Grande, redondo e incansável, o Roborock Saros 10 chegou para provar que manter o chão da casa impecável não precisa de dar (muito) trabalho.
Somos fãs assumidos da Roborock – e, ao que parece, não estamos sozinhos. A marcas lidera as vendas mundiais de aspiradores robô, e isso não acontece por acaso. A reputação fala por si: produtos fiáveis, eficientes e cada vez mais inteligentes.
E sejamos honestos… em pleno 2025, quem ainda aspira e lava o chão à mão está a perder o seu tempo desnecessariamente. Para quê fazer tarefas que um aspirador robô consegue fazer perfeitamente sozinho? No mercado, já existem muitos modelos que aspiram e limpam o chão, mas há modelos que se destacam da concorrência. É esse o caso do Roborock Saros 10.
Atualmente, a maioria dos aspiradores robô acaba por partilhar funcionalidades semelhantes, com apenas algumas diferenças subtis como o tipo de mopa, se é redonda e gira, ou se é fixa e vibra, como acontece com o Roborock Saros 10. Este modelo, no entanto, destaca-se dos demais pelo uso avançado de inteligência artificial, permitindo-lhe reconhecer obstáculos, detetar manchas e adaptar-se automaticamente a tapetes. Por isso, o essencial ao testar qualquer robô, tal como fizemos com o Roborock Saros 10, é perceber se o aspirador cumpre o que promete, conseguindo limpar tudo o que deve numa sessão, ou seja, se graças à inteligência artificial podemos confiar que a limpeza é completa e eficiente e, sobretudo, não precisa da nossa supervisão constante.
Ao receber o Roborock Saros 10, encontrámos uma embalagem robusta e bem estruturada, contendo o robô aspirador, a base de carregamento RockDock Ultra 2.0, filtros, escovas, panos de limpeza e o manual de instruções para facilitar a configuração e utilização.
Em termos de design, recebemos a versão em branco (também existe em preto), e o que mais nos chamou a atenção foi a combinação do branco com detalhes em cinzento metálico, tanto no robô como na base de carregamento. Este contraste dá-lhe um ar moderno, mas também uma aparência mais elegante e premium. A base, apesar de mais compacta do que outras que já testámos, cumpre perfeitamente a sua função, e isso não afeta a frequência com que é preciso encher o reservatório de água limpa ou esvaziar o de água suja.
A construção do Roborock Saros 10 também parece ser bastante robusta. Embora raramente colida com objetos, nas poucas vezes em que isso aconteceu, não ficou com amolgadelas nem riscos visíveis, o que representa uma melhoria face ao que notámos na versão S6 e, até, no S7 Max V Ultra, modelos que já nos passaram pelas mãos.
O corpo redondo de 35 cm de diâmetro do Roborock Saros é relativamente baixo, com apenas 7,98 cm de altura, o que lhe permite passar por debaixo de muitos móveis, inclusive do sofá que temos aqui em casa, que é bastante baixo. No topo, encontramos a torre LiDAR retrátil, responsável pela navegação e mapeamento da casa, que se ajusta automaticamente em altura graças à tecnologia RetractSense. Ou seja, sempre que o Roborock Saros 10 precisa de limpar debaixo do sofá, por exemplo, o LiDAR desce automaticamente, e assim que sai dessa zona, volta a subir.
Na parte superior do Roborock Saros 10 encontramos três teclas de acesso rápido que permitem controlar o robô sem recorrer à aplicação. Todas as teclas são retroiluminadas, facilitando a identificação mesmo em locais com pouca luz, e respondem de forma imediata ao toque. Sempre que são acionadas, emitem um aviso sonoro e, além disso, uma voz em Português – sim, é mesmo em Português de Portugal! -, indica qual o comando selecionado, garantindo que sabemos exatamente a função ativada em cada momento. A primeira serve para ligar ou desligar, e também para iniciar ou pausar a limpeza a qualquer momento. A segunda ativa o modo de limpeza localizada, útil quando há sujidade concentrada numa área específica e queremos que o aspirador se foque apenas nesse ponto. Já a terceira envia o Saros 10 diretamente de volta à base, seja para carregar, esvaziar o depósito ou lavar a mopa, consoante o que estiver programado naquele momento. Esta tampa superior é presa por ímanes, o que acaba por facilitar bastante a sua remoção. Ao levantá-la, conseguimos ver o depósito de água e pó, que estão embutidos e são automaticamente esvaziados e reabastecidos pela RockDock Ultra 2.0. Um detalhe curioso é que, nesta versão, o depósito do lixo é mais pequeno do que em modelos anteriores, com cerca de 270ml, o que faz com que o robô tenha de regressar à base mais vezes para esvaziar, acabando por interromper ligeiramente o ritmo da limpeza.
Na parte frontal, está integrada uma câmara RGB com sistema de iluminação e sensores verticais e laterais. É aqui que entra a Reactive AI 3.0, que identifica obstáculos em tempo real e ajusta o percurso com grande precisão.
Na parte inferior do robô, destaca-se a escova principal em borracha, a DuoDivide, pensada para lidar com vários tipos de pavimento e, acima de tudo, evitar que cabelos se enrolem ou fiquem presos. O design é engenhoso: a escova está dividida em duas secções que direcionam a sujidade para o centro, onde se encontra o bocal de aspiração. Esta solução revela-se especialmente útil em casas com animais ou com pessoas de cabelo comprido, onde os fios no chão são uma constante. Ainda existe uma escova lateral rotativa, a FlexiArm, localizada do lado direito, que serve para limpar bordas e cantos com maior precisão, com duas hastes rotativas – em vez das três habituais encontradas em modelos anteriores. Do lado direito temos ainda uma mopa mais pequena lateral, com a mesma função que a FlexiArm, mas para limpeza. Um dos pontos mais positivos é que o sistema anti-emaranhamento funciona de forma exemplar. Até agora, praticamente nenhum cabelo, pelo ou outro tipo de fio ficou preso nas rodas ou escovas do aspirador, algo que nunca vimos em outros modelos que já testámos.
É também nesta área que encontramos dois pontos de contacto para carregamento automático na base, bem como o sistema de lavagem VibraRise 4.0, com uma mopa removível vibratória que vibra até 4.000 vezes por minuto, destacando-se de forma simples: basta puxar o velcro e deslizar para o lado. Se for para remover completamente o aparelho de limpeza, basta pressionar um botão lateral laranja.
Quando o Roborock Saros 10 está na base e só com o modo de aspiração ativo, a mopa fica guardada e o aspirador parte sem a dita cuja. E por falar em mopa, nota-se que é bastante pesada, o que acaba por tornar o Roborock Saros 10 um pouco mais pesado que outros modelos. Mas é também essa pressão extra permite uma limpeza mais eficaz para certos tipos de manchas.
Inclui também uma roda omni-direcional com uma pequena escova incorporada, que tem a função de ir limpando a própria roda enquanto o robô trabalha, evitando que fique suja ou que acumule resíduos no seu interior. Na prática, esta solução facilita muito, pois impede que precisemos de usar uma tesoura, por exemplo, para remover resíduos presos nas rodas, uma tarefa incómoda e muitas vezes difícil de fazer.
No fim de contas, todas estas funcionalidades permitem que o Roborock Saros 10 se adapte perfeitamente ao tipo de chão que está a aspirar. Aqui por casa não temos tapetes, por isso o Roborock Saros 10 só limpou o chão flutuante, mas surpreendeu-nos quando subiu uma pequena base do duche de 3 cm que temos na casa de banho, mesmo não sendo essa a sua função principal. Para testar melhor, colocámos um tapete pequeno, que também conseguiu ultrapassar ao retrair as mopas, graças a um sistema elevatório que garante que o aspirador eleva as mopas automaticamente quando deteta que está a passar por cima de um tapete, evitando assim humedecer esse tipo de superfícies. Este mecanismo é rápido e silencioso, voltando a baixar assim que regressa ao chão duro, o que promove uma limpeza mais fluida. Outra situação em que este sistema mostra bastante utilidade é quando, no final da limpeza, o robô regressa à base e a mopa mantém-se elevada, garantindo assim que não arrasta sujidade ou deixa um rasto de humidade pelo caminho.
Ainda relativamente à sua função de limpeza com mopa, a tecnologia VibraRise 4.0 surpreendeu-nos pelo seu poder de ação. Confessamos que antes preferíamos mopas rotativas individuais, mas como é possível personalizar a frequência com que a mopa se auto-lava (por exemplo, após a limpeza de cada divisão do espaço) e controlar a intensidade da limpeza, o chão fica realmente impecável, sem qualquer necessidade de usar esfregonas ou outro tipo de mopas, sobretudo se não houver manchas mais escuras ou pegajosas.
Durante a aspiração e lavagem, o Saros 10 faz algum ruído, mas nada fora do comum, sobretudo em modo silencioso, onde chega até aos 52 dB. A maior diferença que notámos até foi mais no esvaziamento na base Rockdock Ultra 2.0, que é muito mais silenciosa, com os seus 72 dB, comparada a modelos anteriores, que tinham um barulho mais intenso durante o esvaziamento. Embora não seja uma característica essencial, esta redução de ruído acaba por ser útil para quem tem horários restritos ou crianças pequenas, já que torna mais fácil colocar o aspirador a funcionar sem incomodar. O tempo de limpeza da mopa na estação ainda demora alguns minutos, o que prolonga a duração total do ciclo do Roborock Saros 10, mas, em compensação, a mopa fica realmente bem limpa e raramente é preciso lavá-la na máquina. É importante destacar que, na base, por baixo do local onde a mopa fica quando o aspirador está estacionado, existe uma escova que realiza uma limpeza com movimentos mais eficazes, auxiliada com água aquecida até 80ºC, para garantir que todas as nódoas são mesmo removidas.
A base do Roborock Saros 10, a RockDock Ultra 2.0, tem um formato muito compacto, como já referimos anteriormente, com cerca 409x440x470mm, e apresenta na parte frontal dois pontos de contacto para o carregamento automático do robô. Estes pontos estão protegidos por uma superfície lisa que evita o acúmulo de poeira.
Ainda nesta zona inferior, além da escova embutida também já referida, integra ainda um sistema automático que esvazia o depósito de água suja e enche o reservatório de água limpa, contando com um pequeno tubo de escoamento que pode ser removido para limpeza manual. Pela nossa experiência, quanto mais cuidadosa for esta manutenção do equipamento por parte do utilizador, maior será a durabilidade e eficiência do mesmo, embora no caso deste modelo concreto a limpeza manual seja necessária com menos frequência graças à sua própria auto-manutenção, que acaba por ser extremamente eficaz.
Na zona frontal da RockDock Ultra 2.0 existe uma “gaveta” que se abre facilmente com um clique e que dá acesso ao saco do lixo, que possui ainda um filtro atrás do mesmo. Ao lado, encontramos um pequeno reservatório para o detergente (recomendado pela Roborock), o que se revela muito mais prático do que adicionar o detergente manualmente, já que evita erros de dosagem.
Na sua parte superior tem uma tampa que, ao abrir, permite retirar os depósitos de água suja e água limpa, onde é armazenada a água usada e a água lavada, respetivamente. Com cerca de 4L cada um, são fáceis de identificar pelos símbolos nas tampas: uma exibe uma gota azul de água limpa, e a outra uma gota branca com detritos. Para terminar, a rampa que ajuda o Roborock Saros 10 a entrar na RockDock Ultra 2.0 tem dois caminhos com relevo, um de cada lado, o que facilita a subida e o posicionamento do robô. Embora às vezes ele se atrapalhe durante o processo, no final consegue sempre voltar à base. Para lavar a rampa, basta removê-la e passar por água, já que esta tende a acumular algum pó e pequenos detritos ao longo do tempo.
Se, durante o processo de auto-lavagem na base, o Roborock Saros 10 detetar que a mopa ainda está demasiado suja, o sistema inteligente da base pode enviar automaticamente o aspirador de volta para repetir a limpeza. Este comportamento mostra bem como o robô não se limita a cumprir uma ordem básica, mas está equipado com sensores e algoritmos que o ajudam a avaliar a eficácia da limpeza em tempo real e a agir em conformidade, sem ser necessária qualquer intervenção manual.
Relativamente à aplicação Roborock, esta é uma ferramenta indispensável para tirar o máximo partido do Roborock Saros 10. Intuitiva e fácil de usar, permite controlar o aspirador remotamente, agendar limpezas, definir zonas de exclusão e ajustar modos de aspiração e lavagem, como de resto é habitual nos outros aspiradores da marca. A ligação ao Roborock Saros 10 é feita de forma rápida e sem complicações, permitindo começar a utilizá-lo quase de imediato.
O primeiro mapeamento foi feito de forma extremamente rápida, com uma duração de 20 minutos, em que foram definidas corretamente as diversas zonas do espaço em si, bem como algumas mobílias maiores. Através do mapa interativo criado do espaço a ser limpo, é possível visualizar em tempo real a zona que o robô está a limpar, logo podemos acompanhar o progresso da sessão. Outras funcionalidades permitem ajustar a intensidade da aspiração, a vibração da mopa e o volume de água, adaptando-se assim a diferentes tipos de piso, seja para libertar mais água em azulejos ou menos quando é chão de madeira.
Na aplicação, existe ainda uma outra funcionalidade particularmente útil para quem tem chão de madeira ou flutuante, para além do controlo do fluxo de água: é possível programar o Roborock Saros 10 para aspirar no sentido do padrão do pavimento. Isto significa que o percurso do aspirador pode ser ajustado para seguir a direção do grão natural do chão, em vez de ir contra ele. No nosso caso, tendo chão flutuante, acaba por ser um detalhe útil não só a nível visual (já que evita marcas desalinhadas), mas também na eficácia da limpeza, pois o movimento acompanha as pequenas irregularidades e ranhuras do material, permitindo uma aspiração mais minuciosa, e garantindo, ao mesmo tempo, que o chão não fica danificado.
Sempre que está em funcionamento, a aplicação envia notificações sobre o estado do dispositivo, alertas de manutenção e atualizações de firmware. No entanto, desde que começámos a utilizar o Roborock Saros 10, este recebeu apenas uma atualização, o que tanto pode representar um ponto menos positivo deste aspirador robô… ou a equipa de programadores não descobriu mais bugs ou funcionalidades que possa acrescentar. Outro ponto menos positivo prende-se com o facto de só ser possível criar até 10 zonas de exclusão, o que pode ser limitador para quem tem uma casa maior e quer restringir várias áreas. Ainda assim, essas zonas proibidas funcionam perfeitamente, garantindo que o Roborock Saros 10 não entre onde não deve.
No fundo, a aplicação é o verdadeiro centro de comando do Roborock Saros 10, onde podemos personalizar e controlar o aspirador exatamente ao nosso gosto. No nosso caso criámos zonas específicas para que o robô evite certos espaços, como áreas onde a nossa cadela costuma comer ou descansar. Uma das funcionalidades mais divertidas que descobrimos é o uso da câmara e do microfone integrados no aspirador, que usamos para falar com a nossa cadela à distância, o que às vezes é útil para acalmá-la quando não estamos por perto ou, simplesmente, para ver as suas reações enquanto o Roborock Saros 10 anda a trabalhar.
Ainda na aplicação, temos a aba Manutenção que nos mostra o tempo restante, em horas, para substituir componentes como filtros, escova principal ou escova lateral. Nas definições, é possível configurar diversos parâmetros da RockDock Ultra 2.0, como o intervalo de lavagem da mopa (por tempo ou por divisão), o tipo de lavagem (profunda com água quente ou mais superficial à temperatura ambiente) e até se queremos adicionar solução de limpeza. Costumamos deixar estas opções em modo inteligente, para que o sistema ajuste automaticamente o volume de água e a duração da lavagem conforme o grau de sujidade da mopa. Também é possível definir a frequência com que o depósito do lixo é esvaziado, algo útil para adaptar conforme a limpeza necessária. Após cada lavagem, a mopa passa por um ciclo de secagem de até 60ºC para evitar maus odores, e essa duração também pode ser ajustada na aplicação. No geral, este sistema funciona muito bem, e raramente sentimos necessidade de retirar a mopa para a lavar na máquina.
A aplicação também permite aceder ao histórico completo das limpezas já realizadas, podendo selecionar qualquer sessão para ver em detalhe o percurso feito pelo aspirador, as zonas por onde passou, o padrão de limpeza utilizado, o tempo total da tarefa e a área que conseguiu cobrir. Para quem tem muitos objetos espalhados pela casa ou animais de estimação, o sistema de evitamento de obstáculos reativo é especialmente útil, recorrendo à inteligência artificial para desviar-se de forma precisa e reduzir o risco de acidentes. É até possível registar fotos desses obstáculos, que depois podem ser visualizadas ao tocar nos respetivos ícones no mapa. Existe ainda a opção “Menos Colisão”, que, ao ser colocada em modo sensível, aumenta o cuidado com os objetos, embora possa reduzir ligeiramente a eficiência da limpeza.
No mesmo menu encontramos a função “Animal de Estimação”, que reconhece gatos e cães para ajustar o percurso e ser mais cuidadoso na sua aproximação. Tal como no caso dos obstáculos, também aqui é possível registar fotos. Na nossa experiência com a nossa cadela, o Roborock Saros 10 manteve-se sempre alerta, desviando-se quando era preciso, e nunca tivemos problemas, sobretudo tendo em conta que já vimos casos de outros robôs prenderem a cauda de cães, e é a pensar nesses casos mais extremos que devem selecionar o modo Pet. Este modo, embora pensado para casas com animais de estimação, acaba por tornar o aspirador mais cauteloso no geral, tornando-se uma boa solução mesmo para quem não tem animais de estimação e quer garantir que os seus objetos não sofrem nenhum dano.
Outra funcionalidade interessante presente na aplicação é o SmartPlan 2.0, que basicamente funciona como um sistema de planeamento inteligente capaz de ajustar a limpeza de forma automática, sem termos de estar constantemente a alterar definições. Este modo analisa o mapeamento da casa e aprende com as limpezas anteriores, adaptando não só o percurso, como também a potência de sucção e a quantidade de água utilizada na mopa, tudo de forma dinâmica e em tempo real. Na prática, isto significa que o aspirador consegue, por exemplo, perceber que a cozinha precisa de uma limpeza mais intensa e optar por um padrão cruzado para garantir que não fica pó ou gordura no chão, enquanto noutras divisões pode seguir um percurso mais simples e rápido.
O Roborock Saros 10 vem equipado com o sistema LiDAR (Light Detection and Ranging), uma tecnologia de mapeamento e navegação que acaba por funcionar como os “olhos” do aspirador. O seu modo de funcionamento é bastante complexo, já que projeta um feixe de luz invisível para medir distâncias com grande precisão e, dessa forma, criar um mapa 3D detalhado de todas as divisões. Esta é, aliás, a principal vantagem do Roborock Saros 10: combinar o mapeamento LiDAR com inteligência artificial avançada, que processa os dados em tempo real. Ou seja, não se limita a evitar obstáculos – o aspirador robô identifica que objetos baixos e estreitos, como cabos, não devem ser puxados, enquanto outro tipo de coisas, como chinelos, são contornados. Embora não seja infalível e, por vezes, suba a base das pernas da secretária que temos no escritório, apresenta ainda assim uma clara vantagem face a outros modelos que já testámos. O sistema LiDAR é extensível, graças à tecnologia RetractSense, que deixa ajustar ligeiramente a sua posição para melhorar a leitura em locais baixos ou com ângulos difíceis, permitindo ainda navegar com mais precisão e evitar choques desnecessários, mesmo em divisões complexas. Para limpar debaixo do sofá, o Roborock Saros 10 baixa automaticamente o sensor, sem falhas. Em comparação com sistemas que usam apenas câmaras, o LiDAR mantém a precisão mesmo no escuro, acionando automaticamente uma luz auxiliar em áreas pouco iluminadas. É uma opção interessante para limpezas noturnas, especialmente para quem não tenha vizinhos no andar de baixo.
Para colocar à prova o sistema de evitamento de obstáculos, espalhámos pelo chão vários objetos, incluindo cabos, carregadores, comandos, sapatos e, até, panfletos. O Roborock Saros 10 conseguiu desviar-se de todos sem dificuldades… exceto do panfleto, provavelmente por ser demasiado fino. No geral, é muito eficaz a detetar e evitar obstáculos, mas, tal como acontece com outros robôs, objetos muito planos ou leves, como uma folha de papel, podem passar despercebidos.
Um ponto curioso é que o robô aspirador não identifica a base das pernas da secretária como um obstáculo, acabando por subir ligeiramente sobre elas, o que, por um lado, não é mau, já que permite aspirar o pó que se acumula nessa zona, mas, por outro, acaba por ficar preso e a fazer alguma força para se libertar. Esta situação, além de pouco prática, não é benéfica para as engrenagens do Roborock Saros 10.
O aspirador também é capaz de subir para a base de duche, tal como referido anteriormente, e por isso mesmo fomos “obrigados” a criar uma zona interdita na aplicação para evitar que tal aconteça mais vezes.
Durante a aspiração, nota-se que o Roborock Saros 10 tem bastante cuidado para não colidir com objetos. Aproxima-se de forma precisa e controlada, evitando qualquer impacto brusco. No caso dos rodapés, encosta-se apenas o suficiente para garantir que aspira junto à parede, mas sempre de forma subtil e delicada, sem causar marcas ou desgaste. Isto é possível também graças a dois elementos importantes para melhorar a navegação em ambientes mais apertados ou complexos: o Upward Range Finder e o Top Contact Sensor.
O Upward Range Finder é um sensor que aponta para cima e mede distâncias verticais, ajudando o aspirador a perceber se pode, ou não, passar por baixo de móveis, prateleiras ou outros obstáculos suspensos. Assim evita ficar preso ou bater na parte superior, algo que acontece com frequência em aspiradores que apenas analisam o espaço ao nível do chão. Já o Top Contact Sensor funciona como uma “almofada de toque” na parte superior do robô. Quando o Roborock Saros 10 toca suavemente na parte inferior de um móvel ou estrutura, o sensor deteta o contacto e indica ao sistema que deve recuar ou ajustar a rota. Muito útil para proteger tanto o equipamento, como os móveis, evitando riscos, arranhões ou danos na estrutura do aspirador.
O Adaptilift Chassis do Roborock Saros 10 é outro sistema que ajusta automaticamente a altura da parte frontal do aspirador, permitindo que se adapte ao tipo de piso ou obstáculo que encontra. Quando está a aspirar tapetes ou carpetes mais espessas, o chassis eleva-se ligeiramente para manter a escova principal na posição ideal e evitar que fique demasiado pressionada contra a superfície. Já em pisos duros, baixa-se para garantir uma sucção mais próxima e eficaz.
Outro ponto importante é que, graças a este sistema, o Roborock Saros 10 consegue ultrapassar obstáculos até 4 cm de altura, como soleiras, bases de tapete mais espessas ou pequenas divisórias entre divisões, sem ficar preso. Esta flexibilidade não só melhora o desempenho de limpeza, como também ajuda a evitar encravar-se em saliências e a reduzir o desgaste das escovas e rodas.
Como seria de esperar, o Roborock Saros 10 também pode ser controlado por voz, o que acaba por ser bastante prático para quem já tenha assistentes virtuais integrados no dia a dia. É compatível com Alexa e Google Assistant, permitindo assimilar comandos simples como iniciar ou parar uma limpeza, enviar o robô para um determinada divisão ou mesmo mandá-lo regressar à base. Na nossa experiência, o reconhecimento de comandos foi rápido e sem falhas, desde que o assistente estivesse corretamente configurado e na mesma rede. O comando por voz no Roborock Saros 10 funciona apenas em inglês e é ativado com a frase “Hello Rocky”, seguida do comando desejado. A resposta é rápida, sobretudo quando se tratam de comandos já pré-definidos na aplicação; caso contrário, o aspirador indica que não compreende a instrução. Um exemplo interessante é o comando “Clean here”: ao ouvi-lo, o Roborock Saros 10 solicita que o utilizador permaneça no local, desloca-se até lá e realiza a limpeza da zona indicada. É necessário que o utilizador esteja dentro do seu campo de visão para que o processo funcione. Após concluir a tarefa, o robô aguarda novas instruções (sempre precedidas de “Hello Rocky”) e regressa à base caso lhe seja pedido. É uma daquelas funções que não é essencial, mas que, depois de usar algumas vezes, percebemos que facilita imenso certas situações do dia a dia.
Falando agora em termos práticos do seu desempenho, o poder de sucção do Roborock Saros 10 conta com uns impressionantes 22.000 Pa, um valor que o coloca entre os aspiradores robô mais potentes do mercado. Isto permite que detritos mais leves e pequenos sejam mais facilmente apanhados pelo Roborock Saros 10 numa só passagem, como pó, cabelos e pelos de cão. Além disso, em conjunto com a inteligência artificial, o Roborock Saros 10 adapta automaticamente o nível de sucção conforme o tipo de piso, otimizando a limpeza sem gastar bateria desnecessariamente. E por falar em bateria, o Sarus 10 conta com uma bateria de 6400 mAh carregável em cerca de 150 minutos, graças ao modo de carregamento rápido. O sistema é inteligente, carregando apenas o suficiente para que o robô conclua a limpeza caso a bateria termine antes da tarefa estar concluída, evitando longos períodos de espera. Com o apoio do LiDAR extensível e da tecnologia Reactive AI 3.0, o Sarus 10 otimiza o planeamento de rotas, evitando percursos desnecessários, o que ajuda a prolongar a sua autonomia. Naturalmente, a duração varia consoante o tipo de piso, a área a limpar e o nível de sujidade. No nosso caso, consegue aspirar e lavar 65 m² em cerca de 80 minutos.
Relativamente à lavagem do chão com a sua mopa vibratória, consideramos que o Roborock Saros 10 faz um excelente trabalho no dia a dia, sobretudo para manter o chão limpo e remover pequenas manchas sem esforço. É particularmente eficaz em limpezas gerais e rápidas, deixando o piso com bom aspeto e uma sensação de frescura muito agradável no final de cada sessão. No entanto, quando se trata de sujidades mais difíceis, como manchas pegajosas ou muito escuras, o desempenho já não é tão impressionante. Nestes casos, acaba por necessitar de várias passagens para obter um resultado satisfatório e, mesmo assim, pode deixar algum resíduo. Num dos nossos testes, por exemplo, colocámos um pingo de mel no chão e, após várias passagens, ainda notámos que a área permanecia ligeiramente pegajosa.
Quando o teste foi feito com manteiga de amêndoa, o Roborock Saros 10 conseguiu remover uma boa parte da sujidade, mas não totalmente. Foi necessário passar um papel no final para eliminar por completo os resíduos que ficaram agarrados ao chão. Apesar de recorrer ao sistema Adaptilift, que eleva a parte da frente para permitir que a traseira exerça mais pressão e limpe com maior intensidade quando deteta uma mancha no chão, nem sempre isso garante que a área fique totalmente limpa. Um detalhe interessante é que a pequena mopa redonda secundária acaba por trabalhar independente da mopa principal, isto é, só desce e trabalha quando deteta cantos, garantindo assim que estes ficam bem limpos.
Aqui no Echo Boomer, o Roborock Saros 10 já é carinhosamente conhecido como Saurus, em homenagem a um dos nossos dinossauros favoritos, o T-Rex. Tal como este predador de topo, o Sarus 10 está também no topo na categoria de aspiradores robô que combina eficiência com uma poderosa potência de sucção, mopa vibratória e sistemas inteligentes de deteção e planeamento, tornando-se facilmente, num dos melhores aspiradores que já testámos.
O Roborock Saros 10 não só cumpre com a sua limpeza numa sessão apenas, como ainda garante que esta é realmente eficaz e independente, sem precisar da nossa constante supervisão. Como bónus, a RockDock Ultra 2.0 é uma das bases mais compactas e silenciosas que experimentámos, sendo atualmente a nossa favorita. Apesar de algumas limitações, como o comando por voz apenas em inglês e a dificuldade com manchas mais persistentes, o Roborock Saros 10 conquistou definitivamente um lugar de destaque no nosso dia a dia.
O único senão? O seu preço. Muitas lojas vendem este Roborock Saros 10 por praticamente 1.500€, mas conseguimos encontrá-lo em lojas como a PcComponentes por pouco mais de 1.300€. Não é, definitivamente, um valor para todas as carteiras, mas é daqueles casos em que a qualidade realmente se paga.
Este dispositivo foi cedido para análise pela Roborock.