Erva – O bom sabor da selva

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Em pleno Hotel Corinthia, para os lados de Sete Rios, mas com porta bem virada para a rua, encontra-se o Erva. Aberto há seis meses, é um restaurante com ambição, e quem lá entra percebe-a imediatamente. Desde a ampla sala, passando pela zona da garrafeira e o bar, até ao grande balcão onde é visível o forno e, em seguida, os frigoríficos de dry age e wet age onde se expõe orgulhosamente carne maturada, o investimento vê-se. E prova-se.

É com este cenário de fundo que se inicia o nosso almoço de degustação da nova carta, onde acompanhados por uns belos cocktails (uma fresquíssima limonada com gengibre, onde não falta uma palhinha comestível!) e um Remédio Santo, bem amargo e inspirado num negroni, recebemos a selecção de pães – de tomate, azeitona e barbela, e duas manteigas: de ovelha, simples, mas nem por isso menos intensa, e de vaca com sal fumado. Ao lado, o clássico azeite com uma gota de vinagre balsâmico.

Chegam os snacks. Tartelete de lebre com maçã bravo de Esmolfe fermentada (5,50€). Fantástica, com o sumo da maçã a dar um óptimo contraste com a carne tenra da lebre. De seguida, Choco de Setúbal com maionese de citrinos e óleo picante (5,50€). O choco, escuro pela farinha com tinta de choco em vez de rodeado do clássico polme, apresenta uma boa fritura e não está nada gorduroso.

Em seguida, uma entrada de Bacalhau fresco com maionese de alho (em dois modos, clássico e com alho fermentado), picles de cebola e molho unagui (redução de soja e vinagre balsâmico). De novo, excelente fritura a manter o prato ao nível de leveza que se pretende. Bom para quem quer converter os que não gostam do bacalhau mais típico.

Prato de peixe: Pregado caramelizado, abóbora e nage de mexilhão (18,50€). O salgado do pregado é absorvido pela abóbora, um prato em que interessa agarrar todos os elementos em cada garfada.

A carne. Vamos ter de falar mais deste prato, porque ele merece que seja falado. Pá de cordeiro de leite assada com puré aligot (batata com queijo emmental e parmesão), acompanhado de uma salada de legumes biológicos – o cuidado pela origem dos produtos é uma constante na refeição e um dos motivos para o nome do restaurante (28€). Cozinhado em sous vide e depois com uma ideia ao forno, e os sucos a serem aproveitados como base para um molho demi-glace, a pá de cordeiro desliza do osso e é literalmente servida à colher. Tremendo, ao nível da suavidade e da profundidade do sabor.

Aliás, o cuidado das carnes é outro dos cuidados do Erva, com o uso das já citadas carnes maturadas e a utilização da raça minhota, típica das zonas de início de monte no Gerês. A acompanhar, um copo de Quinta do Couquinho 2016, um blend de Touriga Nacional e Touriga Franca vindo do Douro e que ligou muito bem.

Chegados às sobremesas, dividiu-se a Castanha, chocolate, vinho do Porto e baunilha (8,50€), e a Batata doce, maçã e gengibre (8,25€). Não obstante os valores da primeira, com a sua folha de chocolate negro e saboroso cremoso de baunilha, mas é a sobremesa de batata doce, a única vegan da lista aliás, que leva a taça. O brownie de batata doce com chips da mesma liga muito bem com o corte do cremoso de gengibre e do sorvete de maçã verde, que era o que se queria a terminar a refeição.

Em resumo, o Erva é uma ótima opção. Boa comida, bom serviço, detalhes que justificam a conta. O investimento deu retorno.

Fotos de: Teresa Graça Moura

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