EUA proíbem utilização do Kaspersky

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Kaspersky passa a ter vida difícil nos EUA.

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou a proibição da utilização do popular antivírus Kaspersky, criticando este gigante da cibersegurança pela sua proximidade com a Rússia. Isto diz respeito tanto ao uso nos Estados Unidos, como ao dos americanos noutras partes do mundo.

“A Kaspersky não poderá mais, entre outras atividades, vender o seu software nos Estados Unidos ou fornecer atualizações para software já em utilização”, revela o Departamento de Comércio dos EUA num comunicado que foi disponibilizado para a imprensa. “A proibição também se aplica a afiliadas, subsidiárias e empresas controladoras da Kaspersky Lab.

No entanto, a Kaspersky poderá realizar determinadas atividades até 29 de setembro, para dar aos clientes tempo para encontrar uma alternativa. Além disso, três entidades ligadas à empresa russa foram adicionadas a uma lista negra de Washington, “pela sua cooperação com as autoridades militares e de inteligência russas no apoio aos objetivos de ciberespionagem do governo russo”.

As empresas e indivíduos que continuam a utilizar o antivírus em questão não estão, no entanto, expostos às sanções americanas, mas são alertados sobre os riscos associados à segurança cibernética, especifica o Departamento de Comércio.

“A Rússia demonstrou repetidamente que tem capacidade e intenção de explorar empresas russas, como a Kaspersky Lab, para recolher e explorar informações sensíveis dos EUA”, comentou a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo. Esta ação “é vital para a nossa segurança interna e protegerá melhor as informações pessoais e a privacidade de muitos americanos”, disse o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas.

Não é a primeira vez que isto acontece à Kaspersky

Esta não é a primeira vez que os Estados Unidos tomam medidas contra a Kaspersky. O software já havia sido banido das agências federais em 2017. E em março de 2022, a Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC) adicionou produtos, soluções e serviços de segurança fornecidos, direta ou indiretamente, pela empresa, à “lista de equipamentos e serviços de comunicação que representam uma ameaça à segurança interna”.

A Kaspersky tem escritórios em 31 países e clientes em mais de 200 países e territórios, detalha o Departamento de Comércio. O grupo fornece antivírus e outros produtos e serviços relacionados com a cibersegurança a mais de 400 milhões de utilizadores e 270 mil empresas em todo o mundo.

Edit: Entretanto, recebemos uma declaração oficial por parte da Kaspersky que afirma o seguinte:

“A Kaspersky está ciente da decisão do Departamento de Comércio dos EUA de proibir a utilização do software Kaspersky nos Estados Unidos.
A decisão não afeta a capacidade da empresa de vender e promover ofertas e/ou formações de inteligência de ameaças cibernéticas nos EUA. Apesar de propor um sistema no qual a segurança dos produtos Kaspersky poderia ter sido verificada de forma independente por um terceiro de confiança, a Kaspersky acredita que o Departamento de Comércio tomou a sua decisão com base no atual clima geopolítico e em preocupações teóricas, em vez de numa avaliação abrangente da integridade dos produtos e serviços Kaspersky.

A Kaspersky não se envolve em atividades que ameaçam a segurança nacional dos EUA e, de facto, fez contribuições significativas com os seus relatórios e proteção contra uma variedade de agentes de ameaças que visavam os interesses e aliados dos EUA. A empresa pretende seguir todas as opções legalmente disponíveis para preservar as suas operações e relações atuais.

Durante mais de 26 anos, a Kaspersky foi bem-sucedida na sua missão de construir um futuro mais seguro, protegendo mais de mil milhões de dispositivos. A Kaspersky fornece produtos e serviços líderes de mercado a clientes de todo o mundo para os proteger de todos os tipos de ciberameaças e tem demonstrado repetidamente a sua independência de qualquer governo. Além disso, a Kaspersky implementou medidas de transparência significativas que são inigualáveis por qualquer um dos seus pares do sector da cibersegurança para demonstrar o seu compromisso duradouro com a integridade e a fiabilidade. A decisão do Departamento de Comércio ignora injustamente as provas.

O principal impacto destas medidas será o benefício que proporcionam à cibercriminalidade. A cooperação internacional entre peritos em cibersegurança é crucial na luta contra o malware e, no entanto, esta medida irá restringir esses esforços. Além disso, retira a liberdade que os consumidores e as organizações, grandes e pequenas, devem ter para utilizar a proteção que pretendem, neste caso forçando-os a abandonar a melhor tecnologia anti-malware do sector, de acordo com testes independentes. Isto causará uma perturbação dramática para os nossos clientes, que serão forçados a substituir urgentemente a tecnologia que preferem e na qual confiam para a sua proteção há anos.

A Kaspersky continua empenhada em proteger o mundo das ameaças cibernéticas. O negócio da empresa permanece resiliente e forte, marcado por um crescimento de 11% nas reservas de vendas em 2023.

Aguardamos com expetativa o que o futuro nos reserva e continuaremos a defender-nos contra ações que procuram prejudicar injustamente a nossa reputação e interesses comerciais.”

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