Imagem em tamanho grande, a um custo acessível.
Cada monitor que experimento é uma aventura. Porque nunca nenhum é completamente igual. E é até um exercício interessante, que coloca em perspetiva os diferentes pontos mais fortes e mais fracos, das características mais importantes e que desconhecemos, àquelas que achamos que vão fazer muita diferença nos nossos desejos.
Recentemente procurava uma atualização para um monitor um pouco maior para a minha secretária, e a AOC Monitors propôs-me experimentar o AGON by AOC AG325QZN, um monitor de 32 polegadas dedicado a jogos. Fantástico! O meu único senão nesta aventura era a sua resolução QHD de 2560×1440 pixéis, pensando eu que não iria ser o suficiente para a minha satisfação pessoal, tendo em conta as suas dimensões. Felizmente, após algumas semanas, esse meu receiodissipou-se. E seja em QHD ou mais, as 32 polegadas são agora o mínimo que irei procurar para a minha secretária.
Longe vão os tempos em que 32 polegadas eram consideradas dimensões de uma “TV HD” de sala moderna. Atualmente, o standard são as 27 polegadas, especialmente se estivermos a falar em computadores, mas é algo que está continuamente a mudar, com os jogadores a procurarem experiências mais imersivas, semelhantes às de sala, com imagens que preenchem mais o olho.
É para esses que o AGON by AOC AG325QZN existe, entrando aqui uma área quase experimental entre o Big Format Gaming Display, denominado pela NVIDIA, e os monitores mais convencionais. E o melhor de tudo é que surge a um custo relativamente reduzido, a partir de 579€.
As razões para um custo mais ajustado são várias, previsíveis, mas altamente compreensíveis. A AGON by AOC reconhece bem o público que procura e o que lhe consegue dar neste segmento e orçamento. Por um lado, temos então a tal resolução de QHD de 2560×1440 pixéis, um painel tipo VA e os materiais de construção sólidos, mas claramente pouco Premium. Não quero com isto dizer que os plásticos utilizados no AGON by AOC AG325QZN são os mais baratos, mas sente-se que não prima daquela robustez de um produto caro. E isso é OK.
A nível de design temos um excelente balanço entre uma linha sóbria e dirigida ao público gaming, onde se destaca o logo da AGON na parte inferior do ecrã, numa moldura relativamente fina nos restantes lados, ou a base maciça numa espécie de tripod, com um braço ajustável que permite mudar a orientação, altura e rotação do ecrã até 90 graus.
Apesar da sua base sólida, admito que não fiquei o maior fã desta opção que vê as suas duas pernas frontais a ocuparem espaço de forma um pouco inconveniente, impedindo, por exemplo, de colocar acessórios, uma base ou até uma barra de som, como no meu caso, diretamente por baixo do painel. Também de notar que a opção de cable management, um simples triângulo recortado na parte inferior da base, não é propriamente a opção mais elegante. E num ponto mais curioso é que, apesar de ser um monitor de grandes dimensões, do qual não se espera que se mova muito do sítio de instalação, há uma pega para facilitar a eventual ação.
Contudo, estas breves críticas valem o que valem, porque felizmente, o AGON by AOC AG325QZN tem compatibilidade com suportes VESA 100X100, o que torna muito fácil trocar a base ou usá-lo num braço de secretária.
A nível de interface, o AGON by AOC AG325QZN tira partido daquele joystick traseiro no lado direito do monitor. Uma funcionalidade já bastante comum em equipamentos deste género, que continua a ser uma solução pouco elegante e até irritante, que merece uma curva de aprendizagem para perceber as ações e não ativar constantemente o menu em vez de desligar o monitor.
Menu esse que é simples e familiar para quem já usou um monitor na vida, onde controlamos as entradas e as suas definições. Os destaques aqui vão para a ativação e modos de jogo, do Adaptive-Sync, do Overdrive, Low Input Lag, Frame Counter, Crosshair, HDR, entre outras funcionalidades disponíveis. Felizmente, a AGON permite a utilização do G-Menu deste monitor, sendo possível controlá-lo através de uma aplicação no Windows, se recorrermos ao cabo USB incluído.
E por falar em conectividade, o AGON by AOC AG325QZN conta com uma seleção comum de portas. Duas HDMI 2.0 com HDCP 2.2, duas DisplayPort 1.4, 4 portas USB downstream e uma saída de auscultadores de 3.5mm. Assim, com esta seleção, é possível ter, por exemplo, duas consolas e dois PCs ligados em simultâneo. Mas mostrando apenas a imagem de um de cada vez, já que não conta com opções de Picture in Picture.
Mas virando-me para o que interessa, o AGON by AOC AG325QZN faz algo que até agora tenho adorado, cada vez mais, nos painéis da marca: uma excelente reprodução de cores. Como sempre, opto pelos perfis mais neutros, desligando a maioria das opções de melhoria de imagem. O resultado é uma imagem bem vibrante, com cores naturais e vividas sem nunca parecerem propriamente saturadas em demasia. O contraste também é fantástico, com reprodução de pretos fantástico e, por causa das dimensões elevadas do ecrã, imagens maioritariamente claras são capazes de iluminar facilmente uma sala.
É um ecrã LED-IPS, com backlight, o que significa que, mesmo com a imagem toda escura, vamos identificar a origem da luz e alguma inconsistência do escuro mínimo, mas nada que seja distrativo ou que pareça “mal”. Por fim, temos o excelente ângulo de visão, que não é, de todo, um problema.
O AGON by AOC AG325QZN conta também com tecnologia HDR que, como em qualquer utilização num monitor de secretária, mantenho desligado na sua utilização casual, optando apenas por ativar em jogos e conteúdos multimédia compatíveis. Com a certificação HDR400 VESA, não esperem ter uma imagem extremamente brilhante neste modo. Na verdade, o HDR do AGON by AOC AG325QZN é pouco iluminado, sacrificando o brilho da imagem por um contraste mais natural. Em ambientes muito escuros, esta opção é agradável, mas nunca chega a ser satisfatória depois de se usar no modo normal. Por isso, se estão a optar por este monitor por causa do HDR, não é recomendado.
Mas o que posso recomendar são os 240Hz. Afinal de contas, o AGON by AOC AG325QZN é um monitor para jogos. E se falamos em jogos, falamos em tempos de resposta bem rápidos. Felizmente, o AGON by AOC AG325QZN entrega precisamente isso.
Na sua resolução máxima de 2560×1440 pixéis, quando ligado por DisplayPort, temos um desempenho fantástico a 240Hz, que torna a utilização do AGON by AOC AG325QZN uma autêntica delícia, seja em jogos ou em ambiente de trabalho. E a melhor parte é que não há qualquer tipo de efeito de ghosting visível no ecrã.
Estas altas taxas de frequência oferecem também compatibilidade com AMD FreeSync Premium e NVIDIA G-Sync (apesar da falta de certificação), que conferem aos jogos uma fluidez adicional, naqueles casos em que o frame-rate é mais instável e inconsistente.
Sobre a resolução para uma oferta destas dimensões, fiquei, honestamente, muito satisfeito. Porque com 93.2dpi, a observação de pixéis é virtualmente inexistente, conferindo à imagem apresentada uma clareza extremamente boa, ao mesmo tempo que permite aos jogadores elevarem o desempenho das suas experiências, na resolução nativa QHD, sem grandes sacrifícios. Ou não fosse o sonho dos 4K a altas taxas de frames ainda um oásis, mesmo em máquinas mais avançadas, sem recurso a tecnologias de reconstrução de imagem.
É claro que 32 polegadas de ecrã numa secretária não será ideal para todos os utilizadores. Um ecrã grande traz alguns sacrifícios, sendo o maior o espaço. 32 polegadas correspondem a sensivelmente 8 cm da diagonal. E de largura, sensivelmente 63 cm, pelo que esta escolha terá que ser bem ponderada. E a qual eu só recomendo se tiverem pelo menos uma secretária com um metro e meio de largura, especialmente se quiserem espaço para um PC, acessórios ou um segundo monitor a acompanhar.
Ainda assim, são dimensões que mudam por completo a experiência de jogo. Pode não primar da imersão de um ultra-wide ou de um monitor curvo, mas ostenta uma imagem de dimensões elevadas o suficiente para elevar uma visualização de um filme ou um jogo cinemático a um nível verdadeiramente espetacular.
O AGON by AOC AG325QZN já pode ser encontrado a venda a partir de 579€.
Este dispositivo foi cedido para análise pela AOC.
