Desdobrados 120 álbuns e mais de quatro centenas de álbuns ouvidos, eis os 50 (+5) escolhidos em 2023.
Este foi um ano complicado, com muito trabalho, mas também muita exploração. Por consequente, a música sofreu e andei sempre a correr atrás do prejuízo. Em todo o caso, depois de quase uma semana inteira “isolado” a ouvir 10 horas de música por dia, consegui não só escrever os artigos de álbuns essenciais dos últimos três meses do ano, finalizar este top de álbuns, finalizar o remaster do top 100 de músicas do fantástico ano de 2013 (já la vai uma década) e chegar à seleção final das melhores músicas de 2023 das quais já só tenho pouco mais de 200 para filtrar.
Não considero 2023 o melhor ano de sempre (não sou como a Apple que sempre que anuncia um produto, é sempre o melhor que já fizeram), mas foi um ano de mudanças e surpresas. O mercado asiático continua a encurtar a margem para o mainstream dominado pelos Estados Unidos e Reino Unido e houve regressos inesperados de artistas, cujos momentos de glória já lá vão e pelos quais já ninguém dava nada. Foi também mais um ano de domínio absoluto das mulheres.
Dito isto, eis os álbuns 50 escolhidos e mais 5 EPs no fim do artigo.
50. Bombay Bicycle Club – My Big Day
O mais recente álbum dos Bombay Bicycle Club , My Big Day , volta a destacar a versatilidade e inventividade de uma banda que já tanto ofereceu ao panorama indie e nunca falhou com os fãs, independentemente da maleabilidade com que se reinventaram dentro do género e se foram mantendo relevantes. (ler mais)
49. Avenged Sevenfold – Life Is But A Dream…
Diria que a música presente neste álbum suga energia de uma possível crise de meia idade e emprega-a num trabalho que vai definir um dos regressos com maior capricho artístico que me lembro. (ler mais)
48. Billy Nomates – Cacti
Este não é um álbum pomposo nem espampanante, mas é incansável e confiante. Tor tem todas as ferramentas ao seu dispor para criar o espelho mais fiel àquilo que sempre sonhou atingir, e não só nos está a mostrar com o que vai à luta, como está a dar todos os passos certos para cativar quem escolhe ouvir a sua música. (ler mais)
47. Durand Jones – Wait Til I Get Over
Durand Jones afasta-se dos brilhos nostálgicos do contemporary R&B do último álbum (com toques de Disco do Funk) e atira-se de cabeça e alma ao Soul, que, caso fosse um desporto olímpico, seria nota quase perfeita. (ler mais)
46. RAYE – My 21st Century Blues
Recheado de momentos épicos, um pouco por todo o álbum, sejam eles a nível melódico ou a nível da força que Raye consegue dar a cada faixa, é uma afirmação segura de tudo o que poderia ser esperado da artista britânica, que nos guia numa bela viagem: umas vezes tocante, umas vezes sedutora, umas vezes elucidativa e outras vezes só espetacular. (ler mais)
45. Sigur Rós – Átta
Este álbum é uma viagem que tem se ser feita do início ao fim, sem pausas, atalhos ou desvios. A recompensa que nos espera no fim é o de uma banda que foi pisoteada pelos acasos do destino e usou isso em seu favor. (ler mais)
44. Corinne Bailey Rae – Black Rainbows
Black Rainbows, em última instância, representa o salto de Bailey Rae como uma compositora em busca de liberdade artística, sem se ralar minimamente com as expectativas de género musical ou até formatos musicais adaptados à rádio. (ler mais)
43. Squid – O Monolith
Os Squid estão a testar águas e a brincar com diversos componentes instrumentais que não lembram ao arco da velha, enquanto compõem e contiguam melodias delicadas com explosões abruptas, dando origem a um produto final intrigante, desafiante e impressionante. (ler mais)
42. Jessie Ware – That! Feels Good!
O título do álbum em tom de realização pessoal “That! Feel Good!” não foge da sensação que transmite, mas, ao mesmo tempo, parece que Ware foi produzindo e cantando com esse critério – o de “isso! sabe bem!”. No fim de contas, de tantos humores distintos, saiu um álbum multidirecional. (ler mais)
41. Skrillex – Quest for Fire
Quest For Fire não é um álbum perfeito, se tivermos como base a sequência lógica de um set de música eletrónica, mas é um álbum muito bom na medida em que vem recheado de faixas que transmitem as sensações certas quando o objetivo é dançar ao som de uma música eletrónica com o poder de gravar momentos bonitos numa memória intemporal. (ler mais)
40. Margo Price – Strays
A pouco e pouco, Margo Price vai-se definindo como uma séria candidata a símbolo do Rock n’ Roll, por todo o contributo e inovação que lhe traz, aproximando-se de artistas como Patty Smith, Tom Petty ou Jackson Browne . Este álbum é o que mais joga a seu favor e facilmente poderia servir de carta de candidatura para uma futura eleição ao “Hall of Fame”. (ler mais)
39. Black Belt Eagle Scout – The Land, the Water, the Sky
Ao segundo álbum, a artista ganhou o fôlego e a confiança necessária para se lançar em voos maiores, com o toque que lhe permite atingir uma maior audiência, graças a uma quantidade de músicas amplamente mais cativantes. Com graciosidade da sua voz, quase cósmica, desenvolve uma aura espiritual em torno de cada música e cria uma atmosfera difícil de igualar. (ler mais)
38. Margaret Glaspy – Echo The Diamond
Margaret Glaspy parece ter abrandado, reorganizado os seus pensamentos, vontades e prioridades, e optou (e bem) remeter-se à simplicidade, descomplicando o que não precisa de ser ainda mais complicado: a vida. O produto final é ótimo, ideal para um público que valoriza álbuns pensativos, com um suporte instrumental trabalhado e minimalista e vocais que penetram na alma. (ler mais)
37. Victoria Monét – Jaguar II
É justo dizer que esta produção é uma pequena ode ao R&B contemporânio, recheado melodias sedosas, ajustadas à suavidade dos vocais e letras descontraídas. A nomeação para os Grammy’s de “Melhor álbum de R&B” e “Álbum do ano” não são injustificados, mas fica a sensação de que o melhor trabalho de Monét está por vir. (ler mais)
36. Laufey – Bewitched
35. Róisín Murphy – Hit Parade
Até a ligeira inconsistência musical, onde os momentos de genialidade são contrapostos por algumas faixas menos cintilantes, a destreza vocal de Murphy destaca-se, ofuscando quaisquer inconsistências. Hit Parade é uma peça musical fascinante e desigual, com brilhantismo suficiente para o tornar numa adição fantástica à discografia de Róisín Murphy. (ler mais)
34. Slow Pulp – Yard
Ao passarem pelas dores do crescimento juntos, os Slow Pulp evoluíram no sentido em que lidam habilmente com o desconforto, extraindo fragmentos de beleza do tecido monótono desse mesmo desconforto. Ao longo de Yard, a sinceridade proveniente da perspicácia da banda, age como um abraço apertado nos momentos em que vida mais nos pressiona. (ler mais)
33. Genesis Owusu – Struggler
O segundo álbum de Genesis Owusu , Struggler , segue uma direção artística arrojada e complexa, mas nada surpreendente, quando temos em conta quem é o artista por detrás dela. À coragem artística do mesmo, junta-se o engenho, pois para além de seguir essa nova direção artística, também a executa com sucesso, dizendo muito sobre sua convicção e criatividade. (ler mais)
32. Yaeji – With A Hammer
With A Hammer é o álbum de “estreia” da já experiente artista de ascendência sul-coreana e vai a imensos sítios, deixando sempre um tag, mas em todos eles o tag é diferente e tem uma cor distinta. Uma metáfora para descrever a imensidão do universo que a artista está a construir em torno de si mesma. (ler mais)
31. PinkPantheress – Heaven Knows
Através de uma nostalgia saudosa, PinkPantheress cria um pop leve e atraente, capturando a essência de uma geração imersa na cultura da internet. Apesar de mergulhar em emoções profundas, o álbum permanece vibrante, repleto de surpresas cativantes e inventividade. (ler mais)
30. Sofia Kourtesis – Madres
O álbum de estreia de Sofia Kourtesis , Madres , é uma produção coesa e misteriosa, que entrelaça amostras e sons numa cativante jornada musical. Tivemos de esperar um pouco por esta estreia, mas valeu imenso a pena, pois superou todos os EPs lançados pela artista até à data. (ler mais)
29. CHAI – CHAI
CHAI representa uma declaração entusiasmante, de uma banda que forja o seu próprio caminho enquanto presta homenagem às suas raízes, sem se prender a um som específico. Cada faixa deste álbum é uma afirmação ousada, evidenciando versatilidade musical e amor pela herança cultural. (ler mais)
28. 100 gecs – 10,000 gecs
De 1000 gecs para 10,000 gecs , não só no título do álbum, mas também na loucura eletrizante e contagiante que este set de 10 músicas oferece. (ler mais)
27. Blur – The Ballad of Darren
Não é preciso avançar muito no álbum para perceber que esta produção não é de uma banda estabelecida que quer sacar uns trocos da sua base de fãs fiéis. É, sim, de uma banda numa demanda criativa recheada de coragem, por territórios ainda não visitados por ela, num esforço conjunto em oferecer algo de novo aos fiéis e cativar novos fãs. (ler mais)
26. Fever Ray – Radical Romantics
Fever Ray segue em rota ascendente, no desenvolvimento do mito que se iniciou em 2009 com If I Had A Heart . A verdade é que sempre houve coração e esse coração bate intensamente neste projeto. (ler mais)
25. Fall Out Boy – So Much (For) Stardust
Ao longo de 44 minutos, podem desfrutar de uma lufada de ar fresco do melhor que o Pop Rock tem para oferecer, de uma banda que finalmente se conseguiu reinventar com sucesso, sem nunca se desviar nem um milímetro do som que a tornou célebre e definiu a sua identidade nos anos 00’s. (ler mais)
24. Indigo De Souza – All of This Will End
All of This Will End é um álbum versátil com músicas para todas as predisposições, mas sem nunca fugir ao que tenta (e consegue) ser com sucesso: uma lufada de ar fresco. (ler mais)
23. Ratboys – The Window
Creio que, se há um nível máximo de potencial a atingir, os Ratboys estão lá perto. Deve ser gratificante uma banda perceber que está perto do auge. (ler mais)
22. Anohni & The Johnsons – My Back Was a Bridge for You to Cross
Este álbum pode assim ser definido por um regresso poderoso e emocional de Anohni, que traz com ele espaço e tempo para reflexão, acompanhado de música suave mas crua, aumento o impacto emocional que tem nos ouvintes – principalmente nos fãs de música contemporânea. (ler mais)
21. Lana Del Rey – Did you know that there’s a tunnel under Ocean Blv
Embalados pela voz hipnotizante da cantora norte-americana, ainda que não seja o álbum certo para mergulhar na sua lore musical, é sem dúvida um dos que mais lhe acrescenta valor, seja pela escrita fenomenal e com um propósito, seja pelos arranjos magníficos, digno de um romance clássico. (ler mais)
20. The Murder Capital – Gigi’s Recovery
Gigi’s Recovery tem a capacidade de mexer connosco pela forma pura como as letras dançam e se mexem como se tivessem vida e deambulassem à procura do seu propósito neste mundo cruel. Já os instrumentais acarretam certeza no seu poder, texturas e melodias climáticas, que criam uma tração e momento únicos. (ler mais)
19. McKinley Dixon – Beloved! Paradise! Jazz!?
Beloved! Paradise! Jazz!? é o 4º álbum de McKinley Dixon , mas é o primeiro a trazer-lhe o merecido reconhecimento. Merecido porque é irrevogável a qualidade do engenho do rapper norte-americano, e irrepreensível as ideias que traz para a mesa com este álbum. (ler mais)
18. Sampha – Lahai
A positividade persuasiva do álbum, transmitida por sintetizadores eufóricos, violinos expansivos, pianos cósmicos e percussão subtil, forma um tumulto de som reconfortante. O estilo de produção intricado de Sampha, ocasionalmente inquieto, contribui para a totalidade do álbum, fazendo de LAHAI uma jornada envolvente. (ler mais)
17. Blondshell – Blondshell
Sabrina Teitelbaum não é só mais uma artista a seguir os passos listados no livrete como o caminho certo para o sucesso. Optou por escrever o seu próprio livro de bordo, usando um som muito próprio, que decerto a caracteriza bem, numa montanha russa entre os altos e baixos da sua vida. (ler mais)
16. Bully – Lucky For You
Lucky For You é, de longe, o melhor álbum de Bully. Este é pautado por imensos momentos musicais célebres que têm como cerne um rock mais “grungie”, enquanto exploram temas como o abandono, a insegurança, a perda e a aceitação. (ler mais)
15. PJ Harvey – I Inside the Old Year Dying
A atmosfera envolvente de I Inside the Old Year Dying é algo enigmática e densa, tanto que pode levar algum tempo a decifrar este álbum. Decifrado é fácil tirar proveito ao quão recompensador é, fazendo valer a pena a paciência. (ler mais)
14. Paramore – This Is Why
Este regresso de Paramore é um misto entre o último álbum da banda e a “continuação” do que Hayley Williams fez a solo (e bem) nos anos seguintes. Como previsto, aconteceu. A apreciação é francamente positiva, dado que a banda, agora com uma nova maturidade, consegue um leque de músicas mais refinadas melodicamente, dotadas de uma mensagem com mais conteúdo e profundidade. (ler mais)
13. Noname – Sundial
O fluxo lírico de Noname é do mais implacável que há. Até digo mais: Noname é a única rapper no mesmo patamar que Kendrick Lamar neste aspeto, o lírico. (ler mais)
12. Amaarae – Fountain Baby
Não estávamos a prestar atenção e fomos apanhados de surpresa. Do dia para a noite, vimos Amaarae tornar-se na artista mais excitante da categoria musical de Afrobeats, fazendo as barreiras entre a música africana e a restante música vibrarem com estrondo e mudarem, inevitavelmente. (ler mais)
11. billy woods & Kenny Segal – Maps
Longe da ribalta e holofotes, longe de sonoridades dançantes e temáticas simples e efémeras, há toda uma escola de rappers da velha guarda que exploram o cerne do coração do Hip-Hop. (ler mais)
10. Olivia Rodrigo – GUTS
A clareza lírica é consistente e inteligente, transmitindo uma sinceridade adolescente genuína, na qual Rodrigo navega pelas áreas cinzentas de emoções intensas. Enquanto isso, o álbum oferece uma visão franca e honesta do que é ser-se uma jovem envolta na fama, através da exposição da natureza consumidora, abusiva e isoladora fruto dessa mesma fama precoce. (ler mais)
9. Young Fathers – Heavy Heavy
Com este trabalho, tivemos mais uma amostra da paixão singular e alma única que definem (e resumem ao mesmo tempo) aquilo que é o legado desta jovem banda. Ao longo de 10 faixas bastante densas, os Young Fahters nunca falham em produzir pedaços de céu que dão todo um novo alcance ao que pode ser a música pop, pautada por um misto imprevisível entre a jovialidade e a seriedade. (ler mais)
8. Julie Byrne – The Greater Wings
É reconfortante constatar que Julie Bryne é uma artista sem pressa de chegar a lado nenhum. O trabalho que tem feito ao longo do seu percurso enquanto cantora tem sido sempre caraterizado pela franqueza e simplicidade, e assim continua com The Greater Wings . (ler mais)
7. Yeule – Softscars
A sonoridade espelha a progressão da vida de Yeule e o seu estado de espírito atual, numa paisagem emocional crua e honesta, mas sem nunca fazer dissipar o mistério que envolve o seu mundo. O ponto central do álbum são emoções amplas e universais, tingidas pelo peso da experiência de se ser adulto, tornando-o numa bela e constante jornada através do tempo e espaço. (ler mais)
6. Sufjan Stevens – Javelin
Neste álbum profundamente pessoal e comovente, Sufjan Stevens mergulha em tensões relacionais com um estrondo que surge de mansinho, entregando simplicidade através de um álbum mágico, destacando-se como uma das melhores obras deste. (ler mais)
5. Yves Tumor – Praise a Lord Who Chews but Which Does Not Consume; (Or Simply, Hot Between Worlds)
Suspeito que Sean Bowie detém algumas pedras do infinito, dado que o ritmo a que cresce e o timing com lança material novo parece obra do destino. Recuso-me a acreditar que a sua evolução foi obra do acaso… (ler mais)
4. boygenius – The Record
Para The Record , esperava-se que fosse a soma de três partes, mas fica a sensação que boygenius não pode ser dividido em partes, de tão naturalmente sublime que é, ao ponto de ser impossível saber onde começa e acaba a influência de cada artista. (ler mais)
3. Wednesday – Rat Saw God
Seja de quem for as histórias que são contadas aqui (e um pouco ao longo de todo álbum), há muito por onde ter pena e, ao mesmo tempo, apreço, tal é a compaixão e a vividez com que Karly Hartzman as conta. Não é por acaso que a formação de Wednesday, em 2017, assenta sobre a designação de “projeto de escrita pessoal de Hartzman”. (ler mais)
2. Mitski – The Land Is Inhospitable and So Are We
Ouvido como deve ser, este é um álbum extraordinário – a maior obra-prima da carreira da artista – diferenciando-se através de uma auto-observação abstrata. Basicamente um meio para um fim, que a artista usa para atribuir significado ao que sente, como que um convite para tentar novamente. (ler mais)
1. Caroline Polachek – Desire, I Want to Turn Into You
Desire, I Want to Turn Into You é um álbum geracional e, diria até, histórico. É ousado porque quebra barreiras e excitante por levar-nos com ele em busca do desconhecido. Cada faixa tem a sua personalidade, tornando a sua audição deveras dinâmica e imprevisível, e tem variações melódicas assombrosas e hipnotizantes. A somar a isto tudo é uma obra emocional, abrangente e extremamente consistente. (ler mais)
Espero que este artigo vá para além de uma leitura na diagonal e encontrem algo novo que não sabiam que gostavam.
Ahh, e antes que me esqueça, quero ainda deixar a lista dos meus 5 EP’s preferidos do ano, sem ordem definida.
Da esquerda para a direita: XG – New DNA (G)I-DLE – I Feel Overmono – Good Lies (single)NewJeans – Get Up V – Layover
Como referi acima, o mercado asiático está a encurtar terreno para o mercado Americano e Britânico. O que condiciona um pouco a perceção que temos do que é lançado por bandas asiáticas, mais concretamente de K-Pop, é o facto de ser quase sempre em formato de EP. Quando começarem a apostar mais em álbuns, tenho a certeza absoluta que as seleções finais de álbuns vão ser muito mais diversos (apesar deste ano já ter incluído álbuns das Japonesas CHAI e da Coreana Yaeji).