Ferrovia: há cada vez menos comboios a circular (e mais atrasados)

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E tudo graças a greves e outros problemas.

Ainda estamos no dia 9 de janeiro, mas já vamos a caminho do terceiro dia de greve do ano. Parece mentira, mas este é, infelizmente, o estado do país no que toca à ferrovia.

No dia 29 de dezembro de 2023, a CP informava que, devido a uma greve convocada por sindicatos representativos dos trabalhadores da IP – Infraestruturas de Portugal, responsável pela gestão da infraestrutura ferroviária, antecipavam-se perturbações significativas na circulação dos comboios a nível nacional nos dias 2 e 4 de janeiro de 2024, sendo que os serviços poderiam também ser afetados nos dias 1, 3 e 5 de janeiro. No entanto, a CP ressalvava que a greve anunciada não era promovida pelos seus trabalhadores.

Já na semana passava, novo aviso a dar conta de nova greve convocada por sindicatos representativos dos trabalhadores da IP – Infraestruturas de Portugal, desta vez para o dia 10 de janeiro, mas que também poderia afetar os serviços nos dias 9 e 11 de janeiro.

E a verdade é que esta vai sendo a realidade. Seja greves dos próprios trabalhadores das empresas ou dos sindicatos, a verdade é que 2023 foi um ano negro para a ferrovia.

De acordo com o Jornal de Notícias, que teve acesso a um relatório da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, os dados concluem que os serviços, seja da CP ou da Fertagus, têm ficado cada vez piores desde 2019. Tudo devido aos comboios suprimidos e aos constantes atrasos – nesse ano foram suprimidos pouco mais de 3.500 comboios, número bastante aceitável.

Em 2021, por exemplo, as empresas anteriormente citadas tiveram de suprimir cerca de 8.726 comboios (281 da Fertagus e 8.445 da CP).

Já em 2022 foram suprimidas cerca de 12.222 ligações (688 da Fertagus e 11.534 da CP). Mas esse número até parece uma brincadeira comparativamente ao ano passado, em que, só no primeiro semestre, ou seja, até junho de 2023, tinham sido suprimidos mais de 22.000 comboios. Surreal.

As companhias, lá está, justificam-se com as constantes greves e as obras na ferrovia, mas é um facto que tivemos anos de desinvestimento nesta forma de transporte. E, recorde-se, Bragança, Vila Real e Viseu são cidades sem comboios.

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