Google Stadia – A alternativa para quem não quer um PC ou consola para jogos

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O Google Stadia chegou finalmente a Portugal e, em termos técnicos, impressiona, isto se não forem muito exigentes com as suas limitações.

Google Stadia chegou a Portugal

Lançado originalmente no final de 2019, a aposta da Google no mundo dos videojogos foi tão ambiciosa como estranha. Criticada e gozada pelo seu modelo de negócio, o Google Stadia abriu a porta do streaming de videojogos ao consumidor com uma solução bastante interessante, mas difícil de vender aos jogadores mais dedicados.

Agora, um ano depois, com o serviço mais maduro, uma biblioteca de jogos mais apurada e longe dos olhares mais cínicos, o Google Stadia chega finalmente a Portugal. Aqui no Echo Boomer já pudemos experimentar o serviço, com acesso antecipado graças à Google Portugal, e é, surpreendentemente, um serviço melhor do que estávamos à espera.

O Google Stadia é a consola virtual da Google. Uma plataforma que promete a qualquer jogador poder aventurar-se em mundos digitais à distância de um simples clique. Sem necessidade de um computador de jogos ou de uma consola. Apenas com uma ligação à Internet e um comando ou teclado e rato.

Disponível para browsers como Microsoft Edge e Google Chrome, dispositivos Android e iOS e acessórios como o Chromecast, tudo o que o utilizador necessita para começar a jogar é de uma conta Google e alguns trocos para comprar os jogos, algo que o torna diferente de todos os outros serviços de streaming atuais.

Enquanto que o xCloud, da Microsoft, ou o PS Now, da PlayStation, nos dão acesso a uma biblioteca de jogos para aceder sem custos adicionais, como uma “Netflix dos videojogos”, o Google Stadia tem um modelo de negócio bastante diferente e funciona quase como uma consola, onde temos que comprar os títulos existentes apenas no seu ecossistema para os podermos jogar. Ou seja, com a nossa conta Google, só podemos jogar os jogos que comprarmos na sua loja.

Na modalidade gratuita, basta visitar a página oficial do Stadia e comprar os jogos que se pretendem jogar e clicar no “Play”, com a limitação de aceder a um stream em 1080p. Já os jogadores que querem tirar partido da capacidade 4K das suas TVs ou sistemas surround 5.1 dos seus sistemas, necessitam da subscrição Pro, de 9,99€, que dá ainda acesso a uma seleção de cerca de 30 jogos, sem custos adicionais.

A solução da Google é ainda limitada e tem muito espaço para crescer, mas a oferta de jogos já é algo variada. Entre títulos AAA e muitos indies, há alguns pesos pesados como Doom Eternal, jogos de Assassin’s Creed, Hitman, Sekiro, Final Fantasy, Marvel’s Avengers, Red Dead Redemption 2, Destiny 2 (que é de acesso gratuito para todos) e até o muito aguardado Cyberpunk 2077, com preços bastante acessíveis, sendo semelhante ao que encontramos noutras plataformas de jogos.

Contudo, não conta com uma biblioteca tão vasta como outros serviços, parecendo haver um pequeno foco em jogos mais atuais e populares. Mesmo a oferta do Stadia Pro deixa um pouco a desejar, com uma seleção de jogos pouco aliciante, mas que não deixa de ser bem-vinda para quem escolher pagar uma subscrição.

É, porém, no desempenho, que o Google Stadia se mostra muito forte, impressionante até, ao ponto de tornar frustrante o seu modelo de negócio, pois podia ser uma solução muito mais interessante para os jogadores mais dedicados.

Jogar no Google Stadia vai depender da nossa ligação e do estado dos servidores que, durante os meus testes, mostraram um desempenho exemplar. É, literalmente, clicar num botão e estamos dentro de um jogo.

No PC, através do Chrome ou do Edge, mudamos logo para fullscreen e recebemos uma imagem de altíssima qualidade (mesmo a 1080p) que facilmente passa por uma imagem de um jogo a correr nativamente na máquina, exceto se fizermos esforço para tentar apanhar algum tipo de compressão nas cores. Claro que nem sempre é perfeito e o desempenho apresentado, quer do jogo, quer da qualidade de imagem, vai depender de título para título.

Apesar da promessa de jogos a correrem nas melhores definições possíveis, Assassin’s Creed Valhalla (a que nos foi dado acesso para testar o serviço) apresenta-se limitado a 30fps e com um nível de compressão de imagem que já se aproxima de um vídeo de YouTube interativo, com blocos e falta de nitidez, algo que não se observa noutros jogos como Hitman 2, SUPERHOT ou até Destiny 2.

Google Stadia chegou a Portugal
SUPERHOT a correr no Google Stadia

Mas há coisas que impressionam muito, como o tempo de resposta e a fluidez dos jogos, que na sua maioria vão até aos 60fps, sem qualquer tipo de latência notória. Em condições ideais, como uma ligação de 100 Mbps, o Google Stadia comporta-se de forma espetacular, mas, como sempre, recomenda-se uma ligação estável como a ligação por fios.

Nos smartphones, o desempenho do Google Stadia não se fica atrás. É necessária a utilização de um comando compatível para tirar partido dos jogos e, ao longo dos meus testes, notei, de facto, um ligeiro atraso que pode pôr em causa alguns títulos, como foi o caso de Destiny 2, onde senti com facilidade o arrasto da mira. Embora seja possível jogar com rede de operadora (não recomendado por causa dos dados gastos), recomenda-se que usem uma ligação Wi-Fi a 5Ghz para o melhor desempenho possível.

A interface do Google Stadia é super simples e fácil de navegar, com o essencial à vista. Temos, claro, os nossos jogos, e também a loja para aquisição de novos títulos, onde poderão existir alguns descontos especiais. Não prima por muitas funcionalidades extra, o que revela bem a posição da Google na sua aposta: fácil utilização e acessibilidade.

Esta simplicidade apresenta algumas limitações, como a mudança de linguagem de alguns jogos, a impossibilidade de aceder a ficheiros, jogos guardados ou mods, alteração de definições visuais de jogos, entre outros. Mas tudo isto vai de encontro ao que o Google Stadia é – uma alternativa ao mundo dos videojogos.

Google Stadia chegou a Portugal
O Google Stadia requer e é compatível com os comandos mais populares para PC, smartphone e consolas.

É claro que o objetivo do Google Stadia não é revolucionar como chegou a ser anunciado inicialmente, nem sequer de ser a consola do futuro, o rival dos restantes serviços ou das consolas físicas. Esse pode ter sido o seu conceito inicial, mas, agora, é apenas uma alternativa, e das boas até, se o seu catálogo e oferta melhorarem.

Com esta aventura pelo mundo do streaming da Google, a minha perspetiva em relação ao serviço mudou de forma positiva e deixou-me a querer mais, mas também me ajudou a perceber para quem se destina o Google Stadia.

Este é um serviço pensado para todos os utilizadores que querem entrar no mundo dos videojogos, mas sem a necessidade de gastarem centenas de euros em máquinas. Para jogadores que não devoram tudo e consomem um jogo de cada vez e, também, para quem não está à procura do último grito ou jogo tendência. É destinado a um grupo de jogadores mais casual, liberto e despreocupado. O Google Stadia pode não ser perfeito e pode ainda não revolucionar a forma como consumimos os videojogos, mas irá, certamente, fazer a cama para o futuro.

Podem experimentar o Google Stadia a partir de agora* de forma gratuita apenas com registo Google, que dá acesso imediato a jogos como Destiny 2, e acesso gratuito ao primeiro mês de Stadia Pro, que normalmente custa 9,99€ por mês. A mensalidade inclui uma lista de jogos gratuitos prontos a jogar, descontos na loja e suporte até 4K a 60FPS em dispositivos compatíveis.

*O Google Stadia poderá não estar disponível a todos após as primeiras 24 horas depois do seu lançamento em território nacional.

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