NOS Alive – A festa está pronta

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Com o anúncio dos horários e um recinto pronto dois dias antes da abertura, está mais que na hora de começar a pensar sobre as rotas a percorrer pelos sete palcos do NOS Alive, a começar já hoje no Passeio Marítimo de Algés.

E não há que esconder: neste ano, o entusiasmo para o NOS Alive é mais comedido em comparação com 2018. Desta vez, os bilhetes não esgotaram com meses de antecedência, mesmo com a descida do IVA que entrou em vigor no início deste ano. Apesar disso, e da meteorologia instável que tem marcado este início de verão atípico, há opções em qualidade e quantidade por onde escolher.

Primeiro dia: 11 de julho

Assim, hoje, 5ª feira, primeiro dia do NOS Alive, será Sharon Van Etten, mestra das harmonias folk, o primeiro nome imperdível. É às 18h50 no palco Sagres, e há disco de 2019 para ouvir, Remind Me Tomorrow. Provavelmente ainda teremos tempo de finalmente conhecer os Weezer ao vivo, apesar das críticas variadas ao também de 2019, Weezer (Black Album). A ver a forma de Rivers Cuomo e companhia limitada.

Afinal, aquela última digressão não foi mesmo a última, e quem nunca viu os Ornatos Violeta vai ter nova oportunidade para os conhecer ao vivo. Desta vez, toca-se O Monstro Precisa de Amigos, por ocasião do seu vinténio. Portugueses no palco principal às 20h50 não é caso tão frequente assim, e “Chaga” ao vivo é coisa bonita de assistir. Teremos Vítor Espadinha?

De volta ao secundário, desta vez para destacar a presença da neófita Jorja Smith, uma das vozes mais interessantes no novo R&B. Lost & Found é um disco de estreia que abre portas para uma carreira prometedora. Já o pós-rock contemplativo dos Mogwai poderá não ter no palco NOS o melhor ambiente para se exprimir. Qualidade, os de Glasgow têm em abundância. Mais tarde, Loyle Carner, nomeado para um Mercury Prize com o seu disco de estreia Yesterday’s Gone, de 2017, tem também novo trabalho, Not Waving, but Drowning. Para fãs de grime confessional.

E há os The Cure, claro. Objeto de lenda também pelos seus espetáculos ao vivo, e de regresso ao palco de 2012, espera-se mais uma sessão épica da gigante arca de canções de Robert Smith. Em vésperas da publicação de novo álbum, o primeiro em mais de uma década, há a expetativa de ouvir novo material. As notícias da recente atuação em Glastonbury parecem indicar que estão em boa forma. Os resistentes terão nos Hot Chip fina recompensa para a sua madrugada dançante.

Segundo dia: 12 de julho

Dia 2, 6ª Feira: Há dupla veterana e bem distinta a tocar quase ao mesmo tempo: Bobby Gillespie e os seus Primal Scream são promessa de concerto animado e bem disposto, e devem andar em modo sortido rico, numa viagem pelos seus singles recentemente compilados. Já o silencioso parceiro de Morrissey nos The Smiths, Johnny Marr, regressa após bem sucedida presença no Super Bock em Stock. Um dos mais marcantes guitarristas da sua geração tem sabido estar a bom nível na década de 10, e Call The Comet, do ano passado, é prova disso.

Tash Sultana é também guitarrista. Elétrica e acústica. E trompetista, entre vários outros instrumentos. Além da entrega do prémio multi-instrumentista, a estreia em Portugal desta australiana de 24 anos promete momentos de criatividade bem interessantes.

Neste dia, os cabeças chegam mais cedo, e pelas 23h espera-se a entrada em palco do Vampire Weekend. Father of the Bride mostra que a longa ausência de seis anos após uma altura em que tinham o mundo na mão – e a saída de Rostam Batmanglij – fez com que ficassem mais maduros, mas a não quererem renegar o seu passado. Soa a reinício e conforto com a nova pele, como é que isto tudo vai funcionar ao vivo é uma grande questão.

Para o fim, a camaleónica Grace Jones vai marcar presença no palco Sagres. Indispensável pelo menos espreitar a performance deste ícone audiovisual. Pela uma da manhã os regressados Gossip entram em cena para celebrar uma década desde o lançamento de Music for Men, provavelmente o pico até ao momento da carreira. Cut Copy garantem qualidade na pista, no final.

Terceiro dia: 13 de julho

Sábado é dia de madrugar. Temos Rolling Blackouts Coastal Fever logo às 17h45, uma das grandes novas esperanças do indie rock. Gente boa. A Austrália está fortíssima nesta edição e Golden Features, DJ e produtor de house e dance music, vai estar no final da tarde com o seu Sect.

Os Idles têm vindo a brindar-nos com concertos intensos de quem quer mudar o mundo. O pós-punk com mensagem de Joy as an Act of Resistance tem gerado fãs de norte a sul, e não há motivos para que desta vez seja diferente. Para cortar, segue-se a pacataz de Bon Iver. Justin Vernon ainda deverá andar à volta de 22, A Million. Haja silêncio para a malta do indie folk poder apreciar um dos seus heróis.

Em constante mutação nos últimos anos, e agora apresentando-se em formato de reunião dos membros originais, os The Smashing Pumpkins são os nomes principais da noite. O difícil de memorizar Shiny And Oh So Bright, Vol. 1: No Past. No Future. No Sun é o último trabalho e parece atirar em várias direções, embora a capacidade de Billy Corgan para criar músicas orelhudas continue lá.

Thom Yorke continua igual a si mesmo na sua carreira a solo. A hora e o local são os mesmos – meia-noite no Sagres, mas dificilmente haveria proposta mais diferente da espampanante Grace Jones. ANIMA ainda está quentinho, acabado de sair do prelo, e tem a crítica a prestar vassalagem aos seus ambientes eletrónicos. Para fechar a maratona, há The Blaze, dupla francesa que conseguiu belos resultados na sua estreia com Dancehall.

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