No entanto, a DIGI está presente em menos concelhos.
A expansão das infraestruturas 5G em Portugal registou um crescimento significativo no último trimestre de 2024. A 4 de novembro, a DIGI Portugal passou a integrar o mercado como a quarta operadora a disponibilizar ofertas comerciais associadas a esta tecnologia. Antes do lançamento oficial, foi proporcionada aos utilizadores a oportunidade de testar a rede, permitindo um primeiro contacto com os seus serviços. Com esta entrada, os relatórios sobre o desenvolvimento do 5G no país passaram a incluir também as infraestruturas da DIGI comunicadas à ANACOM.
No final do trimestre, os dados indicavam um total de 13.089 estações de base 5G em funcionamento no território nacional, refletindo um crescimento de 24% em relação ao período anterior. Este aumento expressivo resulta, em grande parte, da inclusão das infraestruturas da DIGI na contagem global. A expansão verificou-se de forma generalizada, atingindo os 308 concelhos do país e abrangendo 2.259 freguesias, o que representa 73% do total nacional.
Em termos de distribuição espacial, a densidade de infraestruturas 5G era de uma estação por cada 7 km². Além disso, em média, havia 127 estações por cada 100.000 habitantes. No entanto, a cobertura não se apresenta uniforme em todo o território, sendo mais concentrada ao longo da faixa litoral ocidental, entre Viana do Castelo e Setúbal, e na região do Algarve. Estas áreas coincidem com as zonas de maior densidade populacional ou com elevada flutuação sazonal de habitantes.
Relativamente aos operadores, a NOS liderava com 4.786 estações, seguida pela Vodafone (4.611), DIGI (2.130) e MEO (1.562). No que respeita à variação trimestral, a Vodafone registou um crescimento de 7,8% com a instalação de mais 335 estações, a MEO aumentou 1,7% com mais 26 estações e a NOS cresceu 0,1% ao adicionar seis novas infraestruturas. Para a DIGI, este foi o primeiro trimestre com oferta comercial, pelo que não existem dados comparativos anteriores.
Os operadores históricos apresentavam uma cobertura bastante semelhante em termos geográficos. NOS e Vodafone tinham presença nos 308 concelhos do país, enquanto a MEO operava em 307, com uma expansão de dois concelhos face ao trimestre anterior. O único concelho sem presença dos três operadores históricos era Mesão Frio, uma vez que Pedrógão Grande e Resende passaram a contar com infraestruturas de todos eles. Por outro lado, a DIGI iniciou a sua operação comercial já com presença em 240 concelhos.
Ou seja, a DIGI já ultrapassou a MEO no que toca à distribuição de antenas 5G no país, embora esteja presente em menos concelhos.
No que concerne à distribuição territorial, as 13.089 estações de base encontravam-se em 2.259 freguesias. A ausência de cobertura em determinadas freguesias corresponde a 12,9% da área total do país e, segundo os dados dos Censos 2021, afeta cerca de 6,4% da população. Em regiões como Douro, Beiras e Serra da Estrela, Beira Baixa, Médio Tejo e várias zonas do Alentejo, a densidade de estações 5G mantinha-se inferior à média nacional.
A maioria das infraestruturas encontrava-se em Áreas Predominantemente Urbanas (61%, correspondendo a 8.021 estações), enquanto 14% estavam em Áreas Mediamente Urbanas (1.852 estações) e 25% em Áreas Predominantemente Rurais (3.216 estações). Além disso, 54% das estações (7.099) estavam instaladas em freguesias não classificadas como de Baixa Densidade, onde 83% já dispunham de pelo menos uma estação 5G. Em contraste, nas freguesias de Baixa Densidade, a presença desta tecnologia era menor, com 33% das estações (4.262) ali localizadas.
Nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, 77% das freguesias tinham acesso a pelo menos uma estação 5G, verificando-se um aumento de uma freguesia face ao trimestre anterior. No entanto, 48 freguesias destas regiões continuavam sem cobertura.
A nível de frequências utilizadas pelos operadores, as faixas dos 700 MHz e 3,6 GHz destacavam-se. A primeira, que garante maior cobertura, concentrava o maior número de estações, enquanto a segunda, apesar de apresentar menor raio de ação, oferecia maior capacidade de transmissão de dados. Observou-se ainda um aumento na utilização da faixa dos 2,6 GHz na implementação do 5G.
No cômputo geral, considerando todas as tecnologias móveis (2G, 3G, 4G e 5G), a Vodafone liderava com 20.685 estações (34,9%), seguida pela NOS com 16.913 (28,5%), a MEO com 12.368 (20,8%) e a DIGI com 9.373 (15,8%). Contudo, muitas dessas estações encontravam-se concentradas nos mesmos locais. Ao contabilizar apenas os locais distintos onde os operadores possuíam infraestruturas, verificava-se que a Vodafone liderava com presença em 5.706 locais, seguida pela MEO (5.452), NOS (5.177) e DIGI (3.640).
Entretanto, a MEO desligou definitivamente a sua tecnologia 3G a 31 de janeiro de 2024, deixando de contar com estações dessa geração no relatório mais recente. A NOS e a Vodafone continuavam o processo de desativação do 3G, refletindo-se na redução do número de estações desta tecnologia. A DIGI, por sua vez, iniciou a sua operação comercial sem recorrer a infraestruturas 3G.