Rota Turística e Gastronómica dos Queijos do Centro do País: acompanhem-nos no segundo dia

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Após termos contado o primeiro dia do roteiro, podem ler agora o segundo “diário de bordo”, onde deixamos a região DOP Serra da Estrela e seguimos viagem para a região DOP Beira Baixa.

Portugal tem mil e uma maravilhas para descobrir por todo o país. E eu fui explorar algumas pelo centro do país, nomeadamente o queijo da região centro, queijarias e a indústria dos lanifícios. Apresento-vos um dos possíveis roteiros dentro da Rota Turística e Gastronómica dos Queijos do Centro do País, neste caso, um roteiro de três dias.

Antes de passarmos ao segundo dia da viagem, podem ler aqui o resumo do primeiro dia, passado na região da Serra da Estrela, para que não percam pitada. Já leram? Então vamos começar o segundo dia deste roteiro inserido na Rota do Queijo da Região Centro do País.

Dia 2: Regiões DOP Serra da Estrela e DOP Beira Baixa

New Hand Lab

Chegámos perto das 10 horas ao New Hand Lab, na Covilhã. Outrora uma fábrica de lanifícios, que funcionou de 1852 até 2002, o edifício foi recuperado e reconvertido naquilo a que podemos chamar um espaço onde a cultura, a arte e a lã se encontram.

Após fazermos uma curva bastante apertada na Rua Mateus Fernandes, saltou à vista um rio, ou um desvio do rio, e uma pequena cascata. Só depois dei conta da fachada da fábrica que esconde um espaço curioso, mas de sonho. Recebeu-nos Francisco Afonso, administrador e filho de Júlio da Silva Afonso, o dono da fábrica e antigo designer têxtil, mas não foi por isso que teve a vida facilitada. Confessou-nos, entre alguns risos, que passou por todos os trabalhos possíveis de ali fazer e que o pai fazia questão de puxar mais por ele do que pelos restantes funcionários.

Explicou-nos que o espaço se manteve encerrado até 2018, data em que reabriu como New Hand Lab, após o desafio do Turismo de Portugal a que abrisse ao público. Um coletivo de autores foi convidado a dar vida a este espaço, que agora agrega o turismo, a criatividade e a cultura num só local.

O New Hand Lab tem em permanência seis criadores: Ana Paula Almeida, João Rui Frade, JP, Luís Mouro, MEG e Miguel Gigante. Além destes, outros criadores são convidados a espalhar a ter residência artística por lá e a espalhar a sua arte pelo espaço, quase que literalmente – podemos encontrar peças em toda a parte da antiga fábrica. A arte criada no New Hand Lab tem uma particularidade: é criada com lã original da antiga fábrica, ou seja, há obras cuja matéria-prima tem, no mínimo, 20 anos.

Além da arte, o New Hand Lab recebe concertos, cinema e até pode ser o local do vosso próximo jantar de negócios, pois tem serviço de catering quando requisitado. A mesa é posta junto às ruínas daquela que se supõe ser a primeira fábrica de lanifícios da zona. A “Herança”, como é chamada, está à vista dos visitantes, mas sabe-se que há mais por descobrir debaixo do piso por onde passaram dezenas ou centenas de funcionários durante mais de um século de história.

O espaço providencia visitas guiadas todos os dias, exceto ao domingo, por 10€ por pessoa, sendo gratuitas até aos 10 anos.

BeiraLacte

A viagem seguiu para o Fundão, onde visitámos a BeiraLacte, mais uma das muitas queijarias que fazem parte da Rota dos Queijos e que têm experiências para oferecer aos visitantes. Após percorrermos o caminho até à freguesia de Alcaria, no Fundão, foi Roberta Godinho, filha do dono da queijaria, quem nos recebeu no átrio da fábrica. A BeiraLacte existe naquele local há cerca de 30 anos e é uma unidade de produção artesanal de queijo bastante familiar.

Cada um dos produtos feitos na fábrica da família de Roberta Godinho tem como matéria-prima, maioritariamente, leite da região demarcada da Beira Baixa. E uma das suas principais características é serem feitos com leite cru. Na BeiraLacte são produzidos três queijos da Beira Baixa DOP: o queijo amarelo, o queijo Castelo Branco e o queijo Picante; os dois primeiros têm, também, a versão Merendeira.

A BeiraLacte permite visitas, mas apenas ao sábado e devem ser agendadas com antecedência. Incluem prova comentada. Podem obter mais informações no site oficial da queijaria.

Museu do Queijo

Em Peraboa, uma pequena aldeia a cerca de 14km da Covilhã, fomos visitar o Museu do Queijo. A origem do museu é desconhecida e dá azo a várias teorias, mas a sua missão é única: homenagear todos os homens e mulheres que se dedicaram à pastorícia e, sobretudo, o protagonista deste roteiro, o queijo.

No Museu do Queijo pudemos ficar a conhecer ainda mais sobre o processo de fabrico do queijo Serra da Estrela, e sobre a vida do antigamente, dos pastores e das gentes que por aquela zona passaram.

Quem nos recebeu foi Paula Morais, uma mulher viajada, culta e que demonstrou, ao longo de toda a visita, uma paixão infindável pelo assunto e por ensinar. E melhor do que conhecer a história, é provar os queijos, algo que é, também, possível aos visitantes.

Paula Morais foi uma anfitriã de excelência, cativou e entreteve durante toda a visita. É, sem qualquer dúvida, uma experiência interessante, divertida e rica para toda a família. Por 5€ por pessoa, as visitas são guiadas e incluem degustação. Podem encontrar mais informações na seção dedicada a este museu único no país do site Visit Covilhã ou no Facebook.

Restaurante Cabra Preta

Chegou-se a hora de almoço. E neste segundo dia do roteiro, foi no Restaurante Cabra Preta, em Castelo Branco. O espaço fica no centro da cidade, e a sala de refeições, bastante acolhedora, é no piso superior. O restaurante prima por um ambiente familiar, o que se reflete também na comida.

Os olhos também comem”, sempre ouvi dizer. Mas, no Cabra Preta, não foi só a bonita mesa preparada para nos receber com queijos, frutos secos e produtos da região, que nos saciou e surpreendeu. A mistura improvável de sabores marcou a nossa refeição, especialmente a sobremesa, que foi, sem dúvida, o ponto alto. Pena que não posso revelar mais sobre a mesma, pedido especial da Chef Alice de Almeida. É um segredo que, se depender de nós, vai manter-se bem guardado. Mas aconselho a alinharem na pequena brincadeira que o Cabra Preta prepara para os clientes.

A acompanhar a bonita mesa de receção estavam outras entradas como enchidos ou azeitonas, para que pudéssemos preparar o estomago para o que aí viria.

Sem querer tirar o protagonismo à sobremesa, devo mesmo destacar o primeiro de dois pratos principais une o que, à primeira vista, seriam dois opostos: o mar e a montanha. Provámos o Polvo Glaceado com Queijo da Serra, e prometo que – como pessoa que não gosta assumidamente de polvo – o Queijo da Serra dá um toque especial ao sabor de uma forma fantástica. Para o segundo prato a opção foi borrego. Bastante agradável, saboroso e de tal maneira tenro que se podia cortar com uma colher.

Podem informar-se mais sobre o Restaurante Cabra Preta nas páginas de Instagram e Facebook, e quando passarem por Castelo Branco, reservem uma mesa e experimentem por vocês mesmos.

Foi também à mesa do Cabra Preta que conversei com Paula Fazenda e Cristel Domingues, da Inocluster e responsáveis pela Rota que percorremos. Há muito a saber, mas a conversa fica para um próximo artigo.

Castelo Branco e Vila Velha de Ródão

O que restou da tarde foi passado em passeio. Primeiro a bordo de um tuk-tuk da empresa Beira Tours pelos principais ex libris de Castelo Branco.

O nosso motorista temporário foi Francisco Grilo, que nos levou a conhecer vários dos encantos da cidade, como o Jardim do Paço ou Castelo, onde terminámos com uma incrível vista sobre Castelo Branco. Não se trata apenas de uma viagem por vários pontos bonitos; é também um passeio de aprendizagem. Com Francisco percorremos as ruas da cidade, mas também a história da mesma.

Se quiserem uma forma diferente de passear, podem espreitar o site da Beira Tours e contactar.

Seguimos para Vila Velha de Rodão, onde nos aguardava um inesquecível passeio de barco pelo Rio Tejo, onde passámos pelas Portas de Ródão, durante um pôr-do-sol que, provavelmente, entra para o top 3 dos mais bonitos que já vi.

Terminado o passeio de barco, seguiu-se um jantar livre, e o check in no hotel Amoras Country House, em Proença-a-Nova, onde passamos a noite. Amanhã acorda-se cedo, há mais a descobrir, desta vez em Penela.

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