O primeiro título da Far Out Games Studio tem muito potencial, mas é prejudicado pelo design do seu mundo e a falta de originalidade das missões principais.
Para um videojogo que se apresentou através de trailers repletos de destruição massiva, onde se alegava, sem rédeas, que todos seus cenários eram (e são!) destrutíveis e que a condução, caos e entregas andariam sempre de mãos dadas, Deliver at All Costs é surpreendentemente seguro. Produzido pela Far Out Games Studio, e distribuído pela Konami, o novo simulador de entregas está mais preocupado em desenvolver as suas personagens, numa narrativa policial com tons de noir, do que em criar momentos memoráveis através da sua jogabilidade. Ainda por cima, está tudo lá: a condução, a perspetiva isométrica, os cenários destrutíveis, os mapas suficientemente extensos e que convidam à exploração. Deliver at All Costs poderia ter sido um sucessor de Crazy Taxi se nunca se esquecesse do elemento mais essencial: a diversão.
As missões pecam em personalidade e são poucas as que se tornam inesquecíveis porque Deliver at All Costs perde tempo em desenvolver um mistério que rouba agência à jogabilidade, para depois fazer pouco com a sua narrativa. As corridas contra o tempo são escassas, os objetivos únicos raramente são surpreendentes ou criativos e a falta de polimento nos controlos acabam por condicionar ainda mais a diversão. Na verdade, até a destruição é um problema constante, já que os destroços atrapalham mais a condução do que o oposto. Para quê criar atalhos entre as várias zonas dos cenários, enquanto furamos por casas e praias, se temos poucos motivos ou incentivos para o fazer? Uma pergunta que procuro responder nesta análise.
Cópia para análise (versão PlayStation 5) cedida pela Konami.