocidades altas, ao mesmo tempo que recebe a água e faz a infusão do café, tornando-o mais suave e com uma nata mais próxima das máquinas de café tradicionais.
Com todas as cápsulas compradas, contas feitas estava a gastar cerca de 80€/mês para um total de 200 cafés tirados, o que acaba por levar o preço de cada café aos tais 0,40€. Nada caro, mas havia uma solução para gastar menos, ter mais liberdade de escolha no café e ainda produzir menos lixo. Tudo coisas boas. Qual era a solução? Uma máquina “bean-to-cup” que me permitisse comprar o grão e ter o mesmo tipo de bebida no fim. Reparem nas contas feitas tendo em conta o tipo de café que tenho agora na máquina: 1Kg de Delta Gran Espresso 80/20 custa-me, por estes lados, cerca de 20€. Sendo que cada café deve levar cerca de 7gr de grão moído, cada quilograma dá para qualquer coisa como 140 cafés. Logo, ao comprar 2Kg, tiro 280 cafés e ainda só gastei metade daquilo que gastava para 200 cafés de cápsula.
Tudo isto para chegar ao momento em que comprei uma máquina “bean-to-cup” automática. Era só meter o café no moinho, carregar no botão para o tipo de café que queria e magia. A máquina usava a quantidade perfeita de café, com a pressão ideal, para me dar o que eu queria. Simples. No entanto, e após experimentar muitos tipos de grão diferentes, percebi duas coisas: a máquina, com todo o seu sistema automático, era muito, mas muito, difícil de limpar. E eu precisava de algo mais. Queria ser eu a preparar o meu café, com o tipo de moagem que queria – dependendo do grão – e queria também ser eu a preparar o leite para bebidas como cappuccinos. Foi aqui que apareceu pela primeira vez a Sage Barista Express.
A máquina “bean-to-cup” da Sage permite escolher entre uma chávena ou duas, programar a quantidade de água para cada uma das opções, contando ainda com 16 tipos de moagem e a possibilidade de receber a quantidade de café moído de forma automática (dá-nos a quantidade de café perfeita para o café que queremos) ou de forma manual, caso queiramos uma experiência mais próxima do café da rua. Para além disto, a Sage Barista Express vem ainda equipada com uma varinha para vapor e um dispensador de água quente para chás ou americanos, por exemplo.
Na caixa, para além do essencial, vêm ainda um pequeno jarro para aquecer leite, uma lamina para retirar os excessos de café moído e 4 tipos de filtros diferentes: dois para café moído na máquina e outros dois para café pré-moído. Máquina ligada, filtro da água no sítio, estava pronto para começar a minha experiência. O início não foi fácil, confesso. Era preciso perceber o tipo de moagem para o grão escolhido, a quantidade de café a usar e qual o melhor filtro a usar para uma chávena ou o usado normalmente para duas.
As doses de café desperdiçadas ainda foram algumas, mas tendo em conta que foi também a minha primeira experiência com uma máquina manual, diria que até podia ter sido pior. Após perceber o tipo de moagem, a pressão necessária e a quantidade de água necessária, consegui finalmente tirar um bom café. Não era muito forte ou muito fraco, nem tinha nata a menos ou a mais. Estava mesmo a roçar a perfeição, perto daqueles que bebemos enquanto encostados ao nosso balcão favorito.
Importa ainda referir que a Sage Barista Express vem equipada com um pequeno ponteiro que indica a pressão que a máquina está a usar para fazer a infusão. O truque é conseguir que, depois dos primeiros segundos de café tirado, a agulha da pressão viaje para o centro do visor. É aqui que se encontra a pressão perfeita para a infusão de café expresso e, assim, conseguir uma “bela bica”.
Depois de dominar q.b. a arte do expresso, deixei também de usar o Aeroccino Barista (máquina da Nespresso que me permite fazer bebidas à base de café e leite, ou até chocolates quentes) e passei a usar simplesmente a varinha de vapor para aquecer e dar textura ao leite, e assim conseguir fazer as meias de leite, os cappuccinos e todas as outras bebidas que possam imaginar. Com o pequeno jarro que vem com a máquina também já me aventurei a fazer um chocolate quente… e até que não ficou mau. Sobre a espuma de leite, ideal para os cappuccinos, posso ainda dizer que uma das bebidas que uso (leite de amêndoa) não costuma fazer muita espuma quando uso o Aeroccino, mas com a varinha de vapor, fica no ponto.
O próximo passo? Aperfeiçoar a arte da espuma de leite e conseguir fazer um cappuccino com o logo do Echo Boomer. Enquanto não chego lá, digo-vos que, se são apreciadores de café – de bom café mesmo -, mas estão presos a uma máquina de cápsulas aí por casa, está na altura de trocar.
Esta Sage Barista Express tem um preço elevado de 729,90€, mas a marca conta com opções mais em conta, embora não tenham moinho incorporado. E lembrem-se das contas que fiz, caso bebam tanto café quanto eu, conseguem poupar uns euros por mês… É que se eu compro o tal lote da Delta a 20€, vocês conseguem encontrar o lote chávena da mesma marca a cerca de 11€/quilo.
Boa tarde. Estava a ler este post e a identificar-me a 100%. Primeiro, Nespresso, depois Vertuo e agora sage barista express… continuo, e 100% igual…meio quilo de Sical para o lixo em experiências. Vamos agora no delta chavena e ainda não acertei no ponto, no entanto bem melhor que o Sical. Com o filtro pressurizado até consigo ótimos resultados,mas queria mesmo era tirar bem com o não pressurizado. Tem alguma dica que me possa facultar? Já fiz com o single basket a tirar 9g de café, com o double basket a tirar 18g, e ainda nada me convenceu. Estou a na moagem nível 2. Outro aspeto é que acho que com o single expresso sai pouco café para uma só pessoa. Se me puder ajudar com umas dicas ficaria extremamente agradecido.
Olá Ricardo, peço desculpa pela demora a responder ao seu comentário!
Em primeiro lugar, sobre a quantidade de café que sai no single é possível ajustar, a melhor forma de explicar é deixar este link para um vídeo da SAGE – https://www.youtube.com/watch?v=2UfShGDOFVU
A moagem vai ser diferente de grão para grão, mas com a Sage Barista express e a usar café Delta Lote Chávena o melhor resultado que consegui foi com o nível 3, o café saia cremoso e com a intensidade ideal. Espero que ajude 🙂