Finalmente! Depois de a Câmara Municipal de Setúbal ter referido que os trabalhos de requalificação do Forte de Albarquel estariam finalizados em setembro, tal sofreu um revés. Agora, há nova data para a inauguração da antiga fortificação militar: 22 de maio.
Recorde-se que as obras de recuperação foram iniciadas em agosto de 2018 e, durante algum tempo, os trabalhos estiveram centrados sobretudo no interior do imóvel cedido pelo Ministério da Defesa à Câmara Municipal de Setúbal, em janeiro de 2015, por um período de 32 anos.
Por se tratar de um edifício com elevado valor patrimonial, a opção do gabinete de arquitetura responsável pelo projeto de reabilitação do Forte de Albarquel focou a prioridade no interior do imóvel, no qual foi necessário conduzir um delicado conjunto de ações de restauro e concretizar novas soluções estruturais.
A operação, com encargos repartidos entre a autarquia e o The Helen Hamlyn Trust, no âmbito de um memorando de entendimento firmado em 2016, reservou para a fase final da intervenção os trabalhos de recuperação do exterior da fortaleza, ações de maior impacte visual para o público.
Além da recuperação do edificado histórico, a operação, cuja conclusão, de acordo com o caderno de encargos, está prevista para setembro, contempla um conjunto de ações de beneficiação da área envolvente, trabalhos a executar pela Câmara Municipal de Setúbal.
Esquecido ao longo de décadas e longe da imponência militar de outros tempos, o Forte de Albarquel renasce com num plano delineado pelo município para o transformar num espaço cultural e educativo, com valências museológicas e expositivas, componentes para diversas manifestações culturais e artísticas e funções de sala de visitas da cidade.
O Forte de Albarquel, localizado na praia com o mesmo nome, na margem direita da foz do rio Sado, integrou, a partir do século XVII, a linha defensiva do trecho do litoral que se estendia entre Setúbal e Sesimbra e funcionou como complemento do Forte de São Filipe na proteção da povoação marítima sadina.
A fortaleza foi projetada em 1642, no contexto da Guerra da Restauração da Independência portuguesa, quando D. João IV procedeu a uma ampla remodelação da estratégia defensiva de Portugal, à qual não foi alheia a proteção da barra do Sado.