Gambar no Páteo Bagatela – Espaço elegante onde a gamba é estrela, mas não só

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O Gambar veio para ficar.

Depois da abertura em 2020 no Cais do Sodré, onde as gambas têm feito sucesso num bistrot na Rua do Corpo Santo, o Gambar há uns meses abriu um novo restaurante, mais largo e convidativo, para uma refeição prolongada no Páteo Bagatela. Estes espaços pertencem ao grupo Gambar dos empresários Tiago Drummond Borges, Giscard Muller, Dimas Cavallo e Filipe Mello, que também engloba a hamburgueria Blue Jeans em Paço de Arcos, o japonês Hiroo, o M Bistro & Terrace no hotel Esqina sito na Rua da Madalena, e os serviços de entrega I Want Sushi e I Want Burger.

Onde Gambararei é a palavra de mote, para o espaço, e dá conta da paixão dos responsáveis pelo produto. Neste caso, gambas selvagens de calibre 20-30 originárias de Madagáscar. E para o início deste almoço de apresentação, onde os pratos foram acompanhados pelos vinhos selecionados pelo também sommelier Giscard Muller, é dado destaque ao produto deste o início com a Tiborna de Gambas (12,90€), servida com gambas, bacon e queijo, e maionese caseira, dispostos em cima de fatia de pão de Mafra. Uma grande combinação, de imenso equilíbrio e com todos os sabores a destacarem-se individualmente.

Como couvert, é apresentado pão com um conjunto de manteigas (uma com sultanas e nozes – com fleur de sel, como foi vincado de forma bem humorada, e outra de azeitona), e um curioso queijo feta com malagueta e pimentos vermelhos.

As Gambas à Gambar (19,90€) são naturalmente um dos ex-libris da casa, fruto do labor de Dimas Cavallo (chamado de génio da gamba por Tiago Drummond Borges), e trave-mestra para a montagem do negócio. Como já referido de tamanho substancial, grelhadas em cima de carvão vegetal feito à base de casca de coco – uma descoberta recente oriunda da Tailândia que garante uma brasa de longa duração e com uma base sustentável. A acompanhar, um molho à base de manteiga com limão, ervas e vinho branco, não longe do clássico Bulhão Pato. E são realmente belíssimas.

A acompanhar, o Assembleia 2018, um Alvarinho todo o terreno que acompanhou estes primeiros pratos com boas armas. Além do sushi vegetariano importado da carta do Hiroo que também se disponibilizou aos comensais que não comem carne, chegou o Polvo do Chefe (25€). Tentáculo único de grande porte (só se trabalha com polvo de cinco ou seis quilos, o que por vezes representa uma dificuldade no acesso), servido em cima de cama de puré de batata com uma pitada de molho de tomate. Outra confeção de muito bom nível, em que o uso de boa matéria-prima e uma técnica que é segredo (mas em que o polvo não é cozido, mas sim vai ao forno e à grelha) mostra resultados que agradaram.

Numa sala ampla e elegante, com decoração de Pedro Versteeg (responsável também pelo Gambar original), o Bacalhau à Gambar (22€) foi a estrela seguinte, com a posta grelhada sobre carvão vegetal colocada sobre grelos salteados, e uma intensa tapenade de azeitonas pretas a coroar. Bacalhau tenro a lascar, sal no ponto, mas moderação na tapenade é precisa para todos os sabores se manterem íntegros.

O Bife quase à Portuguesa cumpriu a fase carnívora da refeição, corte de vazia alto e saboroso, acompanhado de batatas fritas às rodelas e ovo estrelado, neste caso acompanhado por um Quinta do Carvalhido 2020 tinto, vindo do Tua e lote Touriga Nacional e Tinta Roriz) e projeto pertencente à família de um dos responsáveis. Vinho guloso, ainda a caminhar para o auge, mas de grande harmonia embora mantendo a vontade de mastigar, vegetais secos e chocolate no paladar. Um grande vinho da casa.

A terminar um saboroso Toucinho do Céu, o tradicional doce conventual desta vez acompanhado por bola de gelado.

Refeição com muito brilho onde se nota o esmero em cada prato, num espaço onde apetece estar sem pressa. O Gambar veio para ficar.

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