Mais um fim de semana de Fórmula 1, desta vez para o Grande Prémio do Azerbaijão, e mais um fim de semana de emoções fortes, mas desta vez graças à má qualidade dos pneus Pirelli. Sergio Pérez conquista a sua primeira vitória na Red Bull e Sebastian Vettel volta a subir ao pódio depois de o ter feito pela última vez na Turquia ainda como piloto da Scuderia Ferrari.
Estou de férias. Preparem-se então para um texto mais curto. Como de costume, vi a corrida na Eleven Sports Portugal, mas desta vez num ambiente mais descontraído. Algo que me levou a saltar do banco e explodir de emoção nas últimas duas voltas deste, enorme, Grande Prémio do Azerbaijão. Com um início de corrida onde o factor wow foi a passagem de Sérgio Pérez de P6 para P4, nunca pensei que o fim pudesse ser assim… mas foi.
Voltando atrás, Charles Leclerc conseguiu partir bem e até aguentou o primeiro lugar numa primeira volta onde George Russell parou para colocar pneus duros. Fim da volta dois e é a vez de António Giovinazzi parar e trocar de pneus, algo pouco normal num Grande Prémio, mas que, desta vez, seja por opção ou por obrigação, lá aconteceu.
Estamos na volta três e Hamilton consegue ultrapassar o piloto da Ferrari, que fica assim com poucos motivos para festejar. Volta após volta, Hamilton ganha vantagem e, nesta altura, também Max Verstappen já tinha ultrapassado o monegasco da Scuderia. Logo a seguir foi a vez de Pérez… parece que voltámos a 2020 e até se pensava poder vir a ser um bom resultado de um Ferrari, mas deixava de o ser em pouco mais de meia dúzia de voltas.
Salto para a frente e digo que o primeiro erro pertenceu a Carlos Sainz Jr.. O espanhol conseguiu seguir em frente na curva antes da subida para o castelo e desceu para P15… as coisas não estão nada fáceis para a Ferrari.
O segundo erro não pertenceu a um piloto, mas sim a uma equipa. Hamilton parou nas boxes e a pit crew do carro 44 leva 4.6 segundos a trocar de pneus, situação que levou o piloto britânico a ficar atrás de Max, Pérez e Sebastian Vettel, sendo que o piloto alemão da Aston Martin ainda não tinha parado e até passou para a liderança devido à sua paragem mais tardia.
Quem também ainda não tinha parado por esta altura era Lance Stroll, o outro piloto da Aston Martin, que continuava em pista mesmo depois do seu colega de equipa ter parado, talvez à espera de um safety car que lhe permitisse ter uma paragem quase gratuita nas boxes para trocar de pneus.
E não é que o safety car aconteceu mesmo? O problema para Stroll foi que foi o seu carro a ir contra o muro, muito provavelmente depois de problemas num dos pneus traseiros… estava a começar a festa da Pirelli em Baku. Com o Mercedes vermelho a liderar os carros de Fórmula 1 por algumas voltas, ficaram todos mais perto uns dos outros e poderia ser a partir daqui que Hamilton atacava para recuperar o que tinha perdido no Mónaco: a liderança do campeonato do mundo de pilotos.
Nesta altura, volta 36, Vettel começava a ganhar terreno para ser o piloto do dia. Estava agora em P5 e, pouco tempo depois, passava para P4 ao usar DRS para passar Pierre Gasly, que também estava a fazer uma corrida fantástica.
Ufffff. Cinco voltas para o fim e acredito que o subconsciente de Hamilton sorriu. Max Verstappen vê um dos pneus traseiros a dizer adeus e fica por ali, pela reta da meta. A cinco voltas do fim: Safety Car, Bandeira Vermelha. Os pilotos na pit lane e Hamilton só pode estar a sorrir, enquanto agradecia à falta de consistência dos pneus Pirelli, porque estava cada vez mais perto de saltar para o topo do campeonato do mundo.
Na pit lane estava assim:
- P1 – Sergio Pérez
- P2 – Lewis Hamilton
- P3 – Sebastian Vettel
Mas calma, a direção de corrida decide recomeçar o Grande Prémio do Azerbaijão e, com uma partida parada, tudo pode mudar… e se mudou. E se mudou.
Lights Out pela segunda vez e Hamilton dava o tudo por tudo para passar o piloto da Red Bull, que deu demais e seguiu em frente na primeira curva. Cai para último.
Duas voltas para acabar. Saltei do banco tanta era a emoção. Pérez em primeiro, seguido de Vettel e de Gasly. Nesta altura tinha eu substituído Hamilton e estava a agradecer à Pirelli pelo péssimo trabalho feito. A emoção que um pneu rebentado podia trazer… nunca pensei. E acabou mesmo assim.
Pérez sobe ao lugar mais alto do pódio, pela primeira vez como piloto Red Bulll, e Vettel fica em P2. Que festa dos homens da Aston Martin! Em P3 ficou Pierre Gasly, que entrega assim pontos importantes à Alphatauri.
Importa ainda destacar a volta mais rápida de Max Verstappen com 1.44.481 e a falta de destaque dada a Valtteri Bottas neste texto. Sabem porquê? Porque o finlandês parecia estar a conduzir um Williams, um Haas ou um Alfa Romeu e acabou em P12… se não tiver cuidado acaba mesmo a época a conduzir outro Mercedes, um Williams Mercedes.
Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Top 10 por pilotos
Posição | Piloto | Equipa | Pontos |
1 | Max Verstappen | Red Bull Racing Honda | 105 |
2 | Lewis Hamilton | Mercedes | 101 |
3 | Sergio Pérez | Red Bull Racing Honda | 69 |
4 | Lando Norris | Mclaren Mercedes | 66 |
5 | Charles Leclerc | Ferrari | 52 |
6 | Valtteri Bottas | Mercedes | 47 |
7 | Carlos Sainz | Ferrari | 42 |
8 | Pierre Gasly | AlphaTauri Honda | 31 |
9 | Sebastian Vettel | Aston Martin Mercedes | 28 |
10 | Daniel Ricciardo | Mclaren Mercedes | 26 |
Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Top 5 por equipas
Posição | Equipa | Pontos |
1 | Red Bull Racing Honda | 174 |
2 | Mercedes | 148 |
3 | Ferrari | 94 |
4 | Mclaren Mercedes | 92 |
5 | AlphaTauri Honda | 39 |