ENGWE P26 – Uma ebike pesada, mas que faz bem o seu trabalho

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Pena mesmo é a sua qualidade material não ser a melhor.

Estamos em tempos de mudanças. Cada vez mais pessoas optam por alternativas aos métodos de deslocação mais tradicionais, não só porque tal ajuda o ambiente, mas também porque representa uma poupança significativa na carteira. Afinal de contas, porque motivo haveremos de ir de carro ou apanhar transportes públicos para o trabalho, quando podemos simplesmente usar uma trotinete ou pedalar numa bicicleta?

Na verdade, até o Governo português sabe disto, tentando que os portugueses mudem para veículos elétricos – embora muita gente não tenha condições para o fazer – ou que apostem noutros métodos de deslocação. No caso das bicicletas, existem cada vez mais ciclovias no país, mas há ainda muito trabalho para a frente.

Mas se são daquelas pessoas que querem dar esse salto para algo mais sustentável, saibam que há uma marca bem interessante e que devem desde já conhecer: a ENGWE.

A história desta marca surge após três jovens, numa pequena aventura, se terem deparado com dificuldades quando pedalavam em direção ao cume da montanha. À medida que a noite escurecia, sentiam-se frios e exaustos. E durante os últimos quilómetros já não conseguiam pedalar, pelo que tiveram de empurrar as suas bicicletas contra o vento. Nisto, um deles disse: “Se ao menos tivéssemos bicicletas com eletricidade para nos dar uma boleia…”, e os três amigos nunca mais pararam de pensar nessa possibilidade.

Por sorte, os amigos ganharam um concurso de inovação tecnológica e empreendedorismo, ao terem apresentado a engenhosa ideia de criar uma bicicleta elétrica. Cinco anos depois, eis que surgiu a ENGWE, que hoje em dia vende bicicletas para todo o mundo.

O propósito da ENGWE é mesmo produzir e-bikes com funcionalidades mais avançadas e uma estética catita, mantendo-se fiel ao seu conceito original. Para um futuro mais sustentável, a ENGWE quer melhorar a vida de 50 milhões de pessoas por ano e, naturalmente, criar mais espaços verdes. Tudo para que possamos usufruir dos nossos veículos de duas rodas, ao mesmo tempo que não fazemos mal ao ambiente.

Neste momento, e através do armazém europeu, a ENGWE vende vários modelos, e por aqui no Echo Boomer tive a oportunidade de experimentar a ebike P26, que irei destacar nas próximas linhas.

ENGWE P26

Ponto prévio: não tenho qualquer experiência em bicicletas elétricas, pelo que este foi o primeiro modelo que alguma vez experimentei. Quer isto dizer que a minha “análise” não será, de todo, técnica, mas mais focada numa utilização comum/casual.

Estive a viver em França desde o final de 2022 até início do passado mês de março, mas, durante o pouco tempo vivido no estrangeiro, desde logo percebi que seria engraçado receber uma bicicleta para experimentar em estradas francesas. Afinal de contas, utiliza-se bem mais este tipo de veículos, e até trotinetes, por lá, devido ao facto de aquelas terras serem maioritariamente planas, ao contrário das cidades portuguesas. E, portanto, quis fazer parte desse lote.

Mas cometi logo um erro, e é um alerta que vos deixo. Caso vivam num prédio sem elevador, não pensem em comprar a ENGWE P26. Tudo devido ao peso – são 26.2kg que terão de levar pelas escadas cada vez que a quiserem utilizar. Não faz sentido. E nem sabem o difícil que foi levar uma caixa gigante do rés do chão até ao último andar… sem elevador.

Portanto, um alerta já para começar: comprem apenas uma bicicleta elétrica se viverem numa vivenda, ou se viverem num apartamento inserido num prédio com elevador (desde que tenha espaço suficiente para um veículo destes, claro).

O processo de unboxing pode também ser desafiante. Pelo que percebi, é impossível montar a bicicleta sozinho, uma vez que existem alguns passos no processo de montagem que requerem um par de mãos extra. Mas a dois, e seguindo as instruções, é relativamente rápido – cerca de 20 minutos – e pouco complexo (sim, a foto que podem ver aqui em baixo é de como a bicicleta vem assim que é retirada da caixa). Felizmente, a marca fornece as ferramentas necessárias para a montagem, e deixo também o conselho para que a montem numa divisão com um piso forte, e não algo do estilo pavimento vinílico flutuante, pois garanto-vos que o processo de montagem deixará muitas marcas onde não as querem…

Em todo o caso, palmas para a ENGWE por enviar as suas bicicletas tão bem embaladas e protegidas.

Além do peso majestoso da bicicleta, gostei também logo do look dela, com um estilo mais clássico. Muito ao género de bicicletas do passado, que andavam em voga quando os carros ainda não assolavam os nossos dias. Aliás, a ENGWE P26 traz até um assento de passageiro, e aqui têm duas hipóteses: ou levam alguém convosco numa curta viagem, ou arranjam alguma forma de prender um objeto neste assento, algo que pode ser bastante útil numa rápida ida ao supermercado, onde normalmente trazem um ou dois sacos cheios de comida.

O que me fez torcer o nariz foi mesmo a qualidade dos materiais. A tinta, por exemplo, é de fraca qualidade, e começa logo a descascar ao mínimo impacto. Isto também se deve à liga leve de alumínio, ou não fosse o corpo da bicicleta feio deste material.

No entanto, é possível esquecer este ponto fraco devido à utilização da ENGWE P26 no dia-a-dia. Como disse, usei-a em estradas francesas… e portou-se muito bem.

Com o meu peso a variar entre os 80 e os 82kg atualmente, para 1,73m, pode-se dizer que não sou magro, é certo, mas também não tenho excesso de peso em demasia – embora alguns testes que fiz anteriormente indicassem que devia pesar, no máximo, 74kg. Adiante.

São meramente dois detalhes para saberem que qualquer pessoa comum não terá quaisquer dificuldades em usufruir desta ENGWE P26. A bicicleta suporta uma carga máxima de 150kg e, ao nível do condutor, é adequada para pessoas cuja altura varia entre os 155 e os 210 cm.

Com um motor de 250W (500W de potência máxima), a ENGWE P26 promete uma autonomia de até 100km no modo elétrico, havendo sempre, no entanto, a possibilidade de passar para o modo híbrido. Claro que isto são valores conseguidos em testes internos e situações adaptadas ao caso, pelo que jamais conseguirão essa autonomia. Tendo em conta os meus testes, diria para apontarem para algo entre os 70-80km de autonomia máxima, algo que dependerá sempre dos trajetos efetuados, da velocidade e, claro, do peso do condutor.

Já a velocidade máxima é de 25 km/h, algo que pode não surpreende, mas que é comum nestes modelos. A velocidade vai progredindo à medida que pedalam, o que significa que o motor elétrico ajuda quando é preciso, mas desliga-se quando atinge a velocidade máxima, uma vez que percebe que o condutor não necessita mais de auxílio. Mas basta um simples toque para ligar/desligar esse modo. O sistema Shimano de sete mudanças também funciona bem.

ENGWE P26

Quanto aos pneus, são de 26×1,95″, e posso garantir que as vossas viagens serão sempre confortáveis… desde que não se metam por estradas muito acidentadas. Esta ENGWE P26 foi claramente feita para uso citadino, pelo que levá-la para locais com alguma inclinação pode não ser a melhor ideia. E convém salientar que esta bicicleta não é dobrável – relembro novamente o aviso que fiz anteriormente.

Ah! Uma última nota para a bateria da ENGWE P26, que surge discretamente integrada no corpo da bicicleta, naquela que foi uma boa decisão de design. Não há forma de a roubar, até porque está bloqueada com um cadeado, e carrega totalmente em cerca de seis horas.

No final de tudo, foi uma belíssima primeira experiência. Não sei se, agora, já de regresso a Portugal, continuarei a usar a ENGWE P26, muito devido ao local onde vivo, mas se viverem numa zona mais pacata, ou com estradas a direito e sem muito trânsito, apostem nela sem medo.

A ENGWE P26 poderá ser adquirida em meados de junho a partir do site oficial da marca por 999€. A entrega é gratuita e a bicicleta vem da Polónia.

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