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Um remake quase perfeito para um jogo que já era considerado, por muitos, também perfeito.

O remake de Paper Mario: The Thousand-Year Door começa por ser uma revitalização acessível de um jogo já perfeito, adequado tanto para veteranos, como curiosos desta série em papel. É tudo o que precisava de ser, e como foi, em 2004. Já passou assim tanto tempo? Era feliz e não o sabia. Bem, sabia, mas não o joguei na altura.

Sem novidades para quem jogou o original, a história permanece a mesma desde o lançamento original: Peach encontra um antigo mapa de tesouro que revela a localização de sete Crystal Stars e envia-o ao Mario. Para variar, acaba sequestrada para ter de ser novamente salva por Mario. No entanto, não está sozinho, mas acompanhado de uma bizarra e hilariante trupe de parceiros que emprestam as suas habilidades em combate e durante a exploração. Em curtos e deliciosos momentos, a história salta para a Peach e para o Bowser com os seus próprios fios narrativos nesta tapeçaria. É curioso como passam de um simples jogo de plataformas para uma aventura deste calibre repleta de charme e de, muito importante, humor; trocadilhos; quebras da quarta parede, etc. Nota-se mesmo que a equipa de localização também se divertiu a brincar, enquanto também fez justiça ao passado dos companheiros de Mario.

Admito que não tenho grandes bases de comparação para com a versão original, mas sei que uma das controvérsias é o facto de Paper Mario estar limitado a 30fps, quando a versão original corria a 60fps. É um problema de primeiro mundo que não tem impacto neste tipo de experiência linear e por turnos. No entanto, se o jogo era lindo na GameCube, imaginem como está no ecrã de uma OLED, com todas aquelas cores mesmo na nossa cara. E, ainda posso dizer, podemos alternar entre as duas versões da banda sonora através de um crachá que podemos equipar.

Há jogos que não envelhecem assim tão bem, muito devido aos visuais, mas este estilo é um dos que escapa à norma. A estética de livro infantil é intemporal e é sempre um regalo ver os cenários a saltar e a construírem-se à medida que avançamos ou entramos na arena de combate. Mas o fator “uau” não vai apenas para os grandes detalhes, prestem atenção às personagens. Principalmente ao Mario que, por não falar, recorre a expressões e mímicas detalhadas. Ou quando adormece ao ouvir o irmão Luigi a narrar as suas próprias aventuras que nunca vemos, mas ficamos a conhecer!

As duas primeiras aventuras de Paper Mario brincaram aos combates por turnos com um twist, envolvendo-nos em cada ataque e defesa com interações engraçadas para infligir mais dano ou proteger do mesmo sem grandes penalizações. Estas nunca são as mesmas entre personagens, o que nos mantém em sentido sempre que trocamos de parceiro, uma vez que só podemos ter dois ativos. Não há grande ginástica, é tudo uma questão de timing. Mesmo a diversidade de inimigos não nos deixa aborrecer com requisitos diferentes para serem vencidos. Por exemplo, não dá para saltar em criaturas com espinhos; se tiverem carapaça, há que os virar do avesso para atacar, etc etc. E não temos de ser adivinhos, basta perguntar à primeira companheira que nos segue

Elementos destes fazem com que a aventura seja fantasticamente acessível a todos os públicos: desde os veteranos de 2004 aos curiosos. Eu estou bem no meio porque conhecia a série, tenho a versão física da GameCube, mas nunca tive aquele momento para ligar tudo e desfrutar. Vai daí, jogar numa Nintendo Switch em modo portátil é o melhor dos dois mundos, como qualquer jogo que acabo por pegar nesta consola híbrida. A acessibilidade estende-se a Goombella que está à distância de um botão para intervir e expandir a mitologia deste mundo bizarro, seja através de curiosidades como através de dicas úteis, caso estejamos perdidos para onde ir a seguir. Mas nunca nos rebaixa ou incomoda, o jogo deixa-nos confortável para jogar à nossa maneira nem é maçudo quando tem de nos explicar ou apontar para algum lado.

Paper Mario: The Thousand-Year Door é uma bonita adição ao catálogo da Nintendo Switch; uma gota entre os vários clássicos bloqueados pela inacessibilidade de gerações passadas. Ao mesmo tempo, temos outros tesouros da GameCube ou da Wii que adoraria conhecer ou regressar, já que não temos uma Virtual Console… mas o que temos já é bom.

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Cópia para análise cedida pela Nintendo Portugal.

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