2019 foi um ano desafiante para a Huawei. Bom, desafiante é usar um termo simpático. A tecnológica chinesa teve um ano super complicado quando, em maio, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos da América, incluiu a Huawei na lista negra de empresas com as quais o país não faz negócios. Para a marca chinesa, esta foi uma grande machadada e um retrocesso no que tinham vindo a desenvolver.
Por exemplo, o smartphone Huawei Mate 30 Pro, lançado somente este ano em Portugal, foi um dos equipamentos que sofreu desse corte de relações. Chegou tarde ao mercado e, ainda por cima, sem serviços da Google, o que o torna quase inutilizável para grande parte dos utilizadores comuns. E o Huawei Mate X, o dobrável? Bem, esse equipamento ficou-se pela China.
2020 promete, por isso, ser um ano de restart para a companhia. E nós fomos conhecer esses desafios num encontro com jornalistas que aconteceu esta semana, em Lisboa.
Um em cada três em cada smartphones vendidos em Portugal é da Huawei
Se é verdade que a série Mate 30 é das que não tem Google Mobile Services, muitos outros estão à venda no mercado sem qualquer limitação. E sabendo-se da boa qualidade dos smartphones da empresa chinesa, juntamente com o preço chamativo, são claros chamarizes de como o consumidor se pode sentir aliciado com os equipamentos da Huawei.
Assim, e tendo em conta a reputação da marca por cá, não é propriamente surpreender saber que um em cada três smartphones vendidos em Portugal é da Huawei. Mas atenção, estes dados não incluem a Honor.
Adicionalmente, os responsáveis da marca referiram ainda que, no futuro, é expectável que cada utilizador tenha seis smart devices. E com essa previsão, a marca trabalha num ecossistema de conetividade, para que todos os produtos possam comunicar entre si, via Huawei Share.
App Gallery quer ter 175 apps portuguesas até final do primeiro trimestre de 2020
Sem serviços da Google, a Huawei viu-se obrigada a apostar nos seus Huawei Mobile Services, onde se inclui a própria loja de aplicações, a App Gallery. Apesar de estar desfalcada de apps importantes, como o Facebook e WhatsApp, a store da tecnológica chinesa conta com 68 apps portuguesas, destacando-se o ID Gov, a aplicação da RTP, entre outras. Até final do primeiro trimestre deste ano, a Huawei estima contar na App Gallery com 175 apps portuguesas.
Há também novos portáteis Huawei a chegar ao mercado português
Para 2020, a Huawei faz um reboot ao seu negócio de portáteis. Como a Microsoft e AMD conseguiram licenças de exportação para trabalhar com a marca chinesa, há novos portáteis da linha Matebook D, que chegam ao mercado português já a 12 de março.
São duas as versões desta linha mais acessível dos MateBooks da Huawei. Disponíveis em modelos de 14 e 15″ com resolução Full HD, os MateBook D contam com molduras de ecrã muito reduzidas, um design super fino e um peso reduzido.
O processador é um AMD Ryzen 5 3500U, a placa gráfica é uma Radeon Vega 8, a RAM é de 8GB e o armazenamento interno varia consoante o modelo (256GB SSD mais opção de disco HDD de 1TB na versão de 15″ e SSD de 512GB no modelo de 14″).
A bateria é também maior no modelo de 14″, sendo de 56Wh, ao passo que na versão maior é de 42Wh. Comum a ambas as versões é o fast charging, que promete carregar mais de 50% de bateria em meia hora, e o facto de serem carregados via entrada USB-C, o que faz com que possamos usar o cabo que usamos para carregar o nosso smartphone.
E claro, tal como acontecia com a linha anterior Matebook, também os novos modelos vão poder partilhar conteúdos diretamente com smartphones Huawei. Para isso, basta tocar com o smartphone na base do PC para que, via NFC, o ecrã do smartphone surja no computador. Depois é fazer o que bem entendemos.
Quanto a preços, variam entre os 649 e 749€ para o modelo de 15″ e entre os 699 e 799€ para o modelo de 14″.
No futuro, espera-se que a Huawei volte a apostar em processadores da Intel, principalmente para equiparem as novas versões da linha Matebook X e Matebook X Pro.