Grandes Escolhas – Vinhos & Sabores – Rentrée do vinho

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É sempre um prazer.

Feira Internacional de Lisboa (a da Expo, a antiga agora chama-se Centro de Congressos de Lisboa para os mais desatentos) com o parque de estacionamento cheio para mais um regresso à feira Vinhos & Sabores, organizada pela prestigiada revista Grandes Escolhas no passado mês de outubro.

Lá dentro felizmente circulava-se melhor, com um ruído de fundo suportável para aquela conversa fundamental com quem está do lado de lá do stand. Para quem gosta, é tão importante como a prova, e uma das maiores formas de distinguir o trigo do joio, quase ao nível do que se prova.

O nosso amor é verde, e não dificilmente não se começa por lá. Os Valados de Melgaço foram reencontrados, projecto-paixão de Artur Meleiro, e o Valados de Melgaço Natura 2019 (16€) continua a mostrar que é um dos grandes brancos de inverno do nosso país. Amarelo cítrico, chá forte e palato lácteo, complexo. A acidez não se foi embora, mas está lá atrás para garantir que não há enjoo. Um vinho que não tem medo de ir para a mesa batalhar com um prato no forno para um destes fim de semanas mais cinzentos e/ou frescos.

Já novidade foi o Dom Ponciano 2022 (12€). Alvarinho limpo, bom equilíbrio frutado/floral, um belo exemplar da casta e com espaço para crescer na garrafa. Ainda por Monção e Melgaço, o Quinta do Mascanho Reserva 2022 (10,50€) é outro belo exemplar com grande capacidade gastronómica, e o Quinta do Mascanho Grande Reserva 2018 (14€), já com a cor palha a dominar e frutos tropicais ainda bem vivos, vale também o salto para um vinho mais complexo. Estágio em inox e em contacto com borras finas.

Por último na região, e já a descer para o Douro – ali pertinho de Amarante, que a família Camizão mantém o seu bonito projecto e o Sem Igual Ramadas Metal 2021 (30€), lote de Arinto e Azal, é um equilíbrio em grande de infusão de ervas  e florais, bem secos, com grande cremosidade na longa estrutura e fruta madura a equilibrar. Não há que enganar aqui.

Mais ao lado na raia, por Trás-os-Montes, a Quinta do Sobreiró de Cima continua a surpreender pela quantidade de rótulos que oferece, muitos do quais com qualidade e boa relação ao nível do preço. Daqui desde logo a apontar o Quinta do Sobreiró Gewurztraminer/Moscatel Galego 2020 (18€), as líchias e mineralidade a sobressair logo, perfil bem distinto das referências anteriores. Secura compensada pela vibração, bela mistura de castas. Para falar dos tintos, o Quinta do Sobreiró Vinha de Rio Torto 2012 (24€), estágio prolongado, com harmonia, fruta madura, e elegância no final longo. Recomendada a decantação lenta, por via a garantia uma prova adequada e que consiga atingir a sua plenitude.

Pelo Dão, o MOB (projecto criado por Jorge Moreira, Francisco Olazabal e Jorge Serôdio Borges), tem no seu Mini MOB Tinto 2019 (11€), é um tratamento leve da Tinta Roriz, minimalista, que resulta num vinho fresco e com delicadeza e directo, a pedir uma temperatura fresca. Um tinto à nossa maneira.

Já no Tejo, e ali ao redor de Almeirim, a Quinta da Alorna é produtor que faz, não há que esconder, quantidade, mas tanto o faz com qualidade. E o Quinta da Alorna Touriga Nacional 2021 (6,50€) é um exemplo de vinho que se pode trazer para um jantar de família ou amigos com qualidade a um preço razoável sem ser o óbvio do supermercado. Redondo, corpo equilibrado e o floral a aparecer pelo final. Bom trabalho.

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