Espera-se que os primeiros produtos surjam no mercado algures em 2022.
Um leque variado de pratos doces e salgados à base de macroalgas marinhas da costa portuguesa é a proposta do projeto MENU. Coordenado pela investigadora Ana Marta Gonçalves, do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Universidade de Coimbra (UC), este projeto foca-se no desenvolvimento de refeições pré-cozinhadas alternativas, com elevado valor nutricional e de rápida confeção, oferecendo aos consumidores uma dieta rica e saudável. Os primeiros produtos poderão estar no mercado dentro de um ano.
A grande inovação do “MENU: Marine Macroalgae: alternative recipes for a daily nutritional diet” está na utilização completa das macroalgas marinhas e não apenas extratos ou compostos, como acontece em várias indústrias. O objetivo é aproveitar todas as propriedades destas verduras do mar, conhecidas, por exemplo, pelas suas propriedades antivirais, antibacterianas, antidiabéticas, antioxidantes e anticancerígenas, entre outras.
Já foram desenvolvidas várias receitas, tais como arroz com algas, frango com algas, sopas e molhos adicionais. Nos doces, apostaram em compotas, arroz doce e em gelatinas de framboesa e morango, bem como em pudins de vários sabores, nomeadamente amêndoa, baunilha, chocolate e coco. Outros produtos estão em fase de desenvolvimento, como por exemplo mousses.
Naturalmente, já foram realizados alguns workshops, com os participantes a referirem que “gostaram bastante, demonstrando interesse, especialmente no que respeita aos benefícios para a saúde, e destacaram o sabor e textura agradáveis”.
Este projeto, que é financiado pelo Fundo Azul – um mecanismo de incentivo financeiro da Direção-Geral de Política do Mar destinado a apoiar a investigação científica –, visa também dar resposta aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, contribuindo para a produção e consumo de produtos sustentáveis e melhoria da nutrição.