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A crescente popularidade deste desporto motorizado e consequente aquisição da Codemasters por parte da Electronic Arts prometia. Três anos depois desse negócio, será que houve assim tanto progresso?

EA Sports F1 24 é o título mais recente de Fórmula 1, desenvolvido pela Codemasters e publicado pela EA Sports. Ainda que o jogo se destaque pela sua alta fidelidade visual e sonora e continue a oferecer uma experiência de corrida imersiva, peca pela fragilidade de algumas das suas novas funcionalidades e pela falta de inovação.

Como esperado da série, EA Sports F1 24 destaca-se no realismo das corridas de Fórmula 1, como já tem sido regra há alguns anos, devido aos visuais impressionantes e ao design sonoro autêntico que, combinados, criam uma imersão geral muito aliciante. Demos as voltas que dermos (pun-intended), é inegável que o jogo captura, com distinção, a essência do desporto – desde o detalhe exímio das pistas e carros, até às condições meteorológicas dinâmicas de elevado contraste e à atmosfera patente durante as corridas.

Há todo um novo controlo do carro que pode vir a gerar controvérsia. Pessoalmente fui apanhado de surpresa, mas não desgosto. Ainda que possa vir a desagradar aos jogadores mais casuais, estas novas mecânicas trazem outra profundidade ao jogo, melhorando o desafio associado, que vai alegrar quem olha para este jogo como uma experiência de condução. No fim de contas, é só uma questão de adaptação, mas a curva de aprendizagem é muito recompensadora, quando apanhamos o jeito. A estas novas mecânicas de condução junta-se a travagem com o motor, com a redução de mudanças, o que permite toda uma nova abordagem e estratégia, dentro do cockpit.

Um dos destaques em EA Sports F1 24 é a reformulação do modo Carreira. Uma panóplia de novas funcionalidades, como a possibilidade de jogar com pilotos reais (inclusive ícones, com a Champions Edition), reuniões secretas de equipa e objetivos em pista, acrescentam profundidade e envolvimento à experiência de jogar offline. Estas mudanças acabam por ser particularmente significativas para os fãs de longa data da franquia. No entanto, e apesar de todos os esforços feitos, as atualizações para modos offline, fora do modo Carreira, são mínimas, e voltou a desaparecer o modo cinemático “Braking Point”, que é a “grande estrela” do jogo.

Ainda que este não seja um jogo a pensar para quem gosta de jogar offline, a verdade é que EA Sports F1 24 inclui uma quantidade substancial de conteúdo, mas esta nova versão não parece ser tão revolucionária em relação à edição de 2023, como o EA Sports F1 23 foi com EA Sports F1 22. O jogo introduz novos elementos que trazem mais realismo e autenticidade à experiência do mundo da F1, tais como gravações das vozes dos pilotos e uma melhoria substancial da aparência dos mesmos. Além disso, quatro pistas foram melhoradas e a sensação de condução também mudou com isso (positivamente) – e até os carros estão mais deslumbrantes que nunca (brilho, contraste a saturação). Fica mesmo a faltar o modo história, Braking Point, que ao que parece só sai a cada dois anos, e a falta de entrada de equipa personalizada no modo carreira cooperativo, que ia tornar este modo ainda mais interessante e desafiante.

Falando no universo online, dois anos após a introdução do inconsequente e desinteressante modo “F1 Life” ter sido introduzido – cujo na altura critiquei – foi completamente redesenhado, passando a chamar-se F1 World e, apesar de fazer mais sentido de existir, está uma confusão. Se há coisa que valorizo nos jogos de vídeo é serem intuitivos, na medida em que começamos a jogar e sem necessidade de recorrer a muitos tutoriais, perceber a filosofia e as mecânicas. Não acho que faça sentido nenhum que os clássicos “Grand Prix” e “Time Trial” estejam escondidos nos confins do F1 World. Péssima experiência de utilizador, onde é preciso passar por uma série de tralha, que nem a ver com F1 tem, para chegar ao que interessa. E a interface também não é boa, de todo… Duas listas verticais fixas com todas as opções visíveis (nas quais a maioria das opções não têm interesse) e a lista que interessa é dinâmica, horizontal, na qual não se veem metade das opções…

Adiante! Pesando os pontos positivos e negativo, diria que, no geral, o EA Sports F1 24 é uma edição de valor para a série. Há algumas lacunas como a falta do modo de carreira Braking Point, as limitações do modo de carreira a dois jogadores e a falta de objetividade e organização no jogo, mas nota-se o esforço que houve em tornar a experiência mais autêntica. Principalmente com as novas mecânicas de condução, cuja sensação é magnífica. O modo Carreira finalmente teve a atenção que merecia e os resultados são positivos, principalmente para os fãs de longa data. Para os novos jogadores, receio que este jogo sofra por ser uma confusão. No fim de contas, mesmo que não seja um ótimo jogo, tem utilidade por servir como “piloto” para testes de novas ideias e mecânicas, enquanto abre caminho para futuras atualizações mais substanciais. As expectativas e exigência vão estar lá em cima para o F1 25.

Cópia para análise (versão PlayStation 5) cedida pela Play Nxt.

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