Projeto português utiliza microalgas e bactérias em prol de um mar mais limpo

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Os resultados do projeto vão ser apresentados num evento online na próxima terça-feira.

GreAT é o nome do projeto de investigação, desenvolvido pela Universidade Católica Portuguesa e pela Universidade de Aveiro, que utiliza biomassa granular de microalgas e bactérias para o tratamento de efluentes gerados na aquicultura.

“O desenvolvimento de uma economia azul sustentável permite combater as alterações climáticas, recuperar a biodiversidade e utilizar os recursos marinhos de uma forma mais responsável”, salienta Paula Castro, investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica. Neste sentido e, em linha com as diretrizes da Comissão Europeia para promover um mar mais limpo, as indústrias costeiras estão a adotar processos mais sustentáveis que assentam no desenvolvimento de tecnologias inovadoras.

“Através do projeto GReAT, que decorreu entre 2018 e 2022, desenvolvemos processos de biomassa granular composta por microalgas e bactérias que revelaram ser uma solução eficiente para o tratamento de efluentes de aquicultura marinha.” As palavras são de Catarina Amorim, também investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica. Assim, “os efluentes produzidos por estes sistemas possuíam qualidade suficiente para serem reutilizados, permitindo a redução dos recursos hídricos necessários para produção, um fator importante perante a crescente escassez de água no planeta”.

“A eficiência dos sistemas de tratamento de águas residuais no setor da aquacultura marinha é de extrema importância para a proteção do meio ambiente, especialmente para minimizar o impacto destes nos ecossistemas aquáticos onde são descarregados”, esclarece Paula Castro. O projeto permitiu descobrir que “o uso de sistemas granulares por si só permite uma maior eficiência energética, mas ao usar uma biomassa multitrófica, a simbiose estabelecida entre bactérias e microalgas pode diminuir a libertação de gases com efeito de estufa e também promover a produção de efluentes com níveis superiores de oxigénio, reduzindo assim a necessidade de oxigenação para a sua recirculação nos tanques de aquicultura”, conclui Catarina Amorim.

Os principais resultados do projeto GreAT, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P. (FCT,I.P.), que envolveu investigadores do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro, vão ser apresentadas a 31 de maio, a partir das 14h15, num evento online aberto à comunidade.

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