MEO Kalorama 2023 (Dia 2 de setembro) – Os Arcade Fire deram o melhor concerto desta edição

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Vemo-nos em 2024!

Texto de: Maria João Cavadas

O terceiro e último dia da 2ª edição do MEO Kalorama prometia o regresso, quase um ano depois, de uma das bandas mais bem acolhidas e adoradas pelo público português: Arcade Fire. Mas, apesar de a banda de Montreal ter sido a grande estrela da noite, não foi a única a brilhar.

A relação do nosso público com Foals, que já nos visitaram várias vezes, é de total confiança e adoração de ambas as partes. Depois de estar, também há cerca de um ano, no Super Bock Super Rock, a banda de Oxford, no Reino Unido, dava os primeiros acordes de “Wake Me Up” de Life is Yours (2022), o seu mais recente álbum, enquanto várias dezenas de pessoas caminhavam em direção ao palco principal do festival vindas do Palco San Miguel, onde terminava o concerto de Dino Santiago (que, infelizmente, não conseguimos ver na totalidade).

Naquele que foi o último concerto deste verão da banda, o vocalista Yannis Philippakis prometeu uma despedida em grande. E assim foi: das várias visitas que fez ao público, com muitos toques nos fãs e grande descontração, como se de uma amizade de longa data se tratasse, ao empenho do baterista Jack Bevan, que devemos ter visto em pé uma dezena de vezes a acompanhar o entusiasmo do público empunhando as suas baquetas, aquilo tratou-se de uma verdadeira festa de amigos. “Embora o verão esteja a terminar, temos todo um futuro pela frente”, dizia-nos Yannis. E este é o futuro que Foals talvez não previssem quando, em 2008, lançavam Antidotes: milhares de pessoas a idolatrar todos os subgéneros de rock por que passam, desde a um mais soft a um mais mais “verdadeiro”, nas palavras do próprio vocalista, que fizeram questão de tocar para terminar a sua noite (com temas como “Black Bull” e “What Went Down”). Foals, you’re the apple of our eyes. Depois disto, só podemos pedir um concerto em sala.

Logo a seguir, o Palco Samsung recebia Nu Genea, um ano depois – surpresa! – de tocarem no Vodafone Paredes de Coura. O projeto napolitano é uma lufada de ar fresco em grandes festivais de verão que contam, geralmente, ou com grandes nomes, ou nomes que, embora não tão conhecidos, acabam por agradar a públicos já significativos, que não exploram muito além dos estilos musicais mais seguros (esta não é uma crítica: é apenas um facto). Ouvir Nu Genea ao vivo é deixarmo-nos levar por uma música de dança contagiante que explora sons de várias partes. Destaque para “Tienaté”, do seu Bar Mediterraneo (2022), apesar de todo o disco ser digno de várias audições. Depois deste concerto, temos a certeza (ou a esperança) de que Nu Genea serão uma presença mais assídua nos festivais de verão portugueses.

Finalmente, o tão aguardado momento da noite e um dos mais importantes do festival: o concerto de Arcade Fire. A história entre o nosso público e a banda canadiana é uma de amor e sintonia e isso ficou bem claro naquilo que se viveu na última noite do festival. Apesar de ter lançado WE em 2022, do qual saíram “The Lightning I” e “The Lightning II”, a banda de Win Butler e Régine Chassagne não se conteve e deliciou-nos com uma viagem pelos seus já 20 anos de música: “Rebellion (Lies)” e “Wake Up”, que encerrou o concerto e que continuava a ser cantado já depois do seu término, numa performance quase a capella por parte do público, apenas acompanhado por um par de instrumentos de percussão, de Funeral (2004), “Reflektor” e “Afterlife” de Reflektor (2013) e, claro, “Everything Now” do álbum homónimo de 2017.

Fosse qual fosse o tema, os saltos eram muitos e a energia estava em altas. E não nos referimos apenas ao público: Win viajou por entre os fãs várias vezes, correu pelo palco, dançou e, acima de tudo, cantou como se de uma gravação de estúdio se tratasse. Régine deliciou-nos com a sua voz tão característica e indispensável ao som inconfundível da banda, principalmente nas partes em língua francesa.

Os Arcade Fire deram o melhor concerto desta edição do MEO Kalorama e mostraram-nos que os anos podem passar, mas nós não nos esquecemos daqueles que já nos fizeram tão felizes.

Até 2024!

Foto de: MEO Kalorama

Nota: O Echo Boomer não tem reportagem fotográfica, todas as fotos utilizadas estão disponíveis nas redes sociais do MEO Kalorama.

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