Marcas chinesas, como a Huawei, vão ficar proibidas de fornecer equipamentos para redes 5G em Portugal

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Não se sabe, no entanto, se o Governo vai obrigar à substituição dos atuais equipamentos.

Estávamos em maio de 2019 e a pandemia ainda não existia, mas era largada uma “bomba”: o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitia uma ordem executiva a proibir empresas chinesas de usarem tecnologias desenvolvidas por países estrangeiros. Basicamente, havia (e há) o medo de essas tecnologias servirem para espiar ou sabotar o desenvolvimento dos Estados Unidos. E essa decisão veio causar problemas à Huawei, marca que estava em claro crescimento e a ameaçar do reinado de outras marcas, como é o caso da Samsung, pelo menos no que aos smartphones diz respeito.

Assim, a Google anunciou que iria suspender operações com a marca chinesa. Na prática, pode-se dizer que os dispositivos da tecnológica chinesa ficaram sem novas funcionalidades Android, uma vez que os dispositivos deixaram de ser atualizados e, mais importante ainda, ficaram sem acesso aos Google Mobile Services, como Gmail, YouTube, Chrome, Google Search, etc.

Na altura, Ren Zhengfei, fundador da Huawei, não se mostrou preocupado com a sanção, mas a verdade é que a Huawei nunca mais foi a mesma. A marca bem lança smartphones, mas as suas vendas são escassas fora da China. E eventualmente a companhia lá apostou noutros nichos de mercado, como dispositivos de áudio, monitores, portáteis, entre outros.

Um mês depois, em junho de 2019, Donald Trump anunciava que as empresas americanas podiam, ainda assim, vender produtos à marca chinesa.

Passado todo este tempo, novos smartphones Huawei continuam sem Google Mobile Services de forma oficial, daí as fracas vendas registadas neste segmento, e agora há um novo problema para a empresa tecnológica, pelo menos em Portugal: vai ficar proibida de fornecer equipamentos para redes 5G.

A informação foi avançada em primeira mão pelo Jornal Económico, que diz que, após anos de pressão por parte dos EUA, para excluir as tecnológicas chinesas das redes nacionais, as marcas desse país vão mesmo ficar impedidas de fornecer material para as redes 5G nacionais.

De acordo com um documento aprovado pelo Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, “considera-se de alto risco, para a segurança das redes e serviços nacionais decorrentes da implementação e uso da tecnologia 5G, a utilização de equipamentos e serviços que provenham de fornecedor ou prestador” que “esteja domiciliado ou, de qualquer outra forma relevante, vinculado, a um país que não seja Estado-Membro da União Europeia, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) ou da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE)”.

Por outras palavras, somente equipamentos fabricados na Europa, EUA e outros países da OCDE são considerados seguros para as redes nacionais.

No entanto, o documento não é claro, até porque não está definido que o Governo vá obrigar as operadoras de telecomunicações, que usam equipamentos da Huawei e outras marcas, a substituir esses dispositivos.

Entretanto, a Huawei enviou-nos uma declaração oficial sobre este assunto, que vamos agora replicar.

“Sabemos que o Governo Português publicou informação relativa à avaliação de risco das redes de telecomunicações. A Huawei não teve conhecimento prévio desta publicação e está a procurar reunir mais informação junto das autoridades competentes, relativamente à natureza desta avaliação.

Ao longo de duas décadas, a Huawei tem trabalhado com os operadores portugueses para desenvolver as redes de comunicações e prestar serviços de alta qualidade que servem milhões de pessoas. A Huawei foi diversas vezes reconhecida pelo Governo, bem como por entidades públicas e privadas, pelo seu papel na criação de emprego qualificado, capacidade de inovação e contributo para a inovação e transição digital, tendo investido mais de um milhão de euros na capacitação de talento digital.

Continuaremos a cumprir com as leis e regulamentação em vigor, com vista a servir os consumidores e empresas portuguesas, que se suportam nos nossos produtos e serviços.”

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