Adquirir um imóvel já remodelado encarece o preço em 20%, no mínimo.
O aumento da oferta de habitações prontas a habitar é uma necessidade urgente em Portugal, onde o acesso à habitação enfrenta uma crise considerável. Para responder a esta procura crescente, tanto a construção de novas casas como a renovação de imóveis usados surgem como soluções viáveis. Investir na renovação de uma casa antiga, especialmente em regiões como Lisboa, Faro e na Madeira, pode valorizar significativamente o imóvel, com aumentos de valor a rondar os 30%, segundo os dados mais recentes do idealista/data.
A expansão do parque habitacional é uma prioridade para o Governo e para o setor privado, com novas construções já em andamento. No entanto, as habitações mais antigas, muitas das quais têm mais de 30 anos, também apresentam grande potencial. Se forem renovadas, estas casas podem proporcionar alojamento a milhares de famílias e ajudar a mitigar a escassez habitacional. Este movimento é incentivado pelo Governo e pelas autarquias, mas também por famílias que procuram melhorar o conforto e a eficiência energética dos imóveis, ou aumentar o seu valor antes de os venderem ou arrendarem.
Investir na renovação de um imóvel com vista à venda pode ser uma estratégia vantajosa, uma vez que uma renovação completa pode aumentar o preço de mercado de forma significativa. Segundo dados do idealista/data, relativos ao terceiro trimestre de 2024, a renovação completa de um apartamento T2 em mau estado pode elevar o valor de venda, em média, em 30%. A valorização depende, naturalmente, de fatores como a localização e a tipologia do imóvel. Por exemplo, a renovação de um T1 pode elevar o preço de venda em cerca de 26,3%, enquanto a de um T3 gera um aumento de 25%. No caso de um T4 ou superior, o valor de venda pode crescer até 20% após uma renovação completa.
Os ganhos de valorização de imóveis renovados variam de acordo com a região. Em distritos como Lisboa, Faro e na ilha da Madeira, a valorização de um apartamento T2 pode chegar aos 30% após uma renovação. Assim, um imóvel previamente avaliado em 200.000€ pode ser vendido por cerca de 260.000€ após as melhorias. No Porto, esse aumento chega a aproximadamente 29,4%, o que significa que um apartamento de 200.000€ pode alcançar os 259.000€ no mercado após a renovação. Por outro lado, nas regiões da Guarda, Portalegre e Bragança, embora a valorização seja menor, ela continua a superar os 20%, o que representa um incremento considerável no preço final.
Para além da valorização, muitas renovações focam-se também em melhorar a eficiência energética das habitações, incluindo a instalação de janelas eficientes, painéis solares, isolamento térmico ou até bombas de calor. O Governo apoia estas melhorias através do Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis, uma iniciativa que tem tido grande adesão. Com este incentivo, muitas casas renovadas apresentam hoje uma melhor eficiência energética. Dados da ADENE – Agência para a Energia indicam que, entre janeiro e outubro deste ano, 63% das habitações renovadas que obtiveram certificação energética alcançaram as classificações A ou A+, com destaque para os distritos de Braga, Porto, Lisboa e a Madeira.
Nos primeiros 0 meses do ano, foram emitidos 9.804 certificados energéticos para projetos de renovação, e 37% deles receberam a classificação A ou A+. Os distritos do Porto, Lisboa e Braga destacam-se no volume de certificados emitidos. No total, foram atribuídos 184.486 certificados energéticos a imóveis e projetos habitacionais, novos e renovados. No entanto, apenas 37,8% desses imóveis possuem a classificação A ou A+, enquanto mais de metade receberam a classe C ou inferior, o que demonstra que muitas habitações ainda apresentam grande margem para melhorias.