Exposição Florestas Submersas celebra 10 anos no Oceanário de Lisboa com visitas aos bastidores

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O sucesso foi tanto que a instalação Florestas Submersas ficou permanente no Oceanário de Lisboa.

Em 2025, o Oceanário de Lisboa celebra 10 anos da instalação Florestas Submersas, concebida por Takashi Amano, uma figura de referência no aquapaisagismo contemporâneo. Desde que foi inaugurada, em 2015, esta obra atraiu quase 10 milhões de visitantes, tornando-se uma das mais reconhecidas do espaço. A previsão inicial apontava para uma duração de apenas três anos, mas a adesão do público e o impacto da instalação tornaram-na uma presença permanente, consolidando o seu estatuto como o maior aquário de natureza do mundo.

A exposição recria ambientes aquáticos tropicais, proporcionando uma experiência de observação imersiva num ecossistema em constante transformação. Com 40 metros de comprimento e 160.000 litros de água doce, o aquário integra uma diversidade notável de elementos naturais: quatro toneladas de areia, 25 toneladas de rocha vulcânica dos Açores e 78 troncos oriundos da Escócia e da Malásia. A estes somam-se mais de 10.000 organismos vivos, incluindo 40 espécies de peixes tropicais e 46 espécies de plantas aquáticas. A composição reflete a estética tradicional japonesa, inspirando-se na filosofia wabi-sabi, que valoriza a imperfeição, a simplicidade e a transitoriedade, uma paisagem pensada para convidar à contemplação.

A componente sonora, criada por Rodrigo Leão, reforça a dimensão sensorial da visita. A suite, com 13 minutos de duração e interpretação a cargo de um quarteto de cordas, foi composta especificamente para este espaço, funcionando como uma extensão emocional da paisagem subaquática.

Florestas Submersas é considerada a última grande obra de Takashi Amano, falecido em 2015, e reflete uma abordagem intencionalmente evolutiva. O próprio autor antecipava que a disposição original das plantas se alteraria com o tempo, encarando essa mudança como parte essencial do processo criativo. Desde a abertura da exposição, a equipa do Oceanário de Lisboa investiu mais de 11.000 horas em mergulho para garantir a manutenção do ecossistema. Esta intervenção contínua inclui podas regulares, replantação minuciosa e monitorização constante dos equilíbrios biológicos. Algumas espécies desempenham também funções ecológicas determinantes – como os camarões Amano e os comedores-de-alga-siamês, que ajudam a controlar algas e detritos.

Para assinalar a década de existência da instalação, o Oceanário de Lisboa irá disponibilizar um número limitado de bilhetes para visitas guiadas aos bastidores da exposição. Estas visitas oferecem uma visão inédita do trabalho diário de manutenção e revelam o cuidado necessário para manter o equilíbrio deste sistema vivo. Durante este período, será também possível observar, em tempo real, o processo de poda subaquática, habitualmente realizado longe do olhar do público.

Será ainda lançada uma coleção de objetos ilustrados por Madalena Bastos, artista visual portuguesa cuja obra se inspira frequentemente no mundo natural. A linha inclui sacos de algodão, cadernos, postais, marcadores e uma impressão de edição limitada, assinada pela autora, criada para assinalar simbolicamente esta década de ligação entre arte e natureza.

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