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Haste difere dentro do formato roguelike e irá certamente encontrar os seus fãs, mas torna-se repetitivo nos momentos em que devia crescer e evoluir mecanicamente.

Em Haste, o novo título da Landfall Games, o género roguelike é repensado para um formato diferente do normal. Apesar de apresentar a mesma estrutura assente na repetição, onde cada nível é criado de forma procedural e os designs raramente são idênticos entre si – com uma campanha dividida por mapas com caminhos alternativos, inspirados por títulos como Slay the Spire e Inscryption –, Haste abandona o foco no combate e na tensão de confrontos tensos, onde a sobrevivência e a exploração comandam a experiência da jogabilidade. Aliás, não há qualquer combate em Haste, fora os confrontos contra bosses no final de cada zona – ou shards, como o jogo lhes chama – e os níveis são enormes pistas de corrida repletas de obstáculos que precisamos de evitar para alcançarmos a meta antes de sermos apanhados pela corrupção que nos persegue.

Com uma arte muito forte e cinemáticas repletas de vivacidade, cujo estilo visual é um dos seus pontos de destaque mais consistentes, o título da Landfall Games jorra personalidade e é interessante ver a atenção e cuidado que tem em desenvolver não só o seu mundo, mas também as personagens que procuram ajudar Zoe, a nossa protagonista, ao longo da sua aventura. A narrativa está sempre presente, seja através dos momentos em que voltamos ao HUB da campanha ou das lojas e acampamentos que desbloqueamos ao longo das zonas, onde as personagens convivem, falam e conhecem-se melhor.

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Haste (Landfall)

Como qualquer outro roguelike, Haste abraça a estrutura tradicional do género, mas sempre dentro dos seus próprios moldes. O que muda definitivamente é a forma como Hasta adapta o género a um estilo de corrida, com Zoe a conseguir correr a uma velocidade impressionante, quase como Arale, de Dr. Slump, só que menos ingénua ou cómica. O objetivo de cada nível é chegar à meta enquanto colecionamos shards que podemos reverter em itens e equipamentos temporários. Para alcançarmos a meta, temos de ser rápidos e não perder qualquer impulso, e, para isso, temos de aproveitar o layout dos níveis. Entre obstáculos progressivamente mais agressivos e difíceis de evitar, também encontramos colinas, estradas, rampas ou pontos de salto que nos permitem manter ou até aumentar a velocidade de Zoe.

O segredo de Haste, e talvez o elemento que o ajudará a chegar a um público mais vasto – até fora dos fanáticos do género roguelike -, é que a jogabilidade foca-se numa só mecânica: a queda. Enquanto controlamos Zoe, ela desloca-se a uma velocidade tão acentuada que acaba por se projetar por qualquer rampa ou declive que encontra pelos níveis. Uma vez no ar, Zoe tem de cair para não perder velocidade, e é necessário saber quando e onde cair para a impulsionarmos pelos obstáculos. Os níveis constroem-se entre a leitura dos cenários, o evitar dos obstáculos e a necessidade de não perdermos velocidade enquanto navegamos pelas colinas, rampas e estruturas que podemos aproveitar a nosso favor. Isto também significa que basta uma pequena falha, como cairmos mal e perdermos velocidade – o jogo apresenta um sistema simples de pontuação, com uma queda perfeita a aumentar-nos a velocidade automaticamente -, para colocarmos tudo em risco e podermos perder o progresso até ali.

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Haste (Landfall)

Com várias zonas distintas, que aumentam consideravelmente de dificuldade ao apresentarem novos obstáculos e layouts diferentes, cujos mapas apresentam níveis com desafios únicos, lojas ou então locais de repouso – onde podemos, quase sempre, interagir com as personagens, Haste é uma versão condensada do género roguelike e reembalado numa jogabilidade única no género. Os controlos são sólidos, a sensação de velocidade é um dos destaques e a coleção de shards é quase sempre empolgante porque ajuda-nos visualmente a perceber como e quando fazer certos saltos, mas Haste é também um daqueles casos onde não me senti propriamente empolgante em jogar. Tudo está no devido lugar, mas a fluidez dos níveis e a repetição dos mesmos não me deixou convencido, talvez pelo seu foco numa experiência mais assente na velocidade e corrida. Haste é um bom jogo, mas não me prendeu à jogabilidade como outros roguelike.

Cópia para análise (versão PC) cedida pela popagenda PR.

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