Rock in Rio Lisboa 2018 | The Chemical Brothers – Um verdadeiro assalto aos sentidos

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Há espetáculos que nos prendem desde o primeiro minuto, e a atuação dos The Chemical Brothers é um exemplo disso mesmo. Mais do que simples música, a banda apresenta uma exposição visual incrível, completamente hipnotizante.

“Go” foi o tema eleito para a abertura deste espetáculo – escolha não despropositada pois foi o primeiro single do último álbum Born in Echoes – que acaba por ser muito mais do que um simples concerto. É uma experiência autêntica, do início ao fim. Misturando o género eletrónico com big beat, dance music alternativa e trip-hop (com a sua natureza psicadélica), a banda consegue criar uma sonoridade muito sui generis. Intercalando entre temas que, por si só, já se tornaram históricos na obra dos Chemical Brothers – caso inevitável “Do it Again” do álbum We Are The Night de 2007 (sim… já lá vai uma década), ou indo ainda a hinos mais antigos (“Block Rockin’ Beats”, “Hey Boy Hey Girl” e “Galvanize”) como ainda um cheirinho do que aí virá com a nova “EBW 12”, houve espaço para intrusões à já vasta discografia dos rapazes de Manchester.

Tom Rowlands e Ed Simons, a dupla que forma esta banda, optam por se esconder ao fundo do palco, algo que é já característico dos dois artistas nas suas atuações ao vivo, deixando o destaque dos seus espetáculos ser os efeitos visuais que apresentam, em detrimento de si mesmos. E que espetáculos! Fascinantes, tema após tema, o que se apresenta diante dos olhos do público, puxando por todos os sentidos, sempre com vídeos e efeitos visuais altamente apelativos. Tanto, ao ponto da música em si quase ser secundária, mas fazer ainda mais sentido.

Outra característica dos concertos de The Chemical Brothers: a sensação de continuidade; quase não existe “intervalo” entre as músicas, elas estão sempre ligadas de forma fluída. Uma sensação de expansão – como se sente bem presente nos temas “Escape Velocity” e “Snow/Surface to Air” – é também uma constante.

A música, essa, é feita como que por camadas: começa devagar, de forma básica mas (muito) apelativa, quase previsível… até deixar de o ser, com o acrescentar progressivo de novos sons e batidas. Minimalista conquista-nos até nos assoberbar. E se isto já é arrebatador nos álbuns da banda, ao vivo é ainda melhor, como um exponenciar de sentidos, cada batida que fazia estremecer o chão e entrava no nosso corpo. Isto, com toques psicadélicos de sintetizadores a tocar numa espécie de madness.

No final, a sensação com que sai dum concerto dos The Chemical Brothers é sempre a mesma: um verdadeiro assalto aos sentidos. E o mais impressionante é que a sensação já perdura há uns longos 23 anos.

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