LEGO Bricktales

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Vão encontrar um excelente jogo LEGO escondido em LEGO Bricktales, se conseguirem ficar rendidos à aventura excessiva das suas mini figuras.

Se há algo que admiro nas produções LEGO mais recentes, seja em televisão, cinema ou em videojogos, é a capacidade de apresentarem mundos e cenários criados inteiramente com todos os seus icónicos tijolos. Ou não fosse, este ano, o brinquedo mais popular do mundo completar 90 anos de novidades, ao mesmo tempo que ginasticava a mente criativa do seu público.

Assim, foi com uma enorme satisfação que entrei em LEGO Bricktales, o mais recente jogo para PC e consolas 100% desenhado com peças LEGO, mas onde se destaca é a forma como apresenta os desafios aos jogadores, num reflexo extremamente real do que é brincar com LEGO, por vezes questionando o limite da nossa imaginação.

Desenvolvido pela ClockStone Studio, da fama da série Bridge Constructor, LEGO Bricktales traz-nos um pouco do ADN de resolução de problemas dessa série para o universo LEGO, apresentando desafios criativos que desafiam a nossa imaginação.

Entre várias áreas temáticas, vamos encontrando obstáculos em forma de puzzles interativos, onde nos são dadas peças e objetivos para construir algo. Esse algo pode ser um veículo, umas escadas, uma ponte, um objeto… No fundo, elementos ambientais interativos que nos vão ajudar a avançar no jogo ou a alcançar novas áreas do nível em questão.

Para além do previsível elemento tão constante de construir pontes, que tanto parece fazer parte da identidade da ClockStone Studio, estes desafios levam-me aos tempos em que não brincava com LEGO ou montava sets apenas para coleção, a uma altura em que todos os LEGO se misturavam e tentava replicar as alternativas dos sets que vinham na parte de trás das suas caixas sem qualquer instrução.

Nestes desafios, LEGO Bricktales não oferece nunca soluções óbvias, apenas objetivos. Quer isto dizer que uma ponte criada por mim será diferente de uma ponte criada por outro jogador, ou até da próxima vez que voltar a este ponto no jogo. Raramente o jogo nos obriga a usar todas as peças e dá-nos até liberdade de aprimorar ou embelezar os nossos sets improvisados. Em suma, é uma delícia.

A jogabilidade destes momentos é também incrivelmente intuitiva, um desafio interessante para a produtora, que aqui oferece formas e ferramentas de navegação em espaço 3D que nem sempre é fácil de executar. Felizmente, com recurso ao comando, a curva de aprendizagem é simples, com pequenos truques e atalhos de posicionamento que vamos aprendendo e “desbloqueado” quanto mais jogamos, ao ponto de acrescentarem uma pequena camada de satisfação quando as peças encaixam no sítio certo.

Tudo o que foi descrito até aqui é o coração e a alma do jogo. E se fosse apenas isto e em mais quantidade de desafios, seria objetivamente um jogo excelente. Porém, há muita coisa que se mete pelo caminho, sendo que alguns elementos do título apresentam pequenas frustrações, ainda que passíveis, que afetam o flow e a vontade de encontrar a próxima construção.

LEGO Bricktales não oferece nunca soluções óbvias, apenas objetivos.

Apesar de termos acesso a um modo de criativo livre, com peças que vamos desbloqueado com o progresso do jogo, a premissa de LEGO Bricktales coloca-se no caminho de uma experiência divertida. No jogo, somos nós, a nossa própria mini figura, e temos que ajudar o nosso avô, um cientista, a reconstruir um parque temático. Para isso necessitamos de peças especiais, ao estilo de um “McGuffin”, espalhadas em vários níveis: o nível da selva, o nível do deserto, da era medieval, da cidade futurista e dos piratas. Cada nível é distinto, tem as suas histórias e masmorras para explorar, mas toda a sua linearidade e obrigação de completar objetivos mascarados de pequenas fetch quests aborrecidas quebram demasiado o ritmo. Há momentos em que, por vezes, nos obrigam a falar com todas as personagens ou a vasculhar todo o nível em busca de um item específico para avançar na história e nos seus puzzles.

Existem momentos em que a exploração é divertida e os puzzles cerebrais são envolventes o suficiente para fazermos aquela ginástica mental satisfatória. Já outras situações tornam-se demasiado frustrantes, até porque a solução parece estar mesmo à nossa frente e a falta ou a ilegibilidade de indicadores do uso de certas habilidades não é clara o suficiente.

Felizmente, o charme que roja de LEGO Bricktales e o desejo de criar as suas próximas propostas não me fizeram com que largasse o comando tão cedo, ao ponto de, lá para meio da sua aventura, já não me limitar a entregar a solução mais simples, mas antes procurar fazer as construções mais bem trabalhadas possíveis. Um desafio imposto por mim mesmo, já que tinha que equilibrar as construções com os requisitos pedidos.

LEGO Bricktales é quase um jogo LEGO excelente. Aliás, existe um jogo excelente em LEGO Bricktales, que infelizmente se complica um pouco por excessos e pela necessidade de querer ser um pequeno RPG de exploração numa aventura para miúdos e graúdos.

LEGO Bricktales pode ser jogado no PC, consolas PlayStation, Xbox e Nintendo Switch.

Recomendado

Cópia para análise (PlayStation 5) cedida pela Plan of Attack.

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