O Governo também planeia intervenções específicas nas regiões do país mais afetadas pela escassez de água, como o Algarve e o Alentejo Litoral.
O Governo apresentou na semana passada uma estratégia de gestão hídrica para os próximos 15 anos, com o intuito de garantir a resiliência do país face às alterações climáticas e assegurar a sustentabilidade do recurso água.
A estratégia baseia-se num diagnóstico detalhado da situação hídrica do país e nas previsões para os próximos anos. Atualmente, Portugal dispõe de cerca de 51 mil milhões de metros cúbicos de água por ano, dos quais são captados 4.324 milhões de metros cúbicos anualmente. No entanto, as previsões apontam para uma diminuição de 6% nas disponibilidades hídricas até 2040, ao passo que os consumos deverão crescer 26% no mesmo período.
Com um enfoque em eficiência, resiliência e inovação, a estratégia prevê cerca de 300 medidas a serem implementadas ao longo dos próximos 15 anos, com o potencial de aumentar a disponibilidade de água em mais de mil milhões de metros cúbicos, abrangendo todos os usos consumptivos no território. As ações de eficiência incluem a redução de perdas nas redes de abastecimento e de rega, a reabilitação de reservatórios e o aproveitamento de águas residuais tratadas.
No âmbito da resiliência, o plano contempla a adaptação aos efeitos das alterações climáticas, com ações destinadas à prevenção de cheias e secas, o reforço da capacidade de armazenamento e a criação de reservas estratégicas de água. Estão também previstas iniciativas de restauro de rios e ecossistemas, além da interligação de sistemas para garantir a segurança no abastecimento de água às populações e aos setores económicos, incluindo a agricultura.
Esta estratégia está organizada em nove grandes programas estruturantes, que incluem ações como a redução de perdas de água, a reutilização de águas residuais tratadas e a digitalização do ciclo da água. Além disso, está previsto o reforço do armazenamento de água, a reabilitação de rios e o apoio ao desenvolvimento de empreendimentos hidroagrícolas.
O Governo também planeia intervenções específicas nas regiões do país mais afetadas pela escassez de água, como o Algarve e o Alentejo Litoral, com o objectivo de aumentar a resiliência hídrica nessas zonas, bem como fortalecer a capacidade agrícola e industrial em outras regiões. A implementação destas medidas visa garantir estabilidade e apoiar os investimentos realizados até ao momento no setor.
