O novo anúncio de emprego da PlayStation reacendeu o debate sobre a exclusividade dos jogos da marca, ao sugerir um reforço da expansão multiplataforma da marca.
A Sony publicou recentemente uma nova vaga para um cargo de direção dedicado à sua estratégia multiplataforma, alimentando especulações sobre uma possível abertura mais agressiva da marca para outras plataformas de jogos como as da Xbox ou da Nintendo. No entanto, algumas fontes próximas da indústria sugerem que estas expectativas podem estar a ser exageradas.
A posição, publicada pela sede da PlayStation em San Mateo, descreve o cargo de “Senior Director of Multiplatform & Account Management”, que ficará responsável por liderar a estratégia comercial global dos jogos produzidos pelos PlayStation Studios em outras plataformas para lá do hardware da marca, incluindo Steam, Epic Games Store, Xbox, Nintendo e, obviamente, dispositivos móveis. O objetivo principal deste cargo passa por “otimizar a rentabilidade dos títulos”, mantendo ao mesmo tempo uma estratégia coerente entre equipas e parceiros externos.
O cargo inclui ainda responsabilidades como “o desenvolvimento da estratégia comercial a médio prazo” para estas plataformas alternativas e a manutenção de “relações sólidas” com os detentores de consolas rivais, promovendo colaborações eficazes e otimização de desempenho. No fundo, trata-se mais de uma continuidade estruturada do que uma alteração ao que já estabelecido em curso pela marca.
Adicionalmente, apesar da descrição, que menciona explicitamente plataformas concorrentes, não há qualquer indicação de que exclusivos de consola como God of War Ragnarök ou Marvel’s Spider-Man 2, estejam prestes a chegar a consolas Xbox ou Nintendo. Atualmente, a Sony tem concentrado os seus esforços apenas em conversões para PC e em projetos muito específicos, como foi o caso de LEGO Horizon Adventures, que teve um lançamento simultâneo para a Nintendo Switch, ou o caso de Helldivers 2, que se prepara para receber uma versão para a Xbox Series X|S.
Esta contenção de expectativas é reforçada por declarações de um conhecido membro da comunidade de jogos Shinobi602, que no fórum ResetEra comentou que “as pessoas estão a entusiasmar-se demasiado” com a publicação da vaga, defendendo que a Sony continuará fiel à sua estratégia atual e que procura apenas expandir os lançamentos de jogos com forte componente online e de serviço contínuo, como Helldivers 2 ou Marathon, para uma audiência mais abrangente.
Já recentemente, o chefe do grupo PlayStation Studios, Hermen Hulst, havia afirmado uma necessidade de ponderação em todas as decisões de expansão, sublinhando que é importante não diluir o valor da plataforma da Sony ao levar os seus jogos para outros sistemas. Nos últimos anos, a marca tem vindo a reduzir o peso das exclusividades absolutas, com muitos dos seus jogos a chegarem ao PC, no entanto, mantendo os seus jogos enquanto exclusivos de consola.
Toda esta discussão e expectativas espelha não só a preocupação dos jogadores mais conservadores e agarrados às marcas, mas também a forma como a industria se tem transformado nos últimos anos, destacando-se os grandes investimentos em jogos de altas produções que requerem um publico maior para garantir a sustentabilidade dos estúdios, as grandes aquisições, os despedimentos em massa e, mais recentemente a transformação da Xbox Game Studios para a distribuição multiplataforma, algo que resultou em lançamentos históricos como Forza Horizon 5 na PlayStation 5 e, em breve Gears of War também na consola da Sony.