E antes disso, quer ter um serviço de comboios para ligar a Extremadura a Évora.
No passado mês de julho, a Renfe tinha feito um balanço do primeiro semestre da linha ferroviária na região da Extremadura, analisando também os planos futuros a curto prazo da empresa para esta região autónoma.
Ora, embora para muitos portugueses a Renfe não represente nada de significativo de momento, a verdade é que a empresa prevê um novo serviço transfronteiriço internacional que ligará a Extremadura à cidade portuguesa de Évora. Mas para isso acontecer, será necessário esperar pela conclusão do troço Évora-Elvas, a ficar concluído algures em 2024/2025.
Nesse mesmo mês, a Renfe dizia-se interessada em operar de forma independente no mercado português, e não em parceria com a CP (como ainda acontece com o comboio Celta, que liga o Porto a Vigo). A empresa espanhola tem nos planos explorar um serviço de passageiros entre Corunha, Santiago de Compostela, Vigo, Porto e Lisboa, havendo ainda a hipótese de avançar com uma ligação entre as duas capitais ibéricas (Madrid-Lisboa). E agora, eis que temos mais novidades sobre isto.
De acordo com o jornal La Información, o plano é avançar com esses serviços em 2026. Para isso, a Renfe terá de efetuar um investimento inicial de 15 milhões de euros para adaptar parte do seu material circulante aos requisitos técnicos da infraestrutura ferroviária portuguesa, a fim de obter a sua posterior homologação.
O plano da empresa espanhola é utilizar dois modelos diferentes de comboios. Um elétrico da série 120, para serviços com várias paragens, e um comboio duplo elétrico-diesel da série 730, para percursos não eletrificados. O elétrico da série 120 poderá ser utilizado para um serviço entre Lisboa e Porto, que eventualmente se estenderá à Corunha, após paragem em Santiago de Compostela, Pontevedra e Vigo. Prevê-se duas frequências diárias deste serviço.
A outra possibilidade em cima da mesa é lançar um serviço diário entre Madrid e Porto, via Medina del Campo (Valladolid) e Salamanca. Aqui serão utilizados os comboios duplos.
Mas a tarefa não vai ser fácil para a Renfe. A começar pela tensão eléctrica da catenária portuguesa, que tem uma tensão de 25kV em corrente alternada, em comparação com os 3kV em corrente contínua da rede convencional espanhola. Esta problemática somente será resolvida nos próximos anos.
A outra questão a ultrapassar está relacionada com o sistema de sinalização. Em Portugal, as vias estão equipadas com o leitor de sinais Convel, mas como é um sistema antigo, terá de ser traduzido para outro sistema, o ERTMS, que somente chegará em 2025… na melhor das hipóteses.