Depois de anos de oposição, a FTC abandonou o processo que tentava travar o acordo de 68,7 mil milhões de dólares entre a Microsoft e a Activision Blizzard.
A Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos (FTC) decidiu dar por encerrado o processo que tinha aberto para tentar bloquear a compra da Activision Blizzard pela Microsoft, terminando assim uma das mais longas disputas legais do setor dos videojogos. A decisão foi tornada pública a 22 de maio, após várias derrotas em tribunal que deixaram a FTC sem argumentos válidos para continuar.
O negócio, no valor de 68,7 mil milhões de dólares, foi anunciado em 2022 e concluído no ano seguinte, mas ainda depois disso, a FTC continuou a apresentar recursos na esperança de travar e reverter a compra. A preocupação principal era o impacto que esta fusão poderia ter a nível de concorrência, nomeadamente nos serviços de jogos na nuvem, nas subscrições e na exclusividade de jogos. No entanto, os tribunais norte-americanos consideraram que não havia provas suficientes para justificar a paragem do acordo.
No início de maio deste ano, o Tribunal de Recurso do 9º Circuito rejeitou o último recurso apresentado pela FTC, afirmando que a agência não conseguiu mostrar que o negócio representava uma ameaça real à concorrência. Após esta decisão, a FTC admitiu que “o interesse público é melhor servido com a retirada do processo” e encerrou oficialmente o caso.
Brad Smith, presidente da Microsoft, afirma que esta decisão representa “uma vitória para os jogadores em todo o país” e agradeceu à FTC pelo desfecho. Antes de concluir a compra, a Microsoft assinou acordos com várias empresas concorrentes para garantir que jogos como Call of Duty continuariam a estar disponíveis em consolas como a PlayStation durante, pelo menos, mais dez anos. E ainda no que toca à exclusividade de jogos, a própria Microsoft já adotou um plano de distribuição multi-plataforma que resultou, por exemplo, no lançamento de jogos como Forza Horizon 5 na PlayStation 5.
Apesar de o negócio ter sido fechado em 2023, a sua concretização trouxe outras consequências menos felizes. Desde então, a Microsoft já realizou vários despedimentos em massa, eliminando cerca de 2.500 postos de trabalho ao longo de dois anos.