Google Pixel 9 Pro XL – Análise

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O foco? A IA.

Foi no ano passado, após oito anos de espera, que os portugueses puderam finalmente ter acesso “oficial” a dispositivos com a chancela Google. Sim, foi apenas em 2024 que a Google Store passou a vender os smartphones Pixel, naquela que foi uma segunda vida para este nicho de mercado da Google – a empresa chegou a vender os smartphones Nexus a partir da sua loja oficial em Portugal, mas foi sol de pouca dura.

E foi assim que, no ano passado, tivemos a oportunidade de testar os variados telemóveis Pixel da Google. Eu pessoalmente com o 8 Pro, outros colegas com o 8 base e o mais modesto 8a.

Nem um ano depois e eis que a Google quis antecipar-se à concorrência, lançando a sua nova linha Pixel 9, desta vez composta por quatro modelos: 9 base, 9 Pro, 9 Pro XL e 9 Pro Fold (não disponível em Portugal). E foi a minha oportunidade para fazer um upgrade para o 9 Pro XL.

Há diferenças? Claro que sim. Se são assim tão perceptíveis? Não iria tão longe, até porque falamos apenas de uma geração de diferença. Há, claro, várias mudanças a nível de hardware, mas no fim do dia, a experiência de utilização vai ser muito semelhante a quem passa de um Pixel 8 ou 8 Pro para um 9 Pro XL, como é o meu caso.

A nível de design, estamos mais que nunca perante um “clone” do iPhone. Não me interpretem mal – o iPhone tem aquele design sóbrio e de linhas retas, algo que a Google conseguiu replicar com muita fiabilidade. Na mão, sente-se bem que estamos perante um dispositivo premium, com os seus 223gr de peso (mais 13gr que o Pixel 8 Pro) e dimensões de 62,8 de altura x 76,6 de largura x 8,5 de profundidade (mm), em que o alumínio utilizado na estrutura é 100% de material reciclado. Além disso, o Pixel 9 Pro XL foi fabricado com, pelo menos, 18% de materiais reciclados, tendo por base o peso do produto, e surge numa embalagem 100% sem plástico, o que demonstra bem o compromisso da Google com a sua pegada ambiental.

Já a traseira em vidro polido contrasta com os acabamentos em metal acetinado na câmara e na estrutura.

Como disse, o tato é ótimo, sendo que o alumínio e metal utilizados cobrem na totalidade as laterais do smartphone – no Pixel 8 Pro não foi tão bem conseguido, dando a sensação de que tinha sido encaixada uma capa na traseira para completar o design. Aqui isso não acontece, dando uma boa sensação de fluidez.

Relativamente à geração passada, há uma melhoria, a nível estético, que considero muito bem conseguida: o módulo das câmaras traseiras. Nos Pixel 8, as lentes fotográficas surgiam numa espécie de “tira” que ia do lado ao outro do telemóvel, e ficava algo fatela. Mas já nos Pixel 9, a tecnológica norte-americana conseguiu arrendondar esta barra – com acabamento duplo e uma estrutura em metal polido -, e já não fica estranha, pois parece algo natural, apesar da sua saliência.

De resto, referir que o Pixel 9 Pro XL está preparado para os imprevistos do dia a dia, como quedas, riscos e salpicos, graças à classificação IP68, mas não é à prova de água – isto é, não o tentem submergir em água… E sim, aqui também há Gorilla Glass Victus 2 nas partes frontal e traseira – supostamente, a linha Pixel 9 é duas vezes mais resistente que a linha Pixel 8…

Rápido, eficaz e com um ecrã fantástico

Depois, tudo funciona graças ao novíssimo processador Google Tensor G4, o chip mais poderoso da empresa até à data, e aos 16GB de RAM, para suportar as funcionalidades de inteligência artificial. Quanto a este aspeto, e tendo em conta que somente tenho o smartphone há uma semana, não tenho a tecer grandes comentários – não fiz uma utilização demasiado exigente para sentir alguma lentidão ou engasgo em qualquer tarefa. Portanto, e até ver, tudo certo neste departamento, com o Pixel 9 Pro XL a comportar-se de forma exemplar.

Há também o coprocessador de segurança Titan M2, que nos ajuda a garantir a proteção dos nossos dados sensíveis. Aliás, a Google garante mesmo que o Pixel nos protege contra spam, esquemas e outras ameaças.

De louvar é também o ecrã Super Actua de 171 mm (LTPO) de 6,8”, formato 20:9 e resolução de 1344 x 2992 a 486 ppp. Com compatibilidade com HDR, até 3000 nits de brilho máximo e taxa de atualização adaptável entre 1 e 120Hz, temos aqui o painel mais brilhante e imersivo do Pixel até à data. Isso notou-se nestes dias bem quentes, sob forte luz solar, em que conseguia ver na perfeição o que surgia no smartphone. Além disso, também ajuda na reprodução de cores, mais realistas que nunca, sendo que o objetivo é replicar ao máximo aquilo que os nossos olhos veem. Além disso, este ecrã tem molduras 15% mais finas e uniformes relativamente à geração passada.

Portanto, seja a ver um filme, uma série ou um vídeo no YouTube, dificilmente terão queixas com este ecrã. Ah, e se por acaso vierem de um Pixel 8 Pro, como eu, não sentirão discrepâncias nenhumas face ao tamanho dos ecrãs – a diferença entre o Pixel 8 Pro e o Pixel 9 Pro XL é de apenas 0,1”, sendo praticamente imperceptível e não se sentindo, de todo, que têm um dispositivo gigante nas mãos.

Mas além do ecrã, é nos módulos fotográficos onde as fabricantes mais investem, algo que ajuda a justificar o preço bem superior de certos smartphones relativamente a outras soluções no mercado. E no caso do Pixel 9 Pro XL, pode-se dizer que temos aqui o que de melhor o mercado pode oferecer.

Câmaras que fazem magia

É, naturalmente, o melhor sistema de câmara de sempre da Google, senão vejamos: câmara grande-angular Octa PD de 50MP com abertura de ƒ/1,68 e campo de visão de 82, câmara Ultrawide Quad PD de 48MP com focagem automática com abertura de ƒ/1,7 e campo de visão de 123°, e câmara com teleobjetiva Quad PD de 48MP com abertura de ƒ/2,8 e campo de visão de 22°. Isto na traseira, sendo que todas elas conta com sensor LDAF (focagem automática de deteção por laser) multizonas e sensor espectral e de cintilação. Além disso, há também estabilização de imagem ótica + eletrónica na câmara grande-angular e teleobjetiva.

Com tudo isto, temos aqui um sistema de câmara tripla traseira que permite criar fotos e vídeos de grande qualidade. Principalmente quando as condições externas ajudam. Claro, tirar fotos no escuro tem cada vez melhores resultados, mas irão sempre reparar em alguma quantidade de grão, o que é perfeitamente natural.

No meu caso, dei por mim a utilizar mais a Telecâmara, principalmente devido ao zoom ótico de 5x e do zoom de alta resolução de até 30x, bem útil para algumas situações – afinal de contas, quem nunca precisou de fotografar algo ao longe, mas não lhe apetecia sair do mesmo lugar? E sim, os resultados são muitíssimo satisfatórios, não estivéssemos nós a falar daquele que é, atualmente, o segundo melhor smartphone do mercado para fotos, segundo os especialistas da DXOMark.

Além disso, tenho basicamente usado o Pixel 9 Pro XL para as minhas experiências gastronómicas – leia-se quando vou a novos restaurantes ou experimentar novos menus -, bem quando vou a algum local que merece uma foto para a eternidade. Sei que não pareço muito entusiasmado, mas isto porque já tinha uma belíssima experiência com o 8 Pro. Ou seja, o 9 Pro XL veio, basicamente, aprimorar essa experiência, ainda que, como acontece com a geração anterior, nem sempre as cores sejam as mais precisas – algo bastante transversal em smartphones Android…

Outra coisa que funciona tremendamente bem, com resultados bastante melhores que a Borracha Mágica, por exemplo, é a nova opção Adicione-me, disponível logo atrás da opção Retrato, na app da câmara fotográfica. Basicamente, esta novidade permite inserir elementos numa foto, tal e qual como se essa foto tivesse sido originalmente captada com todos os elementos.

Imaginem a seguinte cena: um cenário onde numa das pontas está alguém, enquanto que na outra ponta está outra pessoa ou objeto. O problema? As fotos foram tiradas em separado. Mas este Adicione-me consegue juntar ambos os elementos numa só foto.

Primeiro que tudo, devem tirar uma foto onde existe espaço para adicionar esse elemento extra. Depois tiram uma segunda foto sem os elementos da primeira foto, mas com o elemento que falta. E no final de tudo, a Inteligência Artificial vai juntar este elemento da segunda foto na primeira foto (a original). Funciona muito, muito bem, dando resultados bem giros.

Já na frente temos uma câmara para selfies Dual PD de 42MP com focagem automática, abertura de ƒ/2,2 e campo de visão Ultrawide de 103°. Os resultados são fantásticos, pois a qualidade da imagem capturada é realmente muito boa. A única coisa que continuo a não apreciar é a pré-visualização que surge antes de tirarmos a foto propriamente dita, algo especialmente notório na câmara de selfies. É que, quando queremos tirar uma selfie, a qualidade apresentada não é particularmente boa. Porém, depois de tirada e de processada, a foto fica espetacular. Confesso não entender esta disparidade relativamente ao antes e ao depois da foto, mas compreendo que só depois de captada é que a imagem é processada pelos algoritmos.

Bateria continua a não impressionar

O único ponto menos negativo é mesmo a bateria, que continua sem impressionar. Com uma melhoria mínima face ao Pixel 8 Pro, este Pixel 9 Pro XL tem uma bateria de 5060mAh, que se vai esgotar num instante caso façam várias coisas com o dispositivo ao longo do dia.

Andar nas redes sociais durante algum tempo é o que basta para a autonomia descer consideravelmente, e até um simples jogo pouco complexo graficamente fará baixar bastante a percentagem da bateria.

Contudo, não creio que o problema principal resida aqui, mas sim na inteligência artificial. É verdade que nos facilita imenso a vida para várias situações, mas quantas mais funcionalidades estiverem ativadas, e quanto mais o Pixel as utilizar, mais rapidamente a bateria irá esgotar-se. É o que é, mas faz sentido.

Por exemplo, o Gemini pode ajudar a encontrar informações das apps Google para ajudar a fazer planos em qualquer lugar, como extrair os detalhes de uma festa de um convite no Gmail e sugerir floristas nas proximidades no Maps. Também podemos conversar com o Gemini para saber mais informações ou agir de acordo com o que estamos a ver no ecrã. Podemos, até, tirar uma foto e usar o Gemini para receber respostas a perguntas. Por exemplo, como salvar uma planta que está a murchar na janela, ou que receita podemos fazer com o que temos no frigorífico.

E com a IA sempre em funcionamento, até a sua utilização nas fotos fará acabar com a bateria mais rápido. Não há milagres, mas realmente gostaria de uma bateria mais capaz.

A IA é fantástica, mas é preciso ter cautela

Um conselho: não acreditem em tudo o que veem na Internet. Com a Inteligência Artificial, e tendo em conta o que a série Pixel 9 é agora capaz de fazer, é cada vez mais fácil alguém ser enganado, mesmo aqueles com mais experiência em detetar fakes.

Olhemos para a função Reimagine, que permite alterar qualquer foto com apenas um comando. Ou seja, qualquer imagem poderá ser aldrabada… e será muito difícil perceber o que é real ou não. Isto é porreiro para algumas situações, mas também é muito muito perigoso para o dia a dia, pois mentes mal-intencionadas poderão criar várias situações falsas e enganar qualquer um.

É daquelas coisas que simplesmente funciona bem. Resta-nos ter esperança de que não levem estas brincadeiras de bolso a outros limites…

De resto, e como seria de esperar, a série Pixel 9 inclui sete anos de atualizações do sistema operativo e de segurança. Só é mesmo pena que ainda não tenha sido lançado o Android 15, mas será questão de semanas, dado que os Pixel 9 foram lançados mais cedo do que o esperado.

Resumindo, não há como não recomendar este Pixel 9 Pro XL, pois tudo o que faz faz bem. Se tiverem orçamento para este smartphone, não pensem duas vezes e terão muito com que se entreter nos próximos tempos. Já se tiverem o Pixel 8 Pro, não sei se valerá assim tanto a pena passarem já para esta geração, pois as grandes diferenças só serão mais visíveis, digo eu, num Pixel 10… ou 11.

O Pixel 9 Pro XL pode ser adquirido na Google Store a partir de 1.219€. Há, até 5 de setembro, ofertas para aproveitar.

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Esta análise foi possível com uma unidade cedida pela Google.

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