O Facebook vai ficar mais parecido com o TikTok. E isso não é propriamente bom

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Afinal de contas, hoje em dia cada rede social acaba por ter o seu propósito.

Quando Mark Zuckerberg teve a ideia de criar o Facebook, o objetivo era que, no fundo, fosse como um livro aberto para a vida de cada utilizador, que decidiam o que partilhar e com quem partilhar. Através de um perfil, onde tínhamos acessos aos interesses, aos pensamentos, etc, podíamos reencontrar familiares ou aqueles primos que nunca mais vimos na vida, fazer novos amigos e, até mesmo, encontrar a cara metade – quantos e quantos relacionamento não terão surgido graças ao Facebook?

Ora, o tempo foi passando, e as empresas viram na plataforma uma forma fácil de capitalizar os seus investimentos, dando-se a conhecer a milhares de milhões de pessoas, sem que tivessem de gastar muito dinheiro. O Facebook, apercebendo-se disso, foi trabalhando o algoritmo e reduzindo o alcance das publicações dessas páginas, obrigando-as a pagar para que chegassem a um determinado número de pessoas.

Isto afetou não só empresas, mas também figuras públicas, influencers, que, com o alcance reduzido, viram no recém-chegado Instagram, há uns anos, a plataforma ideal para divulgar os seus conteúdos, ainda que de forma bastante diferente – o objetivo é consumir conteúdos dentro da própria rede, ao passo que, hoje em dia, a génese do Facebook é partilhar conteúdos que levam a ligações externas.

Muitas dessas empresas, influencers e figuras públicas encontraram o seu público no Instagram, que os seguiu e abandonou o Facebook, com esta última rede social a passar a ser considerada a plataforma dos “pais, tios e avós”. Ou seja, de pessoas mais velhas.

Mais recentemente surgiu o TikTok, cuja popularidade explodiu em todo o mundo devido à pandemia, e os vídeos tornaram-se mais populares que nunca. Basicamente, o Facebook hoje em dia serve principalmente para as pessoas mais velhas falarem umas com as outras, para ficarem a par da atualidade do mundo (através das notícias partilhadas) e para utilizarem os grupos do Facebook, utilizados por milhões de utilizadores, para se falar sobre determinados assuntos, ter-se acesso a promoções e dicas, entre outras coisas.

Por outras palavras, não é a rede social para os mais jovens. E honestamente, nem tem de ser. Se pensarmos um bocadinho, hoje em dia cada rede social tem o seu propósito: o Facebook para partilhar notícias e falarmos com os nossos amigos; o Instagram para vermos vídeos e fotos do que é que as outras pessoas andam a fazer (no fundo, uma rede de vaidade); o TikTok para vídeos parvos, sérios e até de culinária – é entretenimento, no fundo; e o Twitter para debater vários assuntos – vários políticos e outras figuras importantes da sociedade usam cada vez mais esta plataforma.

Ora, sabendo da perda de público ao longo do tempo, o Facebook prepara-se para dar um tiro no pé ao redefinir a experiência do utilizador. Como? Tentando voltar um pouco à experiência original, dando destaque aos conteúdos dos amigos.

Home: um espaço de descoberta

A partir de hoje, quando abrirem a aplicação do Facebook no smartphone, a vossa primeira experiência será o Home. Este é o espaço principal onde poderão não só ligar-se aos amigos, como criarem as vossas próprias publicações e histórias. Neste Home, será possível criar um Reels e partilhá-lo com os amigos – lá está, é o ir buscar de funcionalidades à concorrência, numa experiência que remete para o TikTok.

Já o Feeds vai passar a apresentar as publicações mais recentes

Para quem quiser continuar a ter um pouco da experiência atual, basta que escolha a opção de “Feeds”, que vai passar a mostrar as publicações mais recentes de Amigos, Páginas ou Grupos. É algo que acaba por não ser muito inteligente, pois apesar de ser algo positivo para notícias de última hora, também vai acabar por gerar muita repetição de conteúdos.

Nesta secção de Feeds, não existirão conteúdos recomendados, mas será possível selecionar listas de Favoritos, Amigos ou Páginas, de modo a que possam filtrar o que mais vos interessa.

No sistema operativo iOS, o separador vai estar na parte inferior da aplicação, e, no Android, na parte superior. A expectativa é que estas atualizações aconteçam em todo o mundo na próxima semana. Os separadores na barra de atalhos serão alterados consoante as ferramentas que o utilizador mais utiliza na aplicação. No entanto, será possível personalizar os atalhos para que a barra demonstre sempre a mesma disposição.

E vocês, o que acham destas alterações?

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