E são bem baratas.
Foi em setembro de 2023 que tudo começou, quando a Auchan passou a vender boxes de frutas e legumes para combater o desperdício alimentar. O sucesso foi tanto que a retalhista apostou, já em abril deste ano, noutras duas Happy Boxes especiais: uma com iogurtes, outra com bolos.
Pois bem, e depois de, recentemente, ter passado a vender ovos avulsos por apenas 0,50€ cada caixa de 6 unidades, eis que a Auchan volta a inovar, novamente com uma happy box, mas desta vez com artigos de produção própria.
Dá pelo nome de Happy Box de Gastronomia e, basicamente, é constituída por saladas, sandes, wraps e salgados. Tudo depende do excedente que haja cada dia numa loja Auchan. Portanto, e tal como as restantes boxes, não é o cliente que decide o que vai levar para casa – o fator surpresa aqui é dominante.
O melhor de tudo? O preço. O valor do cabaz está entre um mínimo de 5€ e um máximo de 8€, mas nós, clientes, pagamos apenas 2,49€. É uma maravilha.
Convém dizer que, em média, e de acordo com a Auchan, cada Happy Box de Gastronomia salva três artigos, o que equivale a 800 gramas de comida.
É uma belíssima iniciativa para reduzir o desperdício alimentar e ao mesmo tempo ajudar a reduzir o orçamento com a comida. Muitas vezes os vegetais têm manchas ou estão menos frescos (as cenouras, por exemplo) mas ainda se aproveitam bastante bem para uma sopa. Infelizmente, verifico que muitas vezes as happy boxes são usadas pelos funcionários para rentabilizar o lixo. Quantas vezes tive de deitar fora alfaces podres, abacates todas pretas, tomates bolorentos, kiwis liquefeitos ou outros frutos/legumes que estiveram à espera demasiado tempo de serem vendidos. Devia ter ido para o lixo ou postos numa Happy Box antes de terem chegado a esse ponto. Mesmo pelo preço simbólico de 1€ é um insulto vender lixo a pessoas que necessitam de poupar os mais ínfimo cêntimo. E porquê só vejo as mesmas peras Rocha (onde estão as conference, as Williams, as Packham), as mesmas maçãs (NUNCA uma maçã reineta), os mesmos tomates (nunca tomate cereja ou tomate coração de boi), as mesmas batatas já verdes e impróprias para consumo humano (o verde, a solanina é venenosa) e porquê nunca batata doce. Porquê apenas MUITO RARAMENTE uma fruta tropical? Será que os funcionários esperam demasiado tempo para as vender ao ponto de já nem prestarem para compor uma Happy Box? Se sim, parece-me que ainda há muito desperdício de fruta tropical, porque é raríssimo vê-las nas Happy Boxes. Os empregados levam-nas para casa? Há muita falta de transparência no critério subjacente à condição da fruta/legumes que integram as Happy boxes. Compro Happy Boxes 3 a 4 vezes por semana e, apesar de darem muito jeito e ter feito muitas sopas com o conteúdo, a maior parte das vezes deito sempre algo (chega a ser metade) para o lixo. A iniciativa é boa em teoria mas parece-me que os funcionários devem ter instruções de esperar até ao último momento e compor caixas com quase-lixo.