A não ser que haja “situações excecionais no decorrer dos próximos meses”.
No passado domingo, o presidente executivo da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, deu uma entrevista onde referia uma desagradável surpresa para os clientes: um grande aumento de preços.
“Nas faturas de consumo elétrico de julho, as pessoas vão ter uma desagradável surpresa: estamos a falar de qualquer coisa na ordem dos 40% ou mais. Não tem nada a ver com as empresas elétricas. Aparecerá nas faturas, numa linha específica, a dizer que o mecanismo coberto do diploma x do teto sobre os preços do gás cabe-lhe a si, feliz contribuinte — ou infeliz contribuinte — contribuir com x para lá do que tinha no seu contrato.”, indicou o responsável.
De acordo com Nuno Ribeiro da Silva, este aumento de preços deve-se ao mecanismo ibérico. “A medida foi boa para Espanha, porque é um país que tem um problema complexo relacionado com uma tarifa populista que o Governo espanhol criou há cerca de três anos e que é utilizada por 11 milhões de lares. Sem este mecanismo-travão, essas pessoas estariam a pagar mais de 300 euros por MWh (cerca de 5 euros o kWh nas suas casas)”.
Após esta revelação, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática veio “rejeitar estas declarações alarmistas do Presidente da Endesa e não vê qualquer justificação no aumento de preços que foi comunicado”. Em todo o caso, o Governo já veio referir que “os consumidores poderão sempre procurar melhores preços”, ou aderir à tarifa regulada, que “foi reduzida em 2,6% no segundo semestre deste ano”.
Ora, mas se estas são más notícias para os clientes da Endesa, os da EDP Comercial podem, à partida, ficar descansados, uma vez que não está previsto aumentar o preço da eletricidade até ao final do ano, a menos que haja “situações excecionais no decorrer dos próximos meses”.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da EDP Comercial indicou não estarem previstas alterações, tendo a mesma fonte acrescentado que “a atualização do preço da eletricidade da EDP Comercial para os clientes residenciais já entrou em vigor a 1 de julho e representou uma descida média de 2,9%”.