Fórmula 1 – Grande Prémio da Arábia Saudita deixa tudo empatado até Abu Dhabi

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O Grande Prémio da Arábia Saudita tinha a possibilidade de coroar Max Verstappen como Campeão do Mundo de Fórmula 1. No entanto, ao fim de 50 voltas, ficou tudo para decidir no último Grande Prémio da temporada, com Lewis Hamilton a igualar os pontos do piloto da Red Bull. De Jeddah ficam apenas as memórias de um espetáculo nada feliz.

Chegamos a Jeddah, para aquele que foi o primeiro Grande Prémio da Arábia Saudita, sempre com uma coisa em mente: o circuito é demasiado fechado, rodeado de muros, para a velocidade a que os carros vão fazer grande parte das 27 curvas. Qualquer toque vai deixar detritos no circuito e fazer com que a sessão tenha que ser interrompida vezes sem conta. No entanto, ao mesmo tempo, estava mais que pronto para um espetáculo do outro mundo (tendo em conta a “entrada” que foi a qualificação, em especial a volta final de Max Verstappen, no sábado).

Tudo parecia estar bem quando, depois da primeira curva, os carros tinham passado, quase todos, sem incidentes de maior. Algo que na altura me pareceu surreal, tanto carro numa sequência de curvas apertadas a conseguirem passar sem contacto e logo numa pista nova… as coisas pareciam estar bem, mas pareciam apenas. Valtteri Bottas estava a fazer bem o seu trabalho, a ter ritmo e a conseguir defender-se de Max Verstappen, enquanto Lewis Hamilton ia ganhando vantagem na frente da corrida.

No entanto, tudo mudou assim que Mick Schumacher bateu, sozinho, exatamente na mesma zona onde Charles Leclerc já tinha batido durante os treinos. Com Safety Car em pista por cinco voltas, grande parte dos pilotos aproveitaram para fazer a paragem nas boxes e, assim, tentar ir até ao fim com um composto duro, algo normal nestas situações. O que não é, ou pelo menos não devia ser normal, é o facto da direção de corrida, depois de cinco voltas de Safety Car, ter decidido que não. O melhor era uma bandeira vermelha: sessão parada e Max Verstappen vê a sorte sorrir-lhe, já que tinha sido, dos da frente, o único a ficar em pista, ganhando assim posição.

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Crédito: Formula1.com

Nestas situações, em que reparações estão a ser feitas, é importante que a direção de corrida tome decisões rápidas, para tentar que a influência na mesma seja a menor possível. Mas ok, um erro desculpável, podiam estar à espera para ver o estado da barreira de proteção.

Mas bem, de volta à corrida. Por esta altura, para uma nova partida, estava na frente Max, seguido de Hamilton, Bottas e Esteban Ocon. Uma excelente partida de Hamilton depressa rouba o lugar a Max. Bottas, por sua vez, faz lock aos travões e acaba por deixar passar Ocon… Max mal trava (vá, trava muito tarde) e acaba por ir por fora, ganhando posição e fazendo com que Lewis, que à entrada da curva estava em P1, acabasse por perder o lugar para Ocon e descesse agora para P3.

No entanto, umas curvas depois há confusão. Sergio Perez fica de fora após contacto com Charles Leclerc e, no meio da confusão, George Russell trava e Nikita Mazepin não tem tempo para reagir e bate, sem redução significativa de velocidade na traseira do Williams. No meio disto tudo, ninguém se aleijou, mais já temos Russell, Perez, Mazepin e Schumacher de fora. E sabem que mais? Bandeira vermelha. Logo.

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Crédito: Formula1.com

Pilotos de volta à pit lane e começam a chover os pedidos de penalização, em especial para Max Verstappen, por ganhar posição por fora da pista no segundo arranque do Grande Prémio da Arábia Saudita. Foi aqui que algo sem precedentes aconteceu: todos nós em casa ouvimos o diretor de corrida, Michael Masi, a negociar com a Red Bull – “a oferta é a seguinte, cedem a posição e não vai aos stewards [para possível penalização]” … “ok, ok, um segundo para pensar” … “ok, Michael, aceitamos“. Mas o que é que é isto? Regatear a possibilidade de ceder uma posição ou ter a situação analisada pelos stewards? Peço desculpa as palavras, mas sempre pensei que os milhões gastos em F1 dava para ter diretores de corrida a tempo inteiro. FIA, talvez esteja na hora de contratar.

Oferta aceite e novo arranque. Ocon, Lewis, Max. Bottas em P5. Bom arranque de Lewis e Max, mas péssimo arranque de Ocon, que depressa perde a posição para os dois pilotos que estão a lutar pelo campeonato do mundo. Numa altura em que, na frente, Max voltava à liderança da corrida, Charles Leclerc e Carlos Sainz lutavam pela P10 enquanto que Daniel Ricciardo andava a passear pela P4.

Max queixa-se da falta de “power” e Yuki Tsonuda bate em Sebastian Vettel. Virtual Safety Car… bandeira verde e novo Virtual Safety Car. Desta vez para limpar a pista depois de um toque entre Kimi Räikkönen e Vettel, nada fácil para o piloto alemão da Aston Martin. Pista limpa e bandeira verde. Esperem, afinal a pista não estava bem limpa e é necessário outro Virtual Safety Car. Nesta altura já Alonso pedia, por rádio, a Masi para lançar um Safety Car. Quando um piloto, sem acesso a dezenas de câmaras, tem melhor julgamento que o diretor de corrida, está tudo dito.

15 voltas para o fim e mais um Virtual Safety Car. No fim deste, Lewis está muito mais perto de Max e tem DRS para atacar a primeira curva… Lewis passa, Max vai largo e acabam por se tocar, mas sem danos de maior, apenas mais um pedaço de “dar tudo por tudo”. A verdade é que este tudo por tudo acaba por fazer com que a direção de corrida diga a Max para ceder a posição, mensagem que a Red Bull passa ao piloto rapidamente (e estrategicamente), sem que a Mercedes comunique com o seu piloto a informar da decisão. Com isto, Max passa de 8ª [mudança] para 3ª antes de chegar à parte final do circuito para evitar que Lewis fique com DRS depois de passar. No entanto, Lewis não se apercebe e acaba por bater, acusando o piloto da Red Bull deBrake Test”. Danos no carro, mas continua a corrida e Max não cedeu a posição.

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Crédito: Formula1.com

Umas boas voltas depois, Max lá cede a posição, desta vez como deve ser, mas conseguiu recuperar logo de seguida. A tal estratégia. Quase 50 voltas depois, a direção de corrida pensa que é uma boa ideia tentar meter algum controlo na corrida e dá 5s de penalização a Max Verstappen pelos incidentes na curva 1 (toque com Lewis) e diz ainda que a situação do “Brake Test” seria investigada depois da corrida (a penalização foi: 10 segundos e dois pontos na super-licença).

Lewis leva bandeira preta e branca por ter forçado Max fora da pista, isto numa altura em que já conseguiu passar o piloto da Red Bull e até já leva 4.3s de vantagem. Os pneus médios de Max foram uma boa ideia, mas agora estavam a começar a dar problemas.

A quatro voltas do fim, Vettel desiste e, na última volta, Bottas consegue, já na reta da meta, passar Ocon, conquistando assim o 3º lugar por apenas 0.102s. Impressionante. O piloto do dia, votado pelo público, foi Max Verstappen (que abandonou o pódio já que estava sem grande vontade de festejar com os representantes da Mercedes) e a volta mais rápida foi mesmo para Lewis Hamilton com 1:30.734.

Fica tudo em aberto para o Grande Prémio de Abu Dhabi. Ambos os pilotos com os mesmos pontos, mas com a vantagem a ser de Max por ter ganho mais provas durante a época.

Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Top 10 por pilotos

PosiçãoPilotoEquipaPontos
1Max VerstappenRed Bull Racing Honda369.5
2Lewis HamiltonMercedes369.5
3Valtteri BottasMercedes218
4Sergio PerezRed Bull Racing Honda190
5Charles LeclercFerrari158
6Lando NorrisMcLaren Mercedes154
7Carlos Sainz Jr.Ferrari149.5
8Daniel RicciardoMcLaren Mercedes115
9Pierre GaslyAlphaTauri Honda100
10Fernando AlonsoAlpine Renault 77

Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Top 5 por equipas

PosiçãoEquipaPontos
1Mercedes587.5
2Red Bull Racing Honda559.5
3Ferrari307.5
4Mclaren Mercedes269
5Alpine Renault149
6AlphaTauri Honda120
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