Os resultados são de um inquérito realizado pela APC aos seus associados.
A Academia Portuguesa de Cinema (APC) entregou esta semana à Presidência da República, à Secretaria de Estado da Cultura e ao ICA – Instituto do Cinema e Audiovisual um documento que sintetiza os resultados de um inquérito enviado aos seus associados sobre o impacto da pandemia da Covid-19 no cinema português. Escusado será dizer que os resultados são catastróficos.
De acordo com o mesmo, a generalidade dos inquiridos confirmou que tinha suspendido as rodagens e cerca de 30% não sabe se voltará a rodar. Por outro lado, 80% dos profissionais confirmaram ter a sua retribuição baseada em recibos verdes (65%) ou similares (15%), não podendo por isso recorrer a nenhum dos apoios definidos pelo Governo até à data.
Quanto ao regresso à atividade, depois de passada a pandemia, apenas 57% confirma que planeia regressar. Os restantes não sabem se regressam e há mesmo 3% a informar que deixarão de exercer atividade neste setor.
Na audiência concedida pelo Presidente da República ao Presidente da APC, na passada segunda feira, o produtor Paulo Trancoso manifestou “profunda preocupação quanto ao futuro do setor, caso não sejam acauteladas de imediato medidas de contingência que assegurem a sobrevivência económica individual e financeira das empresas e dos seus colaboradores”.
Assim, as medidas propostas pela APC assentam essencialmente em três pilares:
- Definição imediata de um Plano de Emergência que assegure a sobrevivência dos profissionais do cinema e audiovisual, para o qual a Academia Portuguesa de Cinema se disponibiliza a colaborar;
- Concurso relâmpago com verbas para iniciativas online e de burocracia mínima;
- Regresso às rodagens com equipas reduzidas e cuidados sanitários máximos.
O setor do cinema e do audiovisual emprega direta e indiretamente mais de 20.000 profissionais, entre atores, realizadores, guionistas, argumentistas, técnicos de luz e som e muitos outros.