De chimpanzés aos míticos carros do James Bond, de abutres a clínicas de cardiologia, eis os envios mais improváveis da DHL em 2024.
Quando se pensa na DHL, o que vem à mente são, geralmente, encomendas, paletes e contentores. Contudo, a líder global em logística tem vindo a destacar-se por transportar muito mais do que bens comuns. Em 2024, a empresa foi responsável por deslocações surpreendentes que envolveram desde animais selvagens a património cinematográfico e equipamento médico essencial. Eis algumas dessas entregas.
De Nairobi a Dorset: A nova vida de Chocolat, a chimpanzé
A chimpanzé Chocolat tem uma história marcada pela resiliência. Resgatada em 2001 no Congo, após a morte da mãe num incidente de caça ilegal, a pequena primata carregava ferimentos graves, que resultaram na paralisia de uma mão e de uma pata. Durante mais de duas décadas, viveu num centro de recuperação no Quénia. Em 2024, necessitando de um lar definitivo com cuidados especializados, a DHL organizou a sua transferência para o Monkey World Ape Rescue Centre, no Reino Unido.
A viagem, meticulosamente planeada, incluiu um voo entre Nairobi e o aeroporto de East Midlands, seguido de uma deslocação rodoviária até Dorset. Para garantir o conforto de Chocolat, foi criada uma caixa adaptada, equipada com snacks de fruta e batata-doce. Acompanhada por uma equipa de especialistas, Chocolat chegou em segurança e integrou-se rapidamente num grupo de seis chimpanzés, que se tornaram a sua nova família.
De Praga a Viena: O universo de James Bond na estrada
A DHL também desempenhou um papel central no transporte de uma coleção única ligada ao agente secreto mais famoso do mundo. Mais de 130 peças da exposição Bond in Motion, em Praga, foram deslocadas para a mostra 007 Action, em Viena. A carga incluiu 27 automóveis icónicos, como o Aston Martin DB5, oito motas, paraquedistas, fatos e outros objetos memoráveis. Destaque ainda para um dragster com mais de oito metros, usado numa cena de perseguição em Die Another Day e um helicóptero destruído no filme Spectre.
O transporte envolveu 22 camiões especializados, com sistemas de elevação hidráulica para assegurar a proteção de todos os itens durante os 320 quilómetros percorridos entre as duas capitais europeias.
Uma operação histórica: Abutres deslocados na África do Sul
Num marco inédito para a conservação da vida selvagem, a DHL foi responsável pelo transporte de 163 abutres de duas espécies criticamente ameaçadas – os abutres-do-cabo e os abutres-de-dorso-branco-africanos. A operação, realizada em janeiro, partiu de um centro de reabilitação perto de Pretória com destino à reserva Shamwari, no Cabo Oriental.
Foram percorridos mais de 1.000 quilómetros em 18 horas, envolvendo dois camiões de 34 toneladas e uma frota de cinco veículos de apoio. O projeto foi fundamental para garantir que estas aves pudessem encontrar um habitat seguro, com o mínimo de interação humana, favorecendo a sua reprodução e sobrevivência.
Orquestra Filarmónica de Londres: Instrumentos a caminho do Japão
A digressão da Orquestra Filarmónica de Londres, em setembro, envolveu um complexo desafio logístico: transportar cerca de 60 instrumentos, entre contrabaixos, violoncelos, uma harpa e tímpanos, do Reino Unido até ao Japão. Foram percorridos mais de 9.500 quilómetros, através de rotas aéreas e rodoviárias, com atenção especial à temperatura, mantida entre 17 e 21ºC, para proteger os instrumentos de madeira contra danos.
Graças a um planeamento rigoroso e ao uso de caixas personalizadas que absorvem impactos, todos os instrumentos chegaram intactos e dentro do prazo. A digressão iniciou-se em Hamamatsu, passando por Nagoya e Osaka, antes de terminar em Tóquio.
11 contentores, uma clínica: Do coração da Alemanha para El Salvador
Em fevereiro, a DHL transportou uma clínica de cardiologia móvel entre Bremen, na Alemanha, e Zacamil, em El Salvador, num percurso superior a 9.500 quilómetros por via marítima e terrestre. O projeto, desenvolvido pela organização alemã Kinderherzen, tem como objetivo oferecer cirurgias vitais a crianças com problemas cardíacos em regiões sem acesso a instalações médicas adequadas.
A clínica, transportada em 11 contentores, ficou operacional 15 dias após a entrega, permitindo que equipas de cirurgiões internacionais iniciassem os tratamentos gratuitos. A missão prolongou-se até maio, quando a DHL foi encarregada de relocalizar a clínica para o Burundi, em África Oriental, onde continuou a sua importante função humanitária.
