Um assunto que tem causado polémica… e que vai continuar a causar.
Há cerca de duas semanas, revelámos aqui no Echo Boomer que o PCP já se encontrava a preparar mais uma edição da Festa do Avante!, num post de Facebook onde revelava várias melhorias que estavam a ser preparadas para este ano.
Pois bem, a polémica estalou desde que se soube que os festivais de música estariam proibidos até 30 de setembro deste ano. Aí, o PCP alertou que a Festa do Avante! não era um “festival de música”, mas sim uma “grande realização político-cultural”.
Isso fez com que, mais tarde, o Governo corrigisse a redação do comunicado do Conselho de Ministros, proibindo a realização de “festivais e espetáculos de natureza análoga”. Mas não se sabe ao certo o que isso significa, pelo que tudo ficou ainda mais confuso.
Por sua vez, um comunicado do PCP remeteu uma decisão final para o “conhecimento concreto da disposição legal que venha a ser adotada”, pelo que, afinal, há a hipótese de o evento não vir a realizar-se.
Ou haveria. É que, em entrevista ao Porto Canal, o primeiro-ministro António Costa referiu que “a atividade política do PCP ou de qualquer outro partido não está proibida”.
“Nem nos passa pela cabeça, creio eu que a ninguém, proibir a atividade política. Agora, essas atividades vão ter de ser realizadas de acordo com as regras [da DGS]. No meu partido tínhamos o congresso marcado para maio, está adiado ‘sine die'”, disse António Costa ao canal.
O primeiro-ministro foi ainda mais longe: “Não há nada que permita na Constituição, na lei, onde quer que seja, a proibição do exercício de atividades políticas. Cada partido é responsável, obviamente, pela forma como organiza a sua agenda.”
No fundo, uma decisão final ficará remitida para a Assembleia da República. Depois, se a DGS o permitir, então a Festa do Avante! poderá mesmo realizar-se este ano.
Há, contudo, que ter algo em atenção. Se o PCP não considera a Festa do Avante! um “simples festival da música”, então qualquer performance nesse sentido não poderá acontecer. Relembre-se que, para a edição deste ano, estava previsto que o cartaz musical a apresentar fosse totalmente nacional, ou seja, composto exclusivamente por artistas e bandas portuguesas.