Nos últimos dias, a Internet entrou em alvoroço depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter emitido a ordem executiva a proibir empresas daquele país de usarem tecnologias desenvolvidas por países estrangeiros. Basicamente, há o medo de essas tecnologias servirem para espiar ou sabotar o desenvolvimento dos Estados Unidos. E essa decisão vem causar problemas à Huawei.
Assim, a Google anunciou que iria suspender operações com a marca chinesa. Na prática, pode-se dizer que os dispositivos da tecnológica chinesa irão perder novas funcionalidades Android, uma vez que os dispositivos deixam de ser atualizados e, mais importante ainda, deixam de ter aplicações úteis atualizadas, como o Gmail.
Entretanto, a Google veio a público dizer que, afinal, os dispositivos Huawei continuarão a ter acesso à loja Google Play, bem como ao Google Play Protect. Certo, mas o tweet não faz qualquer referência à atualização das aplicações e serviços. E os utilizadores sabem tão bem que é preciso estar sempre atualizado, senão a utilização das aplicações passam a estar comprometida, além de que muitas delas deixarão de funcionar.
For Huawei users’ questions regarding our steps to comply w/ the recent US government actions: We assure you while we are complying with all US gov’t requirements, services like Google Play & security from Google Play Protect will keep functioning on your existing Huawei device.
— Android (@Android) 20 de maio de 2019
À Google seguiram-se fabricantes como a Intel, Qualcomm, Xilinx Inc e Broadcom, que também deixam de fornecer equipamentos à Huawei. Porém, paree que isso só vai acontecer em agosto.
É que, agora, Trump decidiu levantar as sanções à Huawei… mas apenas durante 90 dias. Ou seja, depois do dia 19 de agosto, este barramento à gigante tecnológica vai proibir que as empresas norte-americanas possam vender hardware e software à marca chinesa. A causa deste adiamento está relacionada com o facto das empresas que negoceiam com a Huawei terem tempo para encontrarem alternativas.
“A licença temporária concede tempo aos operadores para estabelecerem novos acordos, bem como espaço ao Departamento de Comércio para determinar medidas de longo prazo para as operadoras norte-americanas e estrangeiras que, atualmente, dependem da Huawei para serviços fundamentais”, refere o comunicado assinado por Wilbur Ross, secretário de Estado do Comércio.
Mas esta é uma guerra que ainda vai dar muito que falar. E um conflito estará iminente.
“Sacrificámo-nos e às nossas famílias pelo nosso ideal: para estar no topo do mundo. Para chegar a este ideal, mais cedo ou mais tarde, haverá conflito com os Estados Unidos”, adinatou Ren Zhengfei, fundador da Huawei, na televisão estatal chinesa CCTV.
Mas a Huawei não se mostra preocupada…
“A equipa política americana, pela maneira atual de fazer as coisas, mostra que subestima a nossa força”, disse ainda, referindo que esta sanções não vão, de forma alguma, comprometer o desenvolvimento da rede 5G. Aliás, Ren Zhengfei referiu mesmo que nem daqui a dois ou três anos outras empresas irão conseguir competir com a Huawei no que toca à quinta geração móvel.
Em todo o caso, Ren Zhengfei não está preocupado com a sanção: “A licença temporária de 90 dias dos Estados Unidos não nos causa muito impacto. Estamos preparados”, disse ao jornal daquele país.
Sabe-se também que a Huawei está atualmente em negociações com a Google para, em conjunto, tentarem encontrar uma resposta para a questão relacionada com os serviços Google. Ou seja, a marca mostra estar mais preocupada com esta problemática do que em relação ao hardware e software fornecido por outras empresas. Isto quer dizer que a empresa poderá estar preparada para qualquer eventualidade.
Resta esperar por novos desenvolvimentos e perceber se, de facto, a sanção fica sem efeito, ou se estamos perante uma grande guerra tecnológica.